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Em defesa do cartão de crédito

Frequentemente, quando cometemos alguma barbeiragem no trânsito, aparece alguém fazendo gozação e dizendo que o carro tem um problema naquela “pecinha que fica atrás do volante” (o motorista…). Esse tipo de piada serve para nos lembrar de que carros, assim como outros objetos, não têm vontade própria. Existem falhas mecânicas inesperadas e imprevistos diversos no trânsito, e nem sempre somos culpados pelo acidente, mas, na maioria das vezes, a tal […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2013 às 11h24.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h05.

Frequentemente, quando cometemos alguma barbeiragem no trânsito, aparece alguém fazendo gozação e dizendo que o carro tem um problema naquela “pecinha que fica atrás do volante” (o motorista…).

Esse tipo de piada serve para nos lembrar de que carros, assim como outros objetos, não têm vontade própria. Existem falhas mecânicas inesperadas e imprevistos diversos no trânsito, e nem sempre somos culpados pelo acidente, mas, na maioria das vezes, a tal “pecinha” tem uma influência considerável.

A mesma lógica se aplica ao cartão de crédito, que é o instrumento de crédito ao mesmo tempo mais popular e mais demonizado do Brasil. Sempre aparece alguém dizendo que o cartão de crédito é “culpado” pelas dívidas das pessoas, mas convenientemente esquecemos que assim como a tal “peça que fica atrás do volante”, também existe uma “peça” que saca o cartão da bolsa ou da carteira. Ele não sai da bolsa sozinho para comprar coisas por aí aleatoriamente.

O grande problema do cartão de crédito são as taxas de juros do crédito rotativo. Aqui no Brasil, segundo a última pesquisa de juros da ANEFAC (de fevereiro de 2013), a taxa média anual do rotativo é de 192,94% ao ano. Apenas para fins de comparação, o rotativo de um cartão de crédito comum nos EUA está em torno de 16% AO ANO, de acordo com o site de comparação de taxas Bankrate.com. Nossas taxas quebram qualquer um.

Mas a verdade é que o rotativo não deveria, pelo menos em tese, ser uma ferramenta de crédito de uso contínuo e prolongado. Ele não é a ferramenta financeira adequada para isso. Ele deveria ser usado apenas para crises e situações emergenciais, assim como um medicamento corticoide que funciona bem em casos de dor extrema, mas não deve ser usado de forma continuada, pois pode intoxicar o organismo. Enfim, a culpa não é do cartão, mas sim da “pecinha”…

Entendendo, então, que o cartão é inocente, quais são as grandes vantagens dele? Onde podemos tê-lo como aliado e não como um destruidor de orçamentos?

1)      Crédito “grátis”

Grátis “uma ova”! O custo do cartão de crédito para o lojista e para a administradora está embutido no preço dos produtos. Existe muita discussão sobre a adoção de um preço diferenciado para produtos pagos com cartão ou por outros meios, mas ao menos por enquanto a regra é que o preço seja igual, independente do meio de pagamento.

Ao não usar o cartão, você está subsidiando o custo do cartão de crédito de outras pessoas que estão usando, já que ele está embutido no preço do produto que é pago por todo mundo. Então por que não usá-lo? Ainda que você pague em dinheiro e opte por não usar o cartão, estará pagando pelo cartão de qualquer forma. E ainda pode aproveitar do crédito supostamente “grátis” de até trinta dias (não estou falando de rotativo aqui) para pagamento da fatura.

2)      Conveniência e segurança

É mais conveniente carregar um cartão do que uma grande quantia de dinheiro “vivo” (mas não é interessante andar só com o cartão e sem dinheiro nenhum). Em caso de roubo, alguns cartões são protegidos por seguro e podem ser cancelados. Já o dinheiro, “se sumir, sumiu”.

3)      Vantagens e programas de fidelidade

O custo desses programas é outra coisa que acaba sendo embutida em outros lugares e acabamos pagando por isso sem saber, então por que não tirar proveito, já que estamos pagando mesmo? Apenas cuidado para não cair na armadilha de fazer gastos desnecessários simplesmente para acumular pontos.

4)      “Auditabilidade”

Para mim, uma das maiores vantagens. As transações feitas em cartão de crédito deixam registros detalhados na fatura e facilitam os controles financeiros. A possibilidade de consultar as faturas online em tempo real, antes do fechamento, facilita ainda mais esse controle. Nossos gastos ficam perfeitamente “auditáveis”.

Fazer registro de cada compra é algo maçante e trabalhoso, e quando fazemos nossas transações apenas com dinheiro, em algum momento acabamos deixando os controles de lado. O cartão faz essa “parte chata” por nós.

O custo do rotativo é, de longe, a maior desvantagem do cartão de crédito. Existem outras, contudo a maioria delas está associada não ao cartão, mas a nós mesmos (a tal “pecinha” de novo…), como a falsa sensação de que temos “dinheiro sobrando” e a facilidade de cair em tentações de consumo.

Mas se conseguirmos isolar aquilo que é nossa responsabilidade e não atribuir ao cartão de crédito poderes “maléficos” que ele não tem, podemos focar nas vantagens que ele oferece para deixar nossa vida financeira mais fácil e mais eficiente.

Frequentemente, quando cometemos alguma barbeiragem no trânsito, aparece alguém fazendo gozação e dizendo que o carro tem um problema naquela “pecinha que fica atrás do volante” (o motorista…).

Esse tipo de piada serve para nos lembrar de que carros, assim como outros objetos, não têm vontade própria. Existem falhas mecânicas inesperadas e imprevistos diversos no trânsito, e nem sempre somos culpados pelo acidente, mas, na maioria das vezes, a tal “pecinha” tem uma influência considerável.

A mesma lógica se aplica ao cartão de crédito, que é o instrumento de crédito ao mesmo tempo mais popular e mais demonizado do Brasil. Sempre aparece alguém dizendo que o cartão de crédito é “culpado” pelas dívidas das pessoas, mas convenientemente esquecemos que assim como a tal “peça que fica atrás do volante”, também existe uma “peça” que saca o cartão da bolsa ou da carteira. Ele não sai da bolsa sozinho para comprar coisas por aí aleatoriamente.

O grande problema do cartão de crédito são as taxas de juros do crédito rotativo. Aqui no Brasil, segundo a última pesquisa de juros da ANEFAC (de fevereiro de 2013), a taxa média anual do rotativo é de 192,94% ao ano. Apenas para fins de comparação, o rotativo de um cartão de crédito comum nos EUA está em torno de 16% AO ANO, de acordo com o site de comparação de taxas Bankrate.com. Nossas taxas quebram qualquer um.

Mas a verdade é que o rotativo não deveria, pelo menos em tese, ser uma ferramenta de crédito de uso contínuo e prolongado. Ele não é a ferramenta financeira adequada para isso. Ele deveria ser usado apenas para crises e situações emergenciais, assim como um medicamento corticoide que funciona bem em casos de dor extrema, mas não deve ser usado de forma continuada, pois pode intoxicar o organismo. Enfim, a culpa não é do cartão, mas sim da “pecinha”…

Entendendo, então, que o cartão é inocente, quais são as grandes vantagens dele? Onde podemos tê-lo como aliado e não como um destruidor de orçamentos?

1)      Crédito “grátis”

Grátis “uma ova”! O custo do cartão de crédito para o lojista e para a administradora está embutido no preço dos produtos. Existe muita discussão sobre a adoção de um preço diferenciado para produtos pagos com cartão ou por outros meios, mas ao menos por enquanto a regra é que o preço seja igual, independente do meio de pagamento.

Ao não usar o cartão, você está subsidiando o custo do cartão de crédito de outras pessoas que estão usando, já que ele está embutido no preço do produto que é pago por todo mundo. Então por que não usá-lo? Ainda que você pague em dinheiro e opte por não usar o cartão, estará pagando pelo cartão de qualquer forma. E ainda pode aproveitar do crédito supostamente “grátis” de até trinta dias (não estou falando de rotativo aqui) para pagamento da fatura.

2)      Conveniência e segurança

É mais conveniente carregar um cartão do que uma grande quantia de dinheiro “vivo” (mas não é interessante andar só com o cartão e sem dinheiro nenhum). Em caso de roubo, alguns cartões são protegidos por seguro e podem ser cancelados. Já o dinheiro, “se sumir, sumiu”.

3)      Vantagens e programas de fidelidade

O custo desses programas é outra coisa que acaba sendo embutida em outros lugares e acabamos pagando por isso sem saber, então por que não tirar proveito, já que estamos pagando mesmo? Apenas cuidado para não cair na armadilha de fazer gastos desnecessários simplesmente para acumular pontos.

4)      “Auditabilidade”

Para mim, uma das maiores vantagens. As transações feitas em cartão de crédito deixam registros detalhados na fatura e facilitam os controles financeiros. A possibilidade de consultar as faturas online em tempo real, antes do fechamento, facilita ainda mais esse controle. Nossos gastos ficam perfeitamente “auditáveis”.

Fazer registro de cada compra é algo maçante e trabalhoso, e quando fazemos nossas transações apenas com dinheiro, em algum momento acabamos deixando os controles de lado. O cartão faz essa “parte chata” por nós.

O custo do rotativo é, de longe, a maior desvantagem do cartão de crédito. Existem outras, contudo a maioria delas está associada não ao cartão, mas a nós mesmos (a tal “pecinha” de novo…), como a falsa sensação de que temos “dinheiro sobrando” e a facilidade de cair em tentações de consumo.

Mas se conseguirmos isolar aquilo que é nossa responsabilidade e não atribuir ao cartão de crédito poderes “maléficos” que ele não tem, podemos focar nas vantagens que ele oferece para deixar nossa vida financeira mais fácil e mais eficiente.

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