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Etarismo no mercado de trabalho: é hora de agir

Como o preconceito contra profissionais 50+ afeta a atração e retenção de talentos

Como o preconceito contra profissionais 50+ afeta a atração e retenção de talentos (sorbetto/Getty Images)

Publicado em 4 de outubro de 2024 às 08h30.

O Dia Mundial do Idoso, celebrado na última terça-feira (1º de outubro), reforça a importância de refletirmos sobre um tema que, apesar de estar ganhando espaço nas discussões corporativas, ainda enfrenta barreiras significativas: o etarismo. O preconceito contra profissionais com mais de 50 anos continua a impactar a atração, retenção e crescimento desses talentos no mercado de trabalho.

Embora muitas empresas reconheçam a importância da diversidade em geral, a diversidade etária ainda é negligenciada, como mostram os dados mais recentes da pesquisa “Etarismo e inclusão da diversidade geracional nas organizações”, realizada em parceria pela Robert Half e Labora.

Os números revelam um cenário preocupante: profissionais com 50 anos ou mais estão sub-representados, especialmente quando somados a outras interseccionalidades, como gênero e etnia. Em muitos casos, o ambiente de trabalho não está preparado para lidar com as questões geracionais, e muitos processos de seleção e retenção não tratam a diversidade etária como prioridade. Esse contexto não apenas perpetua um ciclo de exclusão, como também impede que as empresas aproveitem a vasta experiência e o conhecimento que esses profissionais trazem.

As barreiras ainda existentes

De acordo com a pesquisa, 69% das empresas reconhecem que não oferecem oportunidades equitativas para diferentes faixas etárias em seus ambientes de trabalho. A falta de letramento sobre etarismo e a ausência de conscientização nos ambientes corporativos são desafios que precisam ser superados.

A inclusão geracional vai além da simples contratação de profissionais seniores; é necessário criar espaços saudáveis para a colaboração intergeracional e implementar programas de desenvolvimento que valorizem as habilidades e o conhecimento acumulado por esses profissionais ao longo dos anos.

Outro dado alarmante: 77% das empresas afirmam não possuir iniciativas voltadas para ampliar a diversidade geracional em seus processos seletivos. Isso afeta diretamente a competitividade das companhias, que perdem a oportunidade de integrar equipes mais diversas e inovadoras, enquanto os profissionais 50+ enfrentam a falta de reconhecimento por sua capacidade de adaptação e contribuição.

A diversidade etária é uma estratégia de negócios

A diversidade, em qualquer forma, é um imperativo estratégico. O que algumas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de profissionais seniores pode ser um diferencial competitivo. Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências única, em que inovação e sabedoria se complementam. Em um mercado que exige constante adaptação, talentos seniores têm muito a oferecer em termos de liderança, resiliência e visão de longo prazo.

A tendência de novos formatos de contratação para esses profissionais, como trabalhos por projeto, já demonstra sucesso. No entanto, é necessário um esforço maior para que essas iniciativas se consolidem e se tornem a norma.

Para lidar de forma eficaz com o etarismo e promover uma cultura de inclusão geracional, sugiro algumas ações que podem ser implementadas:

  1. Programas de requalificação: Oferecer oportunidades de aprendizado contínuo para profissionais seniores, de modo que possam atualizar suas habilidades e acompanhar as inovações do mercado;
  2. Políticas de contratação justas: Revisar processos de recrutamento e seleção para garantir que não haja vieses inconscientes, implementando práticas que valorizem a diversidade etária;
  3. Espaços de colaboração intergeracional: Incentivar o diálogo entre gerações, promovendo a troca de experiências e fortalecendo a cultura organizacional
  4. Acompanhamento do progresso: Estabelecer indicadores de diversidade etária e acompanhar o impacto dessas políticas ao longo do tempo;
  5. Mudança cultural: Incentivar uma cultura de respeito à longevidade, onde a experiência seja valorizada e os profissionais seniores sintam-se parte integrante da estratégia da empresa.


O mercado de trabalho brasileiro está apenas no início de sua jornada de conscientização sobre o etarismo. Felizmente, sinais de mudança começam a surgir. À medida que o envelhecimento da população global avança, as empresas que reconhecerem o valor da diversidade etária estarão à frente, isso é certo.

Profissionais com mais de 50 anos devem ser vistos como peças-chave no desenvolvimento de lideranças, na transmissão de conhecimentos e na construção de uma cultura organizacional mais inclusiva. Agora é o momento de refletirmos sobre as barreiras que ainda persistem e, mais importante, sobre as ações necessárias para superá-las.

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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Embora muitas empresas reconheçam a importância da diversidade em geral, a diversidade etária ainda é negligenciada, como mostram os dados mais recentes da pesquisa “Etarismo e inclusão da diversidade geracional nas organizações”, realizada em parceria pela Robert Half e Labora.

Os números revelam um cenário preocupante: profissionais com 50 anos ou mais estão sub-representados, especialmente quando somados a outras interseccionalidades, como gênero e etnia. Em muitos casos, o ambiente de trabalho não está preparado para lidar com as questões geracionais, e muitos processos de seleção e retenção não tratam a diversidade etária como prioridade. Esse contexto não apenas perpetua um ciclo de exclusão, como também impede que as empresas aproveitem a vasta experiência e o conhecimento que esses profissionais trazem.

As barreiras ainda existentes

De acordo com a pesquisa, 69% das empresas reconhecem que não oferecem oportunidades equitativas para diferentes faixas etárias em seus ambientes de trabalho. A falta de letramento sobre etarismo e a ausência de conscientização nos ambientes corporativos são desafios que precisam ser superados.

A inclusão geracional vai além da simples contratação de profissionais seniores; é necessário criar espaços saudáveis para a colaboração intergeracional e implementar programas de desenvolvimento que valorizem as habilidades e o conhecimento acumulado por esses profissionais ao longo dos anos.

Outro dado alarmante: 77% das empresas afirmam não possuir iniciativas voltadas para ampliar a diversidade geracional em seus processos seletivos. Isso afeta diretamente a competitividade das companhias, que perdem a oportunidade de integrar equipes mais diversas e inovadoras, enquanto os profissionais 50+ enfrentam a falta de reconhecimento por sua capacidade de adaptação e contribuição.

A diversidade etária é uma estratégia de negócios

A diversidade, em qualquer forma, é um imperativo estratégico. O que algumas empresas ainda não perceberam é que a inclusão de profissionais seniores pode ser um diferencial competitivo. Companhias que apostam na diversidade etária promovem uma troca de experiências única, em que inovação e sabedoria se complementam. Em um mercado que exige constante adaptação, talentos seniores têm muito a oferecer em termos de liderança, resiliência e visão de longo prazo.

A tendência de novos formatos de contratação para esses profissionais, como trabalhos por projeto, já demonstra sucesso. No entanto, é necessário um esforço maior para que essas iniciativas se consolidem e se tornem a norma.

Para lidar de forma eficaz com o etarismo e promover uma cultura de inclusão geracional, sugiro algumas ações que podem ser implementadas:

  1. Programas de requalificação: Oferecer oportunidades de aprendizado contínuo para profissionais seniores, de modo que possam atualizar suas habilidades e acompanhar as inovações do mercado;
  2. Políticas de contratação justas: Revisar processos de recrutamento e seleção para garantir que não haja vieses inconscientes, implementando práticas que valorizem a diversidade etária;
  3. Espaços de colaboração intergeracional: Incentivar o diálogo entre gerações, promovendo a troca de experiências e fortalecendo a cultura organizacional
  4. Acompanhamento do progresso: Estabelecer indicadores de diversidade etária e acompanhar o impacto dessas políticas ao longo do tempo;
  5. Mudança cultural: Incentivar uma cultura de respeito à longevidade, onde a experiência seja valorizada e os profissionais seniores sintam-se parte integrante da estratégia da empresa.


O mercado de trabalho brasileiro está apenas no início de sua jornada de conscientização sobre o etarismo. Felizmente, sinais de mudança começam a surgir. À medida que o envelhecimento da população global avança, as empresas que reconhecerem o valor da diversidade etária estarão à frente, isso é certo.

Profissionais com mais de 50 anos devem ser vistos como peças-chave no desenvolvimento de lideranças, na transmissão de conhecimentos e na construção de uma cultura organizacional mais inclusiva. Agora é o momento de refletirmos sobre as barreiras que ainda persistem e, mais importante, sobre as ações necessárias para superá-las.

Aqui, neste Blog , você encontra outros artigos sobre carreira, gestão e mercado de trabalho. Também é possível ter mais informações sobre os temas na Central do Conhecimento do site da Robert Half. Se você gosta de podcasts, não deixe de acompanhar o Robert Half Talks .

*por Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul e autor do livro Para quem está na chuva… e não quer se molhar

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