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10 maiores bancos detêm 76% dos ativos

O sistema financeiro brasileiro apresenta forte tendência de concentração. A conclusão pode ser tirada dos dados apresentados nesta quarta-feira (10/12) no "Relatório de Estabilidade Financeira" do Banco Central. De acordo com a pesquisa, os 10 maiores bancos do país aumentam progressivamente sua participação no total de ativos do sistema financeiro. A participação dos 10 maiores […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

O sistema financeiro brasileiro apresenta forte tendência de concentração. A conclusão pode ser tirada dos dados apresentados nesta quarta-feira (10/12) no "Relatório de Estabilidade Financeira" do Banco Central. De acordo com a pesquisa, os 10 maiores bancos do país aumentam progressivamente sua participação no total de ativos do sistema financeiro. A participação dos 10 maiores passou de 69,4% (dezembro de 2001) para 71,5% (junho de 2002) e depois para 75,9% (em junho de 2003).

O chefe do Departamento de Supervisão Indireta do BC, Vânio Aguiar, não relaciona a redução de concorrência no mercado financeiro com as altas taxas de juros cobradas do tomador final de empréstimos. "A competição que o poder público faz com o consumidor, na disputa pelo crédito oferecido, pesa mais na definição das taxas de juros do que essa concentração de mercado", disse ele.

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Nem a presença do BNDES na lista dos 10 maiores e nas contas do relatório serve para invalidar a conclusão de que houve concentração, pois os ativos do maior banco de fomento do país diminuíram desde o ano passado. Excluindo o BNDES, os 10 maiores bancos do país detêm 66% dos ativos do sistema financeiro. O BC pretende retirar o BNDES do próximo relatório, a ser publicado em maio, porque a instituição tem características peculiares que a tornam um elemento estranho na pesquisa.

O grupo que mais elevou sua participação nos ativos do sistema financeiro nacional (SFN) foi o dos bancos públicos, puxado por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Desde dezembro de 2001, a fatia das instituições controladas pelo governo aumentou de 41,3% para 45,6% dos ativos. Os bancos privados de controle acionário brasileiro elevaram sua participação de 32,9% para 34,4% no mesmo período, enquanto os bancos privados de controle acionário estrangeiro tiveram sua cota reduzida de 25,8% para 20%.

Confira alguns dos resultados do SFN apresentados pelo Relatório de Estabilidade Financeira:

  • Total de ativos: 1,22 trilhão de reais, com queda de 2,8% no primeiro semestre deste ano (por causa principalmente da variação cambial e de provisões feitas pelo BNDES). Em relação a dezembro de 2001, porém, houve crescimento de 12,6%;
  • Lucro líquido: 8,9 bilhões de reais no primeiro semestre de 2003 (queda de 14,4% em relação ao primeiro semestre de 2002), excluindo-se o BNDES (que teve prejuízo de 2,4 bilhões de reais).
  • Patrimônio líquido: 119 bilhões de reais, com aumento de 3,9% apenas no primeiro semestre deste ano e de 14,2% no período de dezembro de 2001 a junho de 2003.
  • Retorno sobre patrimônio líquido (junho de 2003): 19,5% entre os bancos privados nacionais, 8,9% entre os bancos privados estrangeiros e 0,5% entre os bancos públicos. Na média, o retorno do SFN foi de 10,8%.
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