Imagem mostra 2 mil anos de sobe e desce das grandes economias
História mostra que China e Índia, duas grandes estrelas asiáticas atuais, estão apenas recuperando a centralidade que tiveram no passado e haviam perdido
João Pedro Caleiro
Publicado em 16 de setembro de 2017 às 08h00.
Última atualização em 16 de setembro de 2017 às 08h00.
São Paulo - Nos últimos 2 mil anos, quais economias perderam e quais ganharam importância e em qual momento?
Isso pode ser visto claramente em um gráfico publicado recentemente pelo site Visual Capitalist:
Na coluna da esquerda está o nível de participação no PIB global. Na coluna da direita, estão os participantes.
De cima para baixo: os "antigos" (Grécia, Egito, Turquia e Irã), China, Índia, Japão, Rússia, Alemanha, Itália, Espanha, Reino Unido, França e Estados Unidos, cada um com sua cor.
Os números foram publicados originalmente em um relatório de Michael Cembalest, do banco JP Morgan, com material coletado por Angus Maddison, um importante economista britânico já falecido.
A versão do Visual Capitalist foi atualizada usando os últimos dados e projeções do Fundo Monetário Internacional.
É importante notar que os espaços de tempo não são todos equivalentes: o primeiro vai do ano 1 até o ano 1000, o segundo do ano 1000 ao 1500, e a partir daí os intervalos vão ficando mais curtos (com divisões por década a partir de 1940).
Não é o jeito mais recomendável de fazer um gráfico, mas a escolha de focar no período mais recente faz sentido porque é muito difícil achar dados econômicos confiáveis e comparáveis antes do século XX.
E da forma que está, o gráfico permite ver uma série de mudanças profundas na economia global, em especial o impacto da Revolução Industrial nas economias ocidentais.
É notável a ascensão dos Estados Unidos a partir da segunda metade do século XIX e a perda de importância relativa do Reino Unido depois da Segunda Guerra Mundial.
Outro ponto a ser notado é que China e Índia, as duas grandes estrelas asiáticas das últimas décadas, estão recuperando um posto de destaque que tiveram no passado distante e haviam perdido.
A segunda parte do gráfico mostra a fatia de cada economia no bolo global atualmente usando o critério de paridade de poder de compra, que ajusta o valor pelo poder das moedas e custos internos de cada país
A economia chinesa já é a maior do mundo por esse critério com 18,3% do total contra 15,3% dos Estados Unidos. Veja:
O que une tudo isso é o aumento exponencial do crescimento econômico no último século, diz o site.
Por muito tempo, o crescimento da economia era meramente uma função do crescimento populacional. O desenvolvimento rápido é algo mais recente e de ligação direta com as rápidas inovações tecnológicas.
Veja no gráfico o crescimento do PIB per capita mundial nos últimos 2 mil anos: