Minha Ferrari roxa
Outro dia entrei na loja da Ferrari. Meu sonho era poder sentar num carro desses. Conversa vai, conversa vem com o vendedor e saímos para fazer um test drive. Eu já estava no lucro: não só sentei, como dirigi uma Ferrari! Mas tinha um problema, como sair da loja com estilo? Para quem não sabe, a Ferrari só fabrica carros em cores limitadas. Pensei rápido: “legal, vou levar, mas quero […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 07h53.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h45.
Outro dia entrei na loja da Ferrari. Meu sonho era poder sentar num carro desses. Conversa vai, conversa vem com o vendedor e saímos para fazer um test drive. Eu já estava no lucro: não só sentei, como dirigi uma Ferrari! Mas tinha um problema, como sair da loja com estilo? Para quem não sabe, a Ferrari só fabrica carros em cores limitadas. Pensei rápido: “legal, vou levar, mas quero uma roxa”. “Roxa não fabricamos, senhor”. Então, eu fui embora, já que a empresa não poderia atender à minha necessidade.
Esta história é apenas para ilustrar a questão de oferta e demanda. No meu caso, eu não tinha intenção de comprar o carro e se ele dissesse que faria uma Ferrari roxa especialmente para mim, eu estaria encrencado. Porém, forço a reflexão de que não adianta você ter um produto de alto nível, se ele não atender à demanda do consumidor.
Ouvimos o tempo todo as empresas falarem do apagão de mão de obra qualificada no mercado. Por outro lado, muitos profissionais com qualificação não conseguem emprego. Por que há esse descasamento entre oferta e demanda?
Primeiro, é preciso entender o que é essa qualificação que as companhias procuram. Ter um diploma de uma faculdade respeitada, um MBA no currículo e falar russo fluente não vai garantir a vaga, se o que a empresa procura é alguém que conheça sobre impostos estaduais do norte e nordeste e tenha inglês intermediário. Isso não faz de você um profissional desqualificado ou menos valioso, simplesmente não é o que o mercado demanda no momento.
A qualificação que empresas buscam, muitas vezes, não vem acompanhada de títulos acadêmicos. Ela pode estar muito mais relacionada com a prática da função, com o conhecimento adquirido no uso diário de um sistema, com resultados reais em experiências anteriores. Quem tem pouco tempo de mercado ou não teve oportunidade de atuar em seu emprego, atual ou anterior, com o que está sendo pedido agora, pode, por exemplo, fazer um trabalho temporário ou mesmo pro bono para aprender a lidar com a nova ferramenta e, assim, estar apto para próximas oportunidades.
No mercado de trabalho, é preciso ter a visão do todo. Em alguns momentos, precisamos ser uma Ferrari roxa.
Outro dia entrei na loja da Ferrari. Meu sonho era poder sentar num carro desses. Conversa vai, conversa vem com o vendedor e saímos para fazer um test drive. Eu já estava no lucro: não só sentei, como dirigi uma Ferrari! Mas tinha um problema, como sair da loja com estilo? Para quem não sabe, a Ferrari só fabrica carros em cores limitadas. Pensei rápido: “legal, vou levar, mas quero uma roxa”. “Roxa não fabricamos, senhor”. Então, eu fui embora, já que a empresa não poderia atender à minha necessidade.
Esta história é apenas para ilustrar a questão de oferta e demanda. No meu caso, eu não tinha intenção de comprar o carro e se ele dissesse que faria uma Ferrari roxa especialmente para mim, eu estaria encrencado. Porém, forço a reflexão de que não adianta você ter um produto de alto nível, se ele não atender à demanda do consumidor.
Ouvimos o tempo todo as empresas falarem do apagão de mão de obra qualificada no mercado. Por outro lado, muitos profissionais com qualificação não conseguem emprego. Por que há esse descasamento entre oferta e demanda?
Primeiro, é preciso entender o que é essa qualificação que as companhias procuram. Ter um diploma de uma faculdade respeitada, um MBA no currículo e falar russo fluente não vai garantir a vaga, se o que a empresa procura é alguém que conheça sobre impostos estaduais do norte e nordeste e tenha inglês intermediário. Isso não faz de você um profissional desqualificado ou menos valioso, simplesmente não é o que o mercado demanda no momento.
A qualificação que empresas buscam, muitas vezes, não vem acompanhada de títulos acadêmicos. Ela pode estar muito mais relacionada com a prática da função, com o conhecimento adquirido no uso diário de um sistema, com resultados reais em experiências anteriores. Quem tem pouco tempo de mercado ou não teve oportunidade de atuar em seu emprego, atual ou anterior, com o que está sendo pedido agora, pode, por exemplo, fazer um trabalho temporário ou mesmo pro bono para aprender a lidar com a nova ferramenta e, assim, estar apto para próximas oportunidades.
No mercado de trabalho, é preciso ter a visão do todo. Em alguns momentos, precisamos ser uma Ferrari roxa.