Sentimentos e emoções: o novo paradigma a ser quebrado nas empresas
Em pesquisa da The School of Life com a Robert Half, 28,16% dos entrevistados declararam não ter recebido nenhum apoio nesses pontos
patalv01
Publicado em 10 de setembro de 2021 às 08h30.
Na semana passada, eu levantei aqui a questão sobre a importância de falar da saúde mental nas empresas e apresentei sugestões de como criar uma cultura de satisfação no trabalho como um passo para oferecer um clima organizacional mais saudável para o colaborador. Mas um dado da pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, despertou em mim a necessidade de ampliar um pouco mais a reflexão sobre o tema.
Muitas pessoas ainda não abordam o tema no trabalho
De acordo com o estudo, 60,97% dos 491 profissionais entrevistados declararam que, durante a pandemia, notaram o aumento do nível de preocupação das empresas nas quais atuam com relação ao bem-estar emocional e à saúde mental dos colaboradores. O dado, certamente, é um sinal de evolução na cultura corporativa. Porém, ainda assim, 62,14% dos entrevistados sentem que não têm liberdade para falar dos seus sentimentos e das suas emoções no ambiente de trabalho. Fiquei pensando no que pode ser feito para melhorarmos isso...
Exemplos de apoio oferecidos pelas empresas em prol do bem-estar emocional
Um abalo emocional tende a impactar diretamente no engajamento e na produtividade de uma pessoa, como aconteceu com mais de 50% dos líderes e liderados entrevistados. Para amenizar essa situação e evitar agravamento dos danos no bem-estar das equipes e, consequentemente, no resultado dos negócios, o estudo mapeou que as empresas têm adotado algumas boas práticas, como:
- horários flexíveis (resposta de 37,67% dos entrevistados);
- conversas individuais com o gestor da área (32,43%) ou com profissionais de RH (27,96%);
- contato emergencial com um psicólogo por telefone (27,77%); e
- ajuda de custo para terapias (12,23%) ou cursos de bem-estar (5,24%).
O sucesso de uma organização também depende da mente do colaborador
O que me preocupa é que, do total de entrevistados, 28,16% declararam que, durante a pandemia, a empresa não tem oferecido nenhum apoio a colaboradores que se sentem emocionalmente abalados ou estão enfrentando questões relacionadas à saúde mental. Eu entendo que, na correria do dia a dia, principalmente em períodos mais incertos e instáveis, pode ser difícil não deixar que processos, ações e decisões tenham como base a razão e a praticidade. Mas, acredite, é fundamental que as organizações mantenham o monitoramento de fatores que possam estar impedindo o seu colaborador de entregar o seu melhor ao negócio. Esse processo envolve, ainda, preparar as lideranças para liderarem melhor com os próprios desafios pessoais e profissionais e oferecer aos liderados um primeiro apoio a possíveis questões psicológicas.
Estamos caminhando para um modelo de operação cada vez mais automatizado, em diferentes áreas, setores e níveis hierárquicos. Mas sem uma inteligência humana saudável por trás de todas as maravilhosas tecnologias que já estão por aí e que ainda vão surgir, jamais conseguiremos nos beneficiar adequadamente de todo o potencial das novidades dessa nova Era para avançar cada vez mais.
Aqui neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar
Na semana passada, eu levantei aqui a questão sobre a importância de falar da saúde mental nas empresas e apresentei sugestões de como criar uma cultura de satisfação no trabalho como um passo para oferecer um clima organizacional mais saudável para o colaborador. Mas um dado da pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho, realizada pela The School of Life, em parceria com a Robert Half, despertou em mim a necessidade de ampliar um pouco mais a reflexão sobre o tema.
Muitas pessoas ainda não abordam o tema no trabalho
De acordo com o estudo, 60,97% dos 491 profissionais entrevistados declararam que, durante a pandemia, notaram o aumento do nível de preocupação das empresas nas quais atuam com relação ao bem-estar emocional e à saúde mental dos colaboradores. O dado, certamente, é um sinal de evolução na cultura corporativa. Porém, ainda assim, 62,14% dos entrevistados sentem que não têm liberdade para falar dos seus sentimentos e das suas emoções no ambiente de trabalho. Fiquei pensando no que pode ser feito para melhorarmos isso...
Exemplos de apoio oferecidos pelas empresas em prol do bem-estar emocional
Um abalo emocional tende a impactar diretamente no engajamento e na produtividade de uma pessoa, como aconteceu com mais de 50% dos líderes e liderados entrevistados. Para amenizar essa situação e evitar agravamento dos danos no bem-estar das equipes e, consequentemente, no resultado dos negócios, o estudo mapeou que as empresas têm adotado algumas boas práticas, como:
- horários flexíveis (resposta de 37,67% dos entrevistados);
- conversas individuais com o gestor da área (32,43%) ou com profissionais de RH (27,96%);
- contato emergencial com um psicólogo por telefone (27,77%); e
- ajuda de custo para terapias (12,23%) ou cursos de bem-estar (5,24%).
O sucesso de uma organização também depende da mente do colaborador
O que me preocupa é que, do total de entrevistados, 28,16% declararam que, durante a pandemia, a empresa não tem oferecido nenhum apoio a colaboradores que se sentem emocionalmente abalados ou estão enfrentando questões relacionadas à saúde mental. Eu entendo que, na correria do dia a dia, principalmente em períodos mais incertos e instáveis, pode ser difícil não deixar que processos, ações e decisões tenham como base a razão e a praticidade. Mas, acredite, é fundamental que as organizações mantenham o monitoramento de fatores que possam estar impedindo o seu colaborador de entregar o seu melhor ao negócio. Esse processo envolve, ainda, preparar as lideranças para liderarem melhor com os próprios desafios pessoais e profissionais e oferecer aos liderados um primeiro apoio a possíveis questões psicológicas.
Estamos caminhando para um modelo de operação cada vez mais automatizado, em diferentes áreas, setores e níveis hierárquicos. Mas sem uma inteligência humana saudável por trás de todas as maravilhosas tecnologias que já estão por aí e que ainda vão surgir, jamais conseguiremos nos beneficiar adequadamente de todo o potencial das novidades dessa nova Era para avançar cada vez mais.
Aqui neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half.
*por Fernando Mantovani, diretor geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar