10 calotes de países que entraram para a história econômica
Brasil, Argentina e Alemanha fazem parte da lista de moratórias; Veja em ordem cronológica
Da Redação
Publicado em 23 de agosto de 2012 às 20h22.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h31.
São Paulo - Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha foi sufocada financeiramente ao ser obrigada a ressarcir as nações aliadas. A economia alemã estava em frangalhos e viveu com o pires na mão durante a década de 1920. Houve enorme crescimento do endividamento e da inflação. A crise de 1929 acabou sendo o estopim da moratória que seria decretada dois anos depois.
São Paulo - A economia italiana ainda demonstrava lenta recuperação no final da década de 1930, quando Benito Mussolini resolveu aderir aos planos de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial. Os gastos excessivos com armas e exército quebraram as contas públicas, levando o país a decretar moratória em 1940. A derrota piorou ainda mais a situação (o calote durou 6 anos) e o quadro só foi revertido pelo Plano Marshall liderado pelos Estados Unidos, que financiaram a reconstrução dos países europeus.
São Paulo - Na década de 1970, a economia mexicana já era muito atrelada à americana. Com grande peso da indústria petrolífera, viveu momentos difíceis com os dois choques do Petróleo (1973 e 1979). As finanças públicas estavam no vermelho e o país quebrou quando os Estados Unidos aumentaram os juros, tornando inviável o pagamento da dívida. O então presidente do México, José López Portillo, decretou moratória em 1982.
São Paulo - O Chile, a exemplo do México e de outros países, foi vítima do aumento dos juros americanos. O calote mexicano gerou incertezas no mercado de que outros países da América Latina adotariam a mesma estratégia. Sem crédito, o ditador Augusto Pinochet decretou moratória por 90 dias.
São Paulo - Na década de 1980, a Polônia era muito dependente da União Soviética, cuja economia passava por sérias dificuldades. Finanças públicas no vermelho e inflação em alta eram marcas do governo polonês, que decretou várias moratórias, a primeira em 1982.
São Paulo - O Brasil também sofreu com a falta de crédito internacional e o enorme endividamento na década de 80. Enquanto isso, a inflação disparava e o governo lançava o Plano Cruzado. Apesar de acordos feitos pelo então ministro da Fazenda, Dilson Funaro, com bancos privados, o presidente José Sarney anunciou a suspensão dos pagamentos aos credores da dívida brasileira em 20 de fevereiro de 1987.
São Paulo - A crise asiática em 1997 chacoalhou os países emergentes, incluindo o Brasil. A Rússia vivia tempos difíceis. A moeda foi desvalorizada e a queda do preço do petróleo piorou as contas russas. Em setembro de 1998, o então presidente Boris Ieltsin decretou moratória, causando a chamada crise da Rússia. Novamente o Brasil estaria em apuros.
São Paulo - O então presidente Fernando de la Rúa foi o mentor do calote argentino, mas, por causa da sua renúncia, Adolfo Rodríguez Saá teve a missão de decretar a moratória. Em tempo: Saá ficou apenas sete dias no cargo. O calote argentino é considerado o maior da história (US$ 150 bilhões) e os credores tiveram de aceitar uma proposta que previa o pagamento de apenas 30% do total. Até hoje o governo argentino paga o preço da desconfiança do mercado financeiro. Num primeiro momento, havia a expectativa de que o Brasil sofresse graves consequências, mas não foi o que aconteceu. Os investidores conseguiram perceber que a economia brasileira já estava em um patamar acima, após o ajuste no câmbio e a criação do sistema de metas de inflação em 1999.
São Paulo - O mais recente calote do Equador foi apenas mais um na história econômica do país (houve moratória em 1999 e 2001). Desde o início do seu governo, em 2006, o esquerdista Rafael Correa ameaçava dar o calote na dívida externa. Em novembro de 2008, com a popularidade em baixa, o presidente do Equador decidiu executar o plano. O BNDES, que tinha empréstimos no país, foi prejudicado.
São Paulo - Dubai, um dos sete emirados e a cidade mais populosa dos Emirados Árabes Unidos, viveu seus dias de moratória em novembro de 2009, fruto da crise internacional de 2008, que afetou a região em plena especulação imobiliária. A holding estatal Dubai World anunciou o calote de uma dívida de US$ 14,2 bilhões junto a credores externos por seis meses.
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