A crise sem fim da União Europeia em uma frase por país
5 anos depois do início da crise, relatório da UE continua recheado de termos como "Ventos contrários" e "crescimento morno" - com algumas exceções
João Pedro Caleiro
Publicado em 11 de novembro de 2014 às 15h41.
São Paulo - A crise econômica no continente europeu fez seu aniversário de 5 anos recentemente, e ninguém sabe dizer ainda quantos mais terá para fazer.
Na semana passada, ao divulgar seu primeiro relatório desde maio, a Comissão Europeia cortou sua previsão de crescimento em 2014 para a zona do euro (de 1,2% para 0,8%) e para os 28 países do bloco da União Europeia (de 1,6% para 1,3%).
Isso sem falar no desemprego de dois dígitos, na desejada inflação que nunca vem e nos déficits públicos ainda em índices elevados.
A revisão de previsões excessivamente otimistas se tornou a regra nos relatórios do bloco. Uma revisão dos títulos dos últimos 4 anos é um festival de expectativas frustradas - um exercício de "como falar sobre uma recuperação que nunca chega", segundo o Quartz. Veja:
Novembro/2014: "Recuperação lenta com inflação muito baixa"
Maio/2014: "Crescimento está se ampliando"
Fevereiro/2014: "Recuperação ganhando chão"
Novembro/2013: "Recuperação gradual, riscos externos"
Maio/2013: "O ajuste continua"
Inverno 2013: "Gradualmente superando ventos contrários"
Novembro/2012: "Navegando em águas difíceis"
Maio/2012: "Em direção a uma recuperação lenta"
Novembro/2011: "Uma recuperação em perigo"
Maio/2011: "A recuperação europeia mantém ímpeto em meio a novos riscos"
Novembro/2010: "Uma recuperação gradual e desigual"
Maio/2010: "Uma recuperação gradual"
Nesta última edição, até as melhores notícias vieram com uma pitada de sal. O cenário mais animador é o do Reino Unido , justamente o membro que considera até sair do bloco. A Grécia finalmente voltou a crescer - porém depois do que pode ter sido o pior desastre econômico da história.
Veja como a Comissão define a situação de cada um dos 28 países do bloco, por ordem do tamanho da economia:
Alemanha: “crescimento decepcionante com melhora em vista”
França: “crescimento fraco, inflação baixa e déficit em alta”
Reino Unido: “crescimento robusto e inflação baixa previstos para continuar”
Itália: “melhora na demanda externa conduzirá a uma recuperação morna”
Espanha: “crescimento do PIB e do emprego devem se firmar”
Holanda: “virando a esquina?”
Suécia: “resiliência doméstica apesar de demanda estrangeira fraca”
Polônia: “atividade econômica passa por período de baixa em meio a tendência positiva"
Bélgica: “ventos contrários à recuperação”
Áustria: “passando por outro período de baixa em meio a tendência positiva”
Dinamarca: “recuperação desigual com expectativa de fortalecimento”
Finlândia: “fatores domésticos seguram crescimento“
Grécia: “economia finalmente ricocheteando de volta”
Portugal: “enquanto demanda externa balança, demanda doméstica assume”
Irlanda: “país se descola com crescimento acelerando bruscamente”
República Tcheca: “recuperação está se ampliando e fortalecendo”
Romênia: “mergulho do investimento pesa na economia em 2014”
Hungria: “crescimento forte com perspectiva de moderação”
Eslováquia: “demanda doméstica tomando a liderança”
Croácia: “ainda atolada na recessão com desafios fiscais significativos”
Luxemburgo: “crescimento sustentado com finanças públicas levemente mais fracas”
Bulgária: “crescimento subjugado em meio ao aumento da incerteza”
Eslovênia: “recuperação ganha ritmo abastecida por exportações e investimento”
Lituânia: “ventos contrários do leste desaceleram crescimento econômico”
Letônia: “crescimento econômico amortecido por turbulência externa”
Estônia: “recuperação desacelerando pela incerteza em alta”
Chipre: “ajuste continua enquanto economia se aproxima da depressão”
Malta: “navegação suave em águas agitadas”
São Paulo - A crise econômica no continente europeu fez seu aniversário de 5 anos recentemente, e ninguém sabe dizer ainda quantos mais terá para fazer.
Na semana passada, ao divulgar seu primeiro relatório desde maio, a Comissão Europeia cortou sua previsão de crescimento em 2014 para a zona do euro (de 1,2% para 0,8%) e para os 28 países do bloco da União Europeia (de 1,6% para 1,3%).
Isso sem falar no desemprego de dois dígitos, na desejada inflação que nunca vem e nos déficits públicos ainda em índices elevados.
A revisão de previsões excessivamente otimistas se tornou a regra nos relatórios do bloco. Uma revisão dos títulos dos últimos 4 anos é um festival de expectativas frustradas - um exercício de "como falar sobre uma recuperação que nunca chega", segundo o Quartz. Veja:
Novembro/2014: "Recuperação lenta com inflação muito baixa"
Maio/2014: "Crescimento está se ampliando"
Fevereiro/2014: "Recuperação ganhando chão"
Novembro/2013: "Recuperação gradual, riscos externos"
Maio/2013: "O ajuste continua"
Inverno 2013: "Gradualmente superando ventos contrários"
Novembro/2012: "Navegando em águas difíceis"
Maio/2012: "Em direção a uma recuperação lenta"
Novembro/2011: "Uma recuperação em perigo"
Maio/2011: "A recuperação europeia mantém ímpeto em meio a novos riscos"
Novembro/2010: "Uma recuperação gradual e desigual"
Maio/2010: "Uma recuperação gradual"
Nesta última edição, até as melhores notícias vieram com uma pitada de sal. O cenário mais animador é o do Reino Unido , justamente o membro que considera até sair do bloco. A Grécia finalmente voltou a crescer - porém depois do que pode ter sido o pior desastre econômico da história.
Veja como a Comissão define a situação de cada um dos 28 países do bloco, por ordem do tamanho da economia:
Alemanha: “crescimento decepcionante com melhora em vista”
França: “crescimento fraco, inflação baixa e déficit em alta”
Reino Unido: “crescimento robusto e inflação baixa previstos para continuar”
Itália: “melhora na demanda externa conduzirá a uma recuperação morna”
Espanha: “crescimento do PIB e do emprego devem se firmar”
Holanda: “virando a esquina?”
Suécia: “resiliência doméstica apesar de demanda estrangeira fraca”
Polônia: “atividade econômica passa por período de baixa em meio a tendência positiva"
Bélgica: “ventos contrários à recuperação”
Áustria: “passando por outro período de baixa em meio a tendência positiva”
Dinamarca: “recuperação desigual com expectativa de fortalecimento”
Finlândia: “fatores domésticos seguram crescimento“
Grécia: “economia finalmente ricocheteando de volta”
Portugal: “enquanto demanda externa balança, demanda doméstica assume”
Irlanda: “país se descola com crescimento acelerando bruscamente”
República Tcheca: “recuperação está se ampliando e fortalecendo”
Romênia: “mergulho do investimento pesa na economia em 2014”
Hungria: “crescimento forte com perspectiva de moderação”
Eslováquia: “demanda doméstica tomando a liderança”
Croácia: “ainda atolada na recessão com desafios fiscais significativos”
Luxemburgo: “crescimento sustentado com finanças públicas levemente mais fracas”
Bulgária: “crescimento subjugado em meio ao aumento da incerteza”
Eslovênia: “recuperação ganha ritmo abastecida por exportações e investimento”
Lituânia: “ventos contrários do leste desaceleram crescimento econômico”
Letônia: “crescimento econômico amortecido por turbulência externa”
Estônia: “recuperação desacelerando pela incerteza em alta”
Chipre: “ajuste continua enquanto economia se aproxima da depressão”
Malta: “navegação suave em águas agitadas”