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A ascensão da China ao centro econômico global em uma imagem

Graças ao crescimento chinês, o pólo de gravidade da economia global caminha para onde estava há praticamente 200 anos - no centro da Ásia; veja no mapa

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Antigo Atlas recuperado em 2012 (Via Bloomberg)

Antigo Atlas recuperado em 2012 (Via Bloomberg)

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João Pedro Caleiro

Publicado em 7 de abril de 2015 às, 15h17.

São Paulo - "Este último mês poderá ser lembrado como o momento no qual os Estados Unidos perderam seu papel de segurador do sistema econômico global".

A frase abre um editoral publicado ontem no Washington Post por Lawrence Summers, ex-reitor de Harvard, ex-secretário do Tesouro e conselheiro econômico de Obama no auge da crise financeira.

O tema é a criação pela China do Banco Asiático de Investimentos em Infraestrutura (AIIB, na sigla em inglês), que já conta com a adesão ou interesse de dezenas de países - do Reino Unido à Austrália, passando pelo Brasil (mas não a Coreia do Norte).

O novo banco é mais um movimento dos chineses para espalhar seus tentáculos financeiros pelo mundo, mas também marca um fracasso diplomático para os americanos, que tentaram esvaziar a iniciativa e foram ignorados por aliados.

"A falha estratégica e tática já se desenhava, e deveria levar a uma revisão abrangente da postura americana em relação à economia global", diz Summers.

Ele pede para os americanos acordarem para o fato de que a China passou a dominar o comércio global e já tem uma economia maior pelo critério de paridade de poder de compra.

É fato que o pólo de gravidade da economia global está caminhando (ou melhor, voltando) para o centro da Ásia. Um gráfico publicado pela McKinsey em 2012 mostra este "efeito bumerangue": 

(McKinsey)

A "caminhada dos pontos" usa dados do historiador Angus Maddison e pesa o PIB nacional com o centro de gravidade geográfico de cada país. Uma linha desenhada a partir do centro do planeta encontra o ponto de "equilíbrio" entre os pesos na superfície do mapa.

Ao longo do século, a linha sobe em direção ao Norte porque em uma perspectiva tridimensional, América do Norte e Ásia não estão apenas "ao lado" uma da outra, mas também na frente uma da outra.

Protagonismo

Em 1990, a China era responsável por 1,6% das exportações globais. Hoje, são 11,6%. O país também está se tornando mais fonte do que destino de investimento, resultado de décadas de acúmulo de reservas.

Do universo das 500 maiores cidades do mundo, metade do top 15 das que mais cresceram economicamente em 2013 e 2014 estão na China. O país também é responsável por 16 entre as 18 cidades do mundo que tiveram os maiores booms de super ricos na última década.

Apesar do crescimento, a China continua abaixo da média global de PIB per capita e enfrenta desafios ao seu desenvolvimento, como a explosão da dívida e a perda de qualidade dos investimentos. 

Na medida em que a economia chinesa muda o seu próprio pólo de gravidade em direção ao consumo, uma desaceleração é esperada e já está em curso. A preocupação é que ela aconteça rápido demais - o chamado "pouso forçado".

Curiosamente, o mesmo Summers que destaca a importância crescente da China publicou recentemente um trabalho argumentando que o período longo de crescimento altíssimo do país não tem precedentes históricos e provavelmente está com os dias contados. 

A importância crescente da Ásia não tem fonte apenas na China, como mostra a explosão do sistema bancário global nas últimas décadas. Outras estrelas aparecem: bancos internacionais já preveem que o crescimento da China será superado pelo da Índia já no ano que vem.

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