Começa a circular nesta sexta-feira a cédula de R$ 20, lançada oficialmente ontem pelo Banco Central. O BC distribuiu para suas dez unidades no país 10 milhões de novas cédulas. Até o final do ano, 150 milhões de notas de R$ 20 devem estar circulando no país.

Segundo o BC, a intenção é reduzir o custo do meio circulante e facilitar o troco, reduzindo a saída de notas de R$ 10. As notas têm mecanismos de segurança para evitar falsificações, como faixas holográficas.

O governo também manteve a estratégia de imprimir no canto esquerdo da nota marcas dágua com a estampa do mico leão dourado e o número de seu valor (20). No ano passado, o governo perdeu mais de R$ 9 milhões com falsificações.

"Quando havia inflação de 30 a 40%, não havia estímulo à falsificação. Hoje isso existe e, por isso, a nota deve ser dotada de segurança", afirmou o ministro da Fazenda Pedro Malan.

A escolha do mico leão dourado foi resultado de uma consulta popular pelo site do BC e por telefone. A Tartaruga marinha ficou com 35% e foi escolhida para a nota de R$ 2,00; o mico-leão dourado, com 28%, seguido pelo lobo-guará (17%), tamanduá-bandeira (12%), jacaré-de-papo-amarelo (8%).

O governo aproveitou o lançamento da cédula para autorizar a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) da Bacia do Rio São João, no estado do Rio de Janeiro. Com 145 mil hectares espalhados por municípios situados na região da Mata Atlântica, a nova área de proteção já é conhecida como "APA do Mico Leão Dourado", já que a espécie é nativa da mata.

A criação da APA foi resultado de uma campanha do Fundo Mundial para a Natureza (WWF), que tem como objetivo retirar o mico leão dourado da lista de animais ameaçados de extinção. Lançada em 2001, a campanha pretende dobrar o número de micos existentes no Brasil até 2025. Hoje, mil micos leões dourados estão espalhados pela Mata Atlântica brasileira.

Frente e verso

A frente da nota tem uma efígie simbólica da República, interpretada sob a forma de escultura. No verso, uma figura de um mico-leão-dourado (Leonthopitecus rosalia), primata de pêlo alaranjado e cauda longa nativo da Mata Atlântica, que é o símbolo da luta pela preservação das espécies brasileiras ameaçadas de extinção.