5 tendências econômicas que vão definir 2014, segundo o WEF
Desigualdade, descrença no governo e megacidades serão algumas das forças que vão moldar o mundo no ano que vem
João Pedro Caleiro
Publicado em 11 de dezembro de 2013 às 12h31.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h22.
São Paulo – O que vai acontecer com o a economia mundial em 2014? Para responder a essa pergunta, o Fórum Econômico Mundial (WEF) consultou 1.500 experts em 86 conselhos ao redor do mundo. O resultado deste debate está em um novo relatório que aponta as tendências para o ano que vem. Veja a seguir as 5 tendências econômicas que vão definir 2014:
O tema da desigualdade econômica está definitivamente na ordem do dia, e foi objeto de discursos recentes de figuras como o Papa Francisco e Barack Obama . Enquanto países como o Brasil conseguiram diminuir a desigualdade, outros como Estados Unidos registram a maior diferença entre pobres e ricos desde os anos 20. A pesquisa do WEF indica que os habitantes da América do Norte veem a desigualdade como o maior desafio da região. 60% acreditam que o sistema econômico beneficia os ricos – uma taxa que é de 64% na América Latina e chega a 95% na Grécia .
Um dos grandes debates econômicos do momento é se o desemprego nos países desenvolvidos tem resistido a cair por causa apenas da economia fraca ou se há um elemento estrutural relacionado a processos mais amplos de globalização e tecnologia. De uma forma ou de outra, tudo indica que essa vai continuar sendo uma das principais questões econômicas em 2014 . É provado que as vítimas do desemprego persistente sofrem consequências de longo prazo em seu nível de renda. Já se fala em toda uma “geração perdida” no continente europeu. Na Europa, Oriente Médio e Norte da África, cerca de 54% dos consultados acreditam que o desemprego estrutural deve ser visto como a prioridade número 1 do governo. Na África subsariana, são 81%.
Depois de uma crise que quase ninguém previu e uma resposta política que falhou em resolver o problema, não é exatamente uma surpresa que o mundo esteja descrente da capacidade dos governos de colocar a economia no lugar. “Há uma dissociação entre governantes e governados, entre os bancos e as pessoas que fazem os depósitos”, aponta o Prof. John Lipsky, um dos autores do estudo do WEF. A desconfiança é maior na África subsariana e na América Latina e menor na América do Norte. O grupo entre 18 e 29 anos é o mais descrente, e o grupo entre 50 e 59 é o menos. Enquanto os mais velhos poderão contar em breve com um sistema de pensões que foi mantido mais ou menos intacto, os jovens são os mais afetados pelo desemprego e pelo custo da educação superior.
A estimativa do WEF é que a classe média asiática triplique em 7 anos – dos 500 milhões de pessoais atualmente para 1,75 bilhão em 2020. Para Kishore Mahbubani, reitora de uma escola de políticas públicas em Singapura, esta é “uma das maiores mudanças sísmicas da história” e deve reduzir o potencial de conflito na região. Os resultados também podem ser potencialmente desastrosos para o meio ambiente se o consumo simplesmente seguir o padrão americano e não incorporar práticas sustentáveis, Na China , apenas 7% acreditam que a próxima geração terá uma situação financeira pior do que a de seus pais. Na França , são 90%.
As mega cidades são onde os grandes problemas da humanidade ficam mais aparentes, mas também onde eles podem encontrar uma solução. O mundo vai continuar se urbanizando em 2014 e a importância dessa tendência é a mesma no Brasil, China e Índia , de acordo com o relatório do WEF. Em 2025, o mundo terá 35 megacidades em comparação com 22 em 2011.
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