As lições do Irã sobre o coronavírus: políticos também ficam doentes
Em questões graves de saúde, paranoias de governantes podem ser fatais
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2020 às 14h11.
Última atualização em 12 de março de 2020 às 15h35.
“Será a primeira sexta-feira sem rezar pela morte de estrangeiros”, escreveu um iraniano piadista após saber que as preces de sexta-feira, 6 de março, haviam sido canceladas no país. Até hoje, quatro políticos morreram em decorrência do coronavírus. A vice-presidente Masoumeh Ebtekar também está infectada.
Mesmo com mais de oito mil casos confirmados e mais de 200 mortes, os mandantes iranianos não estão levando a pandemia tão a sério quanto poderiam. O general Hossein Salami, da Guarda Revolucionária do Irã (pertencente às Forças Armadas), diz que o vírus é um ataque biológico comandado pelos Estados Unidos – primeiro na China, depois no Irã.
A paranoia de Salami não explica a Itália, muito menos o contato do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, com o presidente Donald Trump. Wajngarten disse no Twitter que está bem e não precisa de abraço do Drauzio Varella, mas está infectado e descansando em casa. Como não poderia deixar de ser, reclamou da imprensa.
Em menor grau do que no Irã, alguns políticos brasileiros parecem mais confortáveis com notícias falsas e paranoia do que com a verdade. Muitos de seus seguidores também. O melhor exemplo que vi no Twitter foi de um sujeito que acha o coronavirus um “leve resfriado, comparado à pandemia devastadora do #comunavirus, que empesteia a humanidade, causando devastação, miséria, mortes e extinção em massa”.
No Irã, esse tipo de pensamento está resultando em caos, com um governo descoordenado bloqueando acesso a algumas cidades enquanto os funcionários estatais continuam trabalhando normalmente.
O presidente Jair Bolsonaro acaba de realizar um teste para saber se está com o coronavírus. O resultado sairá na sexta-feira. Até lá, nossa sorte é que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), está sendo responsável e sereno.
(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)
“Será a primeira sexta-feira sem rezar pela morte de estrangeiros”, escreveu um iraniano piadista após saber que as preces de sexta-feira, 6 de março, haviam sido canceladas no país. Até hoje, quatro políticos morreram em decorrência do coronavírus. A vice-presidente Masoumeh Ebtekar também está infectada.
Mesmo com mais de oito mil casos confirmados e mais de 200 mortes, os mandantes iranianos não estão levando a pandemia tão a sério quanto poderiam. O general Hossein Salami, da Guarda Revolucionária do Irã (pertencente às Forças Armadas), diz que o vírus é um ataque biológico comandado pelos Estados Unidos – primeiro na China, depois no Irã.
A paranoia de Salami não explica a Itália, muito menos o contato do chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, com o presidente Donald Trump. Wajngarten disse no Twitter que está bem e não precisa de abraço do Drauzio Varella, mas está infectado e descansando em casa. Como não poderia deixar de ser, reclamou da imprensa.
Em menor grau do que no Irã, alguns políticos brasileiros parecem mais confortáveis com notícias falsas e paranoia do que com a verdade. Muitos de seus seguidores também. O melhor exemplo que vi no Twitter foi de um sujeito que acha o coronavirus um “leve resfriado, comparado à pandemia devastadora do #comunavirus, que empesteia a humanidade, causando devastação, miséria, mortes e extinção em massa”.
No Irã, esse tipo de pensamento está resultando em caos, com um governo descoordenado bloqueando acesso a algumas cidades enquanto os funcionários estatais continuam trabalhando normalmente.
O presidente Jair Bolsonaro acaba de realizar um teste para saber se está com o coronavírus. O resultado sairá na sexta-feira. Até lá, nossa sorte é que o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), está sendo responsável e sereno.
(Este artigo expressa a opinião do autor, não representando necessariamente a opinião institucional da FGV.)