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Afonso Bevilaqua vai deixar diretoria do BC

Diretor de Política Econômica era um dos mais criticados pelos aliados de Lula que desejam corte maior dos juros

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

O Banco Central anunciou, na noite desta quinta-feira (1º/3), que Afonso Bevilaqua deixará a diretoria de Política Econômica da instituição "por motivos pessoais". Em nota, a instituição afirma que "após quase quatro anos integrando diretoria do BC, Afonso Bevilaqua pretende se dedicar a novos projetos profissionais". Com a saída de Bevilaqua, o diretor de Estudos Especiais, Mário Mesquita, passará a acumular a diretoria de Política Econômica por tempo indeterminado. Ph.D em Economia pela Universidade da Califórnia, Bevilaqua ingressou no Banco Central em 2003.

Nos últimos tempos, Bevilaqua tornou-se um dos principais alvos dos ataques do PT à política monetária, que o considerava um dos principais responsáveis pelo conservadorismo do BC. Segundo essa corrente, a rigidez da política monetária impede que a taxa de juros caia mais rápido, o que aceleraria a expansão econômica. Nos dias anteriores à divulgação do PIB, o mercado já apostava em um crescimento fraco e a pressão sobre a diretoria do BC aumentou. Nesta quarta-feira (28/2), o IBGE informou que a economia brasileira cresceu 2,9% no ano passado, um resultado que não surpreendeu, mas alimentou o descontentamento com a política econômica.

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Durante o comunicado da saída de Bevilaqua, o presidente do BC, Henrique Meirelles, negou que tenha sido pressionado a afastar o diretor. "Não tem sentido vincular a razões subjetivas a saída de um diretor", afirmou Meirelles. O próprio Bevilaqua declarou que não foi pressionado. "Não tenho nenhuma decisão motivada por pressões sofridas nos últimos quatro anos", disse.

Mesmo demissionário, Bevilaqua participará da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para dos dias 6 e 7 de março. De acordo com Meirelles, anunciar rapidamente o afastamento do diretor foi um modo de não alimentar especulações, pois é difícil evitar o vazamento de uma decisão dessas, depois de tomada. Além disso, há procedimentos formais que Bevilaqua precisa cumprir para transmitir o cargo, o que o levará a permanecer no BC por mais algum tempo.

Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil.

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