Os ministérios de Bolsonaro saíram do distópico "1984", de George Orwell
Na obra, Ministérios do Amor, da Paz, da Verdade e da Abundância controlavam o país
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2018 às 13h47.
Última atualização em 29 de novembro de 2018 às 13h50.
Na clássica distopia “1984”, de George Orwell, o Partido que governava em obediência ao Grande Irmão reduziu a quatro os ministérios do país fictício. O Ministério da Verdade, que se ocupava de notícias, entretenimento, educação e cultura; o Ministério da Paz, responsável por guerras; o Ministério da Abundância (Ministry of Plenty), que cuida da economia, e o Ministério do Amor, que mantém o Estado de Direito, a Justiça e a Segurança Pública.
O novo Ministério da Cidadania a ser criado por Jair Bolsonaro (PSL) em janeiro tem um quê orwelliano. Junta três pastas: Cultura, Desenvolvimento Social e Esporte. O indicado é Osmar Terra (MDB), deputado federal que foi ministro do Desenvolvimento Social de Michel Temer (MDB). Esse ministério é responsável pelo Bolsa Família . Tem certo peso institucional e orçamentário por conta disso, mas não seria suficiente para agradar um MDB de 60 deputados. Para o MDB de 34 deputados que saiu das urnas em outubro, está de ótimo tamanho.
A tendência é que esporte e cultura sejam ignorados e tenham orçamentos paupérrimos. Osmar Terra não tem o menor interesse por essas áreas e o dinheiro é curto. Provavelmente o foco estará em fazer um “pente-fino” nos beneficiários do Bolsa Família. Isto é positivo para coibir desvios, mas péssimo porque pinta de fraudulenta uma das políticas públicas mais bem-sucedidas dos últimos trinta anos na América Latina.
Retomando o espírito de Orwell: a Verdade está com Carlos Bolsonaro (PSL) e a Paz com generais comandados por um capitão. Abundância e Amor serão tarefas dos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro. O ministério dos cidadãos entra no fim do segundo tempo.
Na clássica distopia “1984”, de George Orwell, o Partido que governava em obediência ao Grande Irmão reduziu a quatro os ministérios do país fictício. O Ministério da Verdade, que se ocupava de notícias, entretenimento, educação e cultura; o Ministério da Paz, responsável por guerras; o Ministério da Abundância (Ministry of Plenty), que cuida da economia, e o Ministério do Amor, que mantém o Estado de Direito, a Justiça e a Segurança Pública.
O novo Ministério da Cidadania a ser criado por Jair Bolsonaro (PSL) em janeiro tem um quê orwelliano. Junta três pastas: Cultura, Desenvolvimento Social e Esporte. O indicado é Osmar Terra (MDB), deputado federal que foi ministro do Desenvolvimento Social de Michel Temer (MDB). Esse ministério é responsável pelo Bolsa Família . Tem certo peso institucional e orçamentário por conta disso, mas não seria suficiente para agradar um MDB de 60 deputados. Para o MDB de 34 deputados que saiu das urnas em outubro, está de ótimo tamanho.
A tendência é que esporte e cultura sejam ignorados e tenham orçamentos paupérrimos. Osmar Terra não tem o menor interesse por essas áreas e o dinheiro é curto. Provavelmente o foco estará em fazer um “pente-fino” nos beneficiários do Bolsa Família. Isto é positivo para coibir desvios, mas péssimo porque pinta de fraudulenta uma das políticas públicas mais bem-sucedidas dos últimos trinta anos na América Latina.
Retomando o espírito de Orwell: a Verdade está com Carlos Bolsonaro (PSL) e a Paz com generais comandados por um capitão. Abundância e Amor serão tarefas dos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro. O ministério dos cidadãos entra no fim do segundo tempo.