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“Acabe com essa depressão agora!”, pede Krugman em livro

Para o economista, a melhor forma de lidar com essa contínua baixa é aceitar que há uma depressão nos Estados Unidos

Krugman e seu novo livro: Para o economista, os líderes escolheram esquecer as lições da história e de análises econômicas, substituindo o conhecimento com “convenientes preconceitos ideológicos e políticos” (Getty Images/Montagem)
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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2012 às 08h31.

São Paulo – Paul Krugman não quer explicar como o mundo chegou à crise que enfrenta atualmente – ele quer dizer como podemos sair desse buraco. Em seu novo livro, “End this depression now” (acabe com essa depressão agora, em tradução livre) Krugman anuncia logo de cara que não vai fazer como vários livros que tentam responder “como isso foi acontecer”, mas sim, “o que fazer agora”.

Para Krugman, a melhor forma de lidar com essa contínua baixa é aceitar que há uma depressão nos Estados Unidos , por isso o economista optou pelo termo “depressão” no título ao invés de “recessão”. Krugman destaca que mesmo que não seja A Grande Depressão - pelo menos nos EUA, já que para gregos e espanhóis a situação está um pouco mais complicada – há uma depressão.

O ponto de Krugman é que deveríamos saber como nos recuperar, mas não estamos usando o que sabemos porque muitas “pessoas que importam” – como ele chama políticos, escritores, entre outros -  escolheram, por muitas razões, esquecer as lições da história e de análises econômicas, substituindo o conhecimento com “convenientes preconceitos ideológicos e políticos”.

Matthew Bishop, chefe do escritório da The Economist em Nova York, afirmou, em resenha para o The New York Times, que o livro seria melhor se Krugman oferecesse uma discussão mais aprofundada sobre as potenciais consequências de suas políticas.

Desemprego

Krugman aborda pontos como o desemprego que, na visão dele, é o que mais importa e onde os Estados Unidos estão performando pior. “Desde 1930 não há tantos norte-americanos quase presos em um estado permanente de desemprego”, alerta o economista.

Krugman não discorre apenas sobre os Estados Unidos, ele também fala sobre o desemprego na Europa e sobre a Alemanha, que está relativamente ilesa “até agora, mas veja o que vai acontecer a seguir”, afirma. Krugman relaciona Hitler com a hiperinflação e um cenário de depressão. “É difícil ver isso ocorrendo hoje, mas não se pode minimizar os danos. Estados Unidos não é imune. Alguém nega que o partido republicano se tornou mais extremista nos últimos anos?”, pergunta.

Para o economista, o que faz esse “desastre” ser “tão terrível” é que nada disso precisaria ter acontecido. “São tempos terríveis, e mais terrível porque é tudo tão desnecessário”. Para Krugman, agora é hora de o governo gastar mais. Na visão do economista, o corte de despesas não funciona se todos tentarem fazer isso ao mesmo tempo, gerando a depressão – e por isso o governo teria que fazer algo diferente. Krugman defende que um aumento temporário dos gastos poderia auxiliar na recuperação.

Krugman já ganhou um prêmio Nobel de economia. Hoje, ele mantém uma coluna no New York Times e atua como professor de economia e relações internacionais na universidade de Princeton, e já deu aulas em Yale, Stanford e no MIT.

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São Paulo – Paul Krugman não quer explicar como o mundo chegou à crise que enfrenta atualmente – ele quer dizer como podemos sair desse buraco. Em seu novo livro, “End this depression now” (acabe com essa depressão agora, em tradução livre) Krugman anuncia logo de cara que não vai fazer como vários livros que tentam responder “como isso foi acontecer”, mas sim, “o que fazer agora”.

Para Krugman, a melhor forma de lidar com essa contínua baixa é aceitar que há uma depressão nos Estados Unidos , por isso o economista optou pelo termo “depressão” no título ao invés de “recessão”. Krugman destaca que mesmo que não seja A Grande Depressão - pelo menos nos EUA, já que para gregos e espanhóis a situação está um pouco mais complicada – há uma depressão.

O ponto de Krugman é que deveríamos saber como nos recuperar, mas não estamos usando o que sabemos porque muitas “pessoas que importam” – como ele chama políticos, escritores, entre outros -  escolheram, por muitas razões, esquecer as lições da história e de análises econômicas, substituindo o conhecimento com “convenientes preconceitos ideológicos e políticos”.

Matthew Bishop, chefe do escritório da The Economist em Nova York, afirmou, em resenha para o The New York Times, que o livro seria melhor se Krugman oferecesse uma discussão mais aprofundada sobre as potenciais consequências de suas políticas.

Desemprego

Krugman aborda pontos como o desemprego que, na visão dele, é o que mais importa e onde os Estados Unidos estão performando pior. “Desde 1930 não há tantos norte-americanos quase presos em um estado permanente de desemprego”, alerta o economista.

Krugman não discorre apenas sobre os Estados Unidos, ele também fala sobre o desemprego na Europa e sobre a Alemanha, que está relativamente ilesa “até agora, mas veja o que vai acontecer a seguir”, afirma. Krugman relaciona Hitler com a hiperinflação e um cenário de depressão. “É difícil ver isso ocorrendo hoje, mas não se pode minimizar os danos. Estados Unidos não é imune. Alguém nega que o partido republicano se tornou mais extremista nos últimos anos?”, pergunta.

Para o economista, o que faz esse “desastre” ser “tão terrível” é que nada disso precisaria ter acontecido. “São tempos terríveis, e mais terrível porque é tudo tão desnecessário”. Para Krugman, agora é hora de o governo gastar mais. Na visão do economista, o corte de despesas não funciona se todos tentarem fazer isso ao mesmo tempo, gerando a depressão – e por isso o governo teria que fazer algo diferente. Krugman defende que um aumento temporário dos gastos poderia auxiliar na recuperação.

Krugman já ganhou um prêmio Nobel de economia. Hoje, ele mantém uma coluna no New York Times e atua como professor de economia e relações internacionais na universidade de Princeton, e já deu aulas em Yale, Stanford e no MIT.

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