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Nove norteadores estratégicos para a cultura de uma empresa

Desenvolver intencionalmente a cultura é uma jornada de escolhas e “desescolhas” onde o coração da empresa muitas vezes deve falar mais alto que o cérebro

Cultura não é algo que uma empresa escolhe se tem ou não (AdobeStock/Reprodução)
Cultura não é algo que uma empresa escolhe se tem ou não (AdobeStock/Reprodução)

Peter Drucker dizia que a cultura de uma empresa comia a estratégia no café da manhã. Isso porque no fundo, a cultura acaba sendo o elemento mais forte na atuação de uma empresa. Ela está sempre presente, de diversas formas e jeitos e, dependendo do tamanho da empresa, ainda poderão existir muitas culturas diferentes ao mesmo tempo.

Cultura não é algo que uma empresa escolhe se tem ou não, ela existirá de qualquer maneira e precisa ser pensada e construída de maneira intencional. Mas fazer isso não tão fácil como pode parecer, principalmente porque pode tocar em assuntos delicados na empresa e que vão desde a consciência de problemas não tratados, pressões por resultados, disputas políticas internas, práticas de mercado, relacionamentos com clientes, fornecedores e colaboradores. Aliás, a cultura de uma empresa pode ser a maior aliada ou a maior inimiga de qualquer estratégia de relacionamento ou experiência do colaborador.

Por causa disso e dependendo do tamanho da empresa, muitas acabam tratando cultura apenas como mais um projeto na esteira de vários outros e com grandes chances de virar um Power Point bonito ou pior, apenas uma campanha de comunicação interna que logo será esquecida.

Mas qual a cultura que uma empresa precisa ter?

Para responder isso, coloco abaixo 9 norteadores estratégicos para o desenvolvimento de uma cultura corporativa e já adianto que desenvolver intencionalmente a cultura é uma jornada de escolhas e “desescolhas” e onde o coração da empresa muitas vezes terá que falar mais alto do que o cérebro.

1 – Cultura é o propósito da empresa colocado em prática no dia a dia. Não dá para falar em cultura corporativa se a empresa sequer tem clareza do seu propósito. E falo de um propósito nobre, que explica o motivo da empresa existir além do lucro e que vai além das definições básicas de missão, visão e valores.

2 – Para virar cultura, o propósito até pode ser tangibilizado em forma de frases ou palavras, mas é mais importe que ele seja de fato compreendido por todos. Ele deve ser mais sentido do que decorado.

3 – Para a cultura ser real, todas as pessoas em uma empresa precisam acreditar no propósito.

4 – Só vai funcionar se começar de cima pra baixo. Ou seja, a prática da cultura começa no dono, fundador, board, diretoria, pois eles são os guardiões do propósito da empresa.

5 – Acontece de dentro para fora. Uma cultura forte e consolidada influencia o mercado, vira referência e atrai pessoas (clientes, colaboradores, fornecedores, sociedade etc.).

6 – Uma cultura deve reverberar naturalmente através de exemplos e casos internos que viram referências de boas práticas. “Viralização” de casos internos podem funcionar melhor do que treinamentos e books de comportamento.

7 – A direção deve começar sempre explicando o PORQUÊ da cultura da empresa e não apenas o COMO praticá-la. O COMO nasce naturalmente quando a cultura é assimilada por todos, inclusive pelos próprios exemplos que a direção dá.

8 – A cultura NUNCA deve ser deixada de lado, nem com a justificativa de se vender mais.

9 – E por fim, a cultura não é um insight criativo. E a frase que a resume não é um simples slogan.