A “equação da picaretagem”
Como ter mais dinheiro? Existem milhares de respostas possíveis para esta pergunta, mas talvez a mais óbvia e efetiva seja: “Não perdendo dinheiro”. O gerenciamento de riscos é uma peça chave em qualquer planejamento financeiro, seja ele pessoal ou empresarial. Em qualquer circunstância, é muito importante controlar as perdas. Pessoas e empresas perdem dinheiro basicamente de duas formas. Uma delas é por conta de gerenciamento de riscos deficiente. Não nos […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 20 de março de 2013 às 10h18.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h06.
Como ter mais dinheiro? Existem milhares de respostas possíveis para esta pergunta, mas talvez a mais óbvia e efetiva seja: “Não perdendo dinheiro”.
O gerenciamento de riscos é uma peça chave em qualquer planejamento financeiro, seja ele pessoal ou empresarial. Em qualquer circunstância, é muito importante controlar as perdas.
Pessoas e empresas perdem dinheiro basicamente de duas formas. Uma delas é por conta de gerenciamento de riscos deficiente. Não nos preparamos adequadamente para contingências e eventos ruins que podem acontecer e acabamos tendo perdas por conta disso. Um exemplo típico: Você foi bancar o atleta de fim de semana, tropeçou, caiu no chão e quebrou a perna. Vai para o hospital e não tem plano de saúde. Resultado? Prejuízo, uma tala de gesso e alguns dias de molho (que podem representar mais prejuízo ainda).
A outra forma de perder dinheiro é, simplesmente, fazendo bobagens. E quer bobagem maior do que cair em um golpe disfarçado de investimento ou oportunidade de negócios e que promete muito dinheiro rápido, fácil e sem risco?
Pois é. Apesar de esse tipo de golpe ser mais velho que “guaraná com rolha” (as famosas pirâmides ou “ esquemas Ponzi ”), as pessoas continuam caindo nele como se fosse novidade. E isso voltou a ser um assunto “da moda” no exato momento em que escrevo este texto, com a imprensa fazendo várias referências ao que se acredita ser, possivelmente, o maior golpe da história do Brasil.
Quando escrevi meu primeiro livro, chamado “MoneyFit” (publicado em 2010), dediquei um capítulo inteiro a essa questão dos golpes e picaretagens. Como identificar golpes e como não ser vítima das arapucas.
No livro, em determinado momento, eu falo sobre algo que chamei de “equação da picaretagem”, que eu represento da seguinte forma:
Vítima + Picareta + Ambiente Favorável = Picaretagem
A vítima é uma pessoa que tem como atributos a ingenuidade ou a ganância (talvez os dois juntos). O picareta é o indivíduo que tem como atributos a ganância e a desonestidade, podendo tanto ser o “cabeça” do esquema (o “picaretão”) ou aqueles indivíduos que trabalham “no varejo”, tentando arrumar incautos para entrar no golpe, fornecendo dinheiro novo para que a “pirâmide” continue crescendo (os “picaretinhas”).
O terceiro fator é o “ambiente favorável”. Temos um ambiente favorável às picaretagens quando temos uma legislação inadequada e cheia de brechas, autoridades policiais omissas ou deficientes e um sistema judiciário lento e que não pune adequadamente os criminosos.
Uma situação econômica ruim pode potencializar esse “ambiente favorável” aos golpes, principalmente quando afeta negativamente o nível de emprego. Nesse tipo de circunstância, as pessoas ficam mais tentadas a procurar soluções pouco ortodoxas para seus problemas financeiros.
Existem pessoas que realmente “caem como patos”. Se deixam seduzir pelas promessas e acabam entrando com tudo o que têm e o que não têm num esquema furado desses. Mas é surpreendentemente grande o número de pessoas que entram no esquema SABENDO EXATAMENTE o que estão fazendo. Pessoas que sabem que estão entrando numa pirâmide e encaram isso como um “investimento de risco”. Colocam o dinheiro (uma quantia que representa uma perda tolerável) e apenas torcem para que consigam ficar fora da “base” da pirâmide, que é onde está a maioria das pessoas que entram no esquema e que vão terminar sem nada. O que vier é lucro.
Pensando exclusivamente do ponto de vista financeiro, é uma ideia que até faz algum sentido. Tem pessoas que chegam a criar “sistemas” para entrar em pirâmides, definindo parâmetros como a data de criação, o valor “investido” e um prazo previamente estipulado para recuperar o que der e pular fora, deixando o “abacaxi” para os demais.
Pode fazer sentido do ponto de vista financeiro, mas não faz sentido do ponto de vista moral. Esquemas de pirâmide envolvem, necessariamente, colocar outras pessoas na jogada. Pessoas que correrão um risco ainda maior de perder tudo o que colocaram. E muitas vezes essas pessoas não têm nenhuma noção de onde estão entrando, acreditando realmente que aquilo se trata de uma oportunidade legítima e colocando, às vezes, os recursos de uma vida inteira naquela furada.
Como ter mais dinheiro? Existem milhares de respostas possíveis para esta pergunta, mas talvez a mais óbvia e efetiva seja: “Não perdendo dinheiro”.
O gerenciamento de riscos é uma peça chave em qualquer planejamento financeiro, seja ele pessoal ou empresarial. Em qualquer circunstância, é muito importante controlar as perdas.
Pessoas e empresas perdem dinheiro basicamente de duas formas. Uma delas é por conta de gerenciamento de riscos deficiente. Não nos preparamos adequadamente para contingências e eventos ruins que podem acontecer e acabamos tendo perdas por conta disso. Um exemplo típico: Você foi bancar o atleta de fim de semana, tropeçou, caiu no chão e quebrou a perna. Vai para o hospital e não tem plano de saúde. Resultado? Prejuízo, uma tala de gesso e alguns dias de molho (que podem representar mais prejuízo ainda).
A outra forma de perder dinheiro é, simplesmente, fazendo bobagens. E quer bobagem maior do que cair em um golpe disfarçado de investimento ou oportunidade de negócios e que promete muito dinheiro rápido, fácil e sem risco?
Pois é. Apesar de esse tipo de golpe ser mais velho que “guaraná com rolha” (as famosas pirâmides ou “ esquemas Ponzi ”), as pessoas continuam caindo nele como se fosse novidade. E isso voltou a ser um assunto “da moda” no exato momento em que escrevo este texto, com a imprensa fazendo várias referências ao que se acredita ser, possivelmente, o maior golpe da história do Brasil.
Quando escrevi meu primeiro livro, chamado “MoneyFit” (publicado em 2010), dediquei um capítulo inteiro a essa questão dos golpes e picaretagens. Como identificar golpes e como não ser vítima das arapucas.
No livro, em determinado momento, eu falo sobre algo que chamei de “equação da picaretagem”, que eu represento da seguinte forma:
Vítima + Picareta + Ambiente Favorável = Picaretagem
A vítima é uma pessoa que tem como atributos a ingenuidade ou a ganância (talvez os dois juntos). O picareta é o indivíduo que tem como atributos a ganância e a desonestidade, podendo tanto ser o “cabeça” do esquema (o “picaretão”) ou aqueles indivíduos que trabalham “no varejo”, tentando arrumar incautos para entrar no golpe, fornecendo dinheiro novo para que a “pirâmide” continue crescendo (os “picaretinhas”).
O terceiro fator é o “ambiente favorável”. Temos um ambiente favorável às picaretagens quando temos uma legislação inadequada e cheia de brechas, autoridades policiais omissas ou deficientes e um sistema judiciário lento e que não pune adequadamente os criminosos.
Uma situação econômica ruim pode potencializar esse “ambiente favorável” aos golpes, principalmente quando afeta negativamente o nível de emprego. Nesse tipo de circunstância, as pessoas ficam mais tentadas a procurar soluções pouco ortodoxas para seus problemas financeiros.
Existem pessoas que realmente “caem como patos”. Se deixam seduzir pelas promessas e acabam entrando com tudo o que têm e o que não têm num esquema furado desses. Mas é surpreendentemente grande o número de pessoas que entram no esquema SABENDO EXATAMENTE o que estão fazendo. Pessoas que sabem que estão entrando numa pirâmide e encaram isso como um “investimento de risco”. Colocam o dinheiro (uma quantia que representa uma perda tolerável) e apenas torcem para que consigam ficar fora da “base” da pirâmide, que é onde está a maioria das pessoas que entram no esquema e que vão terminar sem nada. O que vier é lucro.
Pensando exclusivamente do ponto de vista financeiro, é uma ideia que até faz algum sentido. Tem pessoas que chegam a criar “sistemas” para entrar em pirâmides, definindo parâmetros como a data de criação, o valor “investido” e um prazo previamente estipulado para recuperar o que der e pular fora, deixando o “abacaxi” para os demais.
Pode fazer sentido do ponto de vista financeiro, mas não faz sentido do ponto de vista moral. Esquemas de pirâmide envolvem, necessariamente, colocar outras pessoas na jogada. Pessoas que correrão um risco ainda maior de perder tudo o que colocaram. E muitas vezes essas pessoas não têm nenhuma noção de onde estão entrando, acreditando realmente que aquilo se trata de uma oportunidade legítima e colocando, às vezes, os recursos de uma vida inteira naquela furada.