Cartel combinava preços por WhatsApp
O Cade, órgão de defesa da concorrência, multou em abril três das sete fabricantes de medidores de energia investigadas por formação de cartel — Dowertech, Eletra, Elo, Elster, Itron, Landis + Gyr e Nansen. A peça de acusação, obtida por EXAME, mostra que o suposto cartel tinha uma organização exemplar. Os diretores das empresas trocavam mensagens de texto pelo aplicativo WhatsApp combinando o que fazer, sempre às vésperas de licitações […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2015 às 16h41.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h03.
O Cade, órgão de defesa da concorrência, multou em abril três das sete fabricantes de medidores de energia investigadas por formação de cartel — Dowertech, Eletra, Elo, Elster, Itron, Landis + Gyr e Nansen. A peça de acusação, obtida por EXAME, mostra que o suposto cartel tinha uma organização exemplar. Os diretores das empresas trocavam mensagens de texto pelo aplicativo WhatsApp combinando o que fazer, sempre às vésperas de licitações de empresas de energia, como Elektro, Neoenergia, CPFL e Eletrobras. Os diretores, diz o Cade, trocavam planilhas com os preços que cada concorrente deveria praticar e sugestões de divisão do mercado entre as empresas. Com o passar do tempo, as empresas criaram um site em que era possível checar as propostas de cada uma para os futuros leilões. As planilhas incluíam preços iniciais a ser oferecidos e preços finais menores para simular a existência de concorrência. Segundo o Cade, o cartel chegou a rachar em 2013, quando uma das empresas, a Itron, venceu um leilão eletrônico feito pela Companhia de Eletricidade do Amapá. A “rival” Nansen era a escolhida para ganhar, mas, por um problema no software, a Itron ofereceu preços mais baixos e ganhou. A própria Itron denunciou o cartel ao Cade.
O Cade, órgão de defesa da concorrência, multou em abril três das sete fabricantes de medidores de energia investigadas por formação de cartel — Dowertech, Eletra, Elo, Elster, Itron, Landis + Gyr e Nansen. A peça de acusação, obtida por EXAME, mostra que o suposto cartel tinha uma organização exemplar. Os diretores das empresas trocavam mensagens de texto pelo aplicativo WhatsApp combinando o que fazer, sempre às vésperas de licitações de empresas de energia, como Elektro, Neoenergia, CPFL e Eletrobras. Os diretores, diz o Cade, trocavam planilhas com os preços que cada concorrente deveria praticar e sugestões de divisão do mercado entre as empresas. Com o passar do tempo, as empresas criaram um site em que era possível checar as propostas de cada uma para os futuros leilões. As planilhas incluíam preços iniciais a ser oferecidos e preços finais menores para simular a existência de concorrência. Segundo o Cade, o cartel chegou a rachar em 2013, quando uma das empresas, a Itron, venceu um leilão eletrônico feito pela Companhia de Eletricidade do Amapá. A “rival” Nansen era a escolhida para ganhar, mas, por um problema no software, a Itron ofereceu preços mais baixos e ganhou. A própria Itron denunciou o cartel ao Cade.