Bañuelos vai sair de cena
O espanhol Enrique Bañuelos vai se afastar do dia-a-dia dos negócios de sua empresa, a holding Veremonte participações. Em entrevista exclusiva à EXAME, Bañuelos diz que motivos pessoais e profissionais o levaram a tomar a decisão. “Tenho filhas entrando na adolescência e decidi que devo acompanhar essa fase mais de perto”, afirmou o espanhol. Nos últimos anos, o empresário diz que viajou pelo menos oito meses por ano. Além disso, […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2011 às 06h26.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h19.
O espanhol Enrique Bañuelos vai se afastar do dia-a-dia dos negócios de sua empresa, a holding Veremonte participações. Em entrevista exclusiva à EXAME, Bañuelos diz que motivos pessoais e profissionais o levaram a tomar a decisão. “Tenho filhas entrando na adolescência e decidi que devo acompanhar essa fase mais de perto”, afirmou o espanhol. Nos últimos anos, o empresário diz que viajou pelo menos oito meses por ano. Além disso, fixou residência em Londres, enquanto a mulher e as filhas ficaram na Espanha. “Agora consegui uma pessoa capacitada para assumir minhas funções e dar sequência aos negócios”, diz.
Para sucedê-lo, Bañuelos escolheu Xavier Adserà, um amigo espanhol, professor de finanças e sócio de um banco de investimentos na Espanha, o Riva e Garcia. Adserà foi quem cuidou do lançamento de ações da Astroc, antiga incorporadora de Bañuelos na Espanha, que foi lançada na bolsa como um fenômeno e em poucos meses viu suas ações derreterem. A queda precedeu a crise imobiliária na Espanha e fez com que Bañuelos se tornasse uma espécie de símbolo da crise.
Bañuelos chegou ao Brasil no início de 2009 fazendo muito barulho. Ele aproveitou o efeito da crise econômica mundial e comprou incorporadoras imobiliárias que enfrentavam problemas. Juntou Agra, Abyara e Klabin Segall. Meses depois de anunciar a consolidação e os planos de transformar a nova empresa, batizada de Agre, em uma das líderes do setor, Bañuelos negociou uma fusão com a PDG Realty e passou a ser o maior acionista individual, com pouco mais de 5% das ações. Não demorou muito para que ele reduzisse essa participação.
Depois investiu no agronegócio, comprando a produtora de soja Maeda. Em seguida, adquiriu a Brasil Ecodiesel e, recentemente, anunciou um acordo de compra do grupo mato-grossense Vanguarda. “Queremos criar uma ‘Vale’ do agronegócio, uma empresa brasileira com capacidade para enfrentar as grandes multinacionais como Cargill e Bunge”, afirma o espanhol.
No meio do caminho, Bañuelos anunciou novos negócios com a mesma velocidade que cancelava seus planos. Criou uma nova incorporadora imobiliária, a Veremonte Real Estate, que investiria principalmente em imóveis comerciais. “Percebemos depois que não teríamos tempo para tocar uma operação complexa como uma incorporadora e também os outros negócios”, afirma Bañuelos para explicar o fim precoce da empresa. Também anunciou a chegada para este ano de uma empresa de “cosmecêuticos” (pílulas que tem o poder de melhor a pele, o cabelo), a Forte Pharma. Desistiu sem fazer alarde. “Estudamos melhor o mercado e vimos que não há espaço para esses produtos no Brasil agora.”
Apesar da redução de sua atuação no mercado imobiliário, e de ter desistido de atuar como incorporador, Bañuelos afirma que continuará no setor, atuando como co-investidor. Recentemente ele adquiriu uma participação em uma grande área de galpões próxima ao aeroporto de Confins, em Minas Gerais. “Vamos continuar nos imóveis, no agronegócio e, no fim deste ano, entraremos em energia”, diz o espanhol. Ele afirma que negocia com grandes empresas de geração e distribuição.
Desde de sua chegada ao Brasil, Bañuelos diz que quer atuar como uma ponte entre Brasil e China. Depois de dois anos no país ele está certo de que os primeiros investimentos chineses devem ocorrer no agronegócio. “Os investidores da China têm interesse no setor e têm recursos. Isso vai ajudar a fazer a operação crescer”, afirma o espanhol, sem revelar mais detalhes. Xavier Adserà é quem vai cuidar dessa aproximação. Há dois anos, o homem escolhido por Bañuelos para sucedê-lo vem o acompanhando em viagens de negócios. Nos últimos meses, passou a visitar a China sem Bañuelos. “São países complementares e há muitos negócios para serem feitos”, afirma Adserà. O novo presidente da Veremonte também cuidará de novas aquisições no setor de agronegócios. “Há muitas empresas em vista”, diz.
Bañuelos não sairá totalmente de cena. Continuará na presidência do conselho de administração do grupo e permanecerá à frente da definição de estratégias da Veremonte. Aos 45 anos, o empresário diz que vai reduzir o ritmo de trabalho e sair de cena para cuidar da família. Mas é bom ficar de olho. Para quem revê os planos como ele, uma volta ao batente nunca estará descartada.
O espanhol Enrique Bañuelos vai se afastar do dia-a-dia dos negócios de sua empresa, a holding Veremonte participações. Em entrevista exclusiva à EXAME, Bañuelos diz que motivos pessoais e profissionais o levaram a tomar a decisão. “Tenho filhas entrando na adolescência e decidi que devo acompanhar essa fase mais de perto”, afirmou o espanhol. Nos últimos anos, o empresário diz que viajou pelo menos oito meses por ano. Além disso, fixou residência em Londres, enquanto a mulher e as filhas ficaram na Espanha. “Agora consegui uma pessoa capacitada para assumir minhas funções e dar sequência aos negócios”, diz.
Para sucedê-lo, Bañuelos escolheu Xavier Adserà, um amigo espanhol, professor de finanças e sócio de um banco de investimentos na Espanha, o Riva e Garcia. Adserà foi quem cuidou do lançamento de ações da Astroc, antiga incorporadora de Bañuelos na Espanha, que foi lançada na bolsa como um fenômeno e em poucos meses viu suas ações derreterem. A queda precedeu a crise imobiliária na Espanha e fez com que Bañuelos se tornasse uma espécie de símbolo da crise.
Bañuelos chegou ao Brasil no início de 2009 fazendo muito barulho. Ele aproveitou o efeito da crise econômica mundial e comprou incorporadoras imobiliárias que enfrentavam problemas. Juntou Agra, Abyara e Klabin Segall. Meses depois de anunciar a consolidação e os planos de transformar a nova empresa, batizada de Agre, em uma das líderes do setor, Bañuelos negociou uma fusão com a PDG Realty e passou a ser o maior acionista individual, com pouco mais de 5% das ações. Não demorou muito para que ele reduzisse essa participação.
Depois investiu no agronegócio, comprando a produtora de soja Maeda. Em seguida, adquiriu a Brasil Ecodiesel e, recentemente, anunciou um acordo de compra do grupo mato-grossense Vanguarda. “Queremos criar uma ‘Vale’ do agronegócio, uma empresa brasileira com capacidade para enfrentar as grandes multinacionais como Cargill e Bunge”, afirma o espanhol.
No meio do caminho, Bañuelos anunciou novos negócios com a mesma velocidade que cancelava seus planos. Criou uma nova incorporadora imobiliária, a Veremonte Real Estate, que investiria principalmente em imóveis comerciais. “Percebemos depois que não teríamos tempo para tocar uma operação complexa como uma incorporadora e também os outros negócios”, afirma Bañuelos para explicar o fim precoce da empresa. Também anunciou a chegada para este ano de uma empresa de “cosmecêuticos” (pílulas que tem o poder de melhor a pele, o cabelo), a Forte Pharma. Desistiu sem fazer alarde. “Estudamos melhor o mercado e vimos que não há espaço para esses produtos no Brasil agora.”
Apesar da redução de sua atuação no mercado imobiliário, e de ter desistido de atuar como incorporador, Bañuelos afirma que continuará no setor, atuando como co-investidor. Recentemente ele adquiriu uma participação em uma grande área de galpões próxima ao aeroporto de Confins, em Minas Gerais. “Vamos continuar nos imóveis, no agronegócio e, no fim deste ano, entraremos em energia”, diz o espanhol. Ele afirma que negocia com grandes empresas de geração e distribuição.
Desde de sua chegada ao Brasil, Bañuelos diz que quer atuar como uma ponte entre Brasil e China. Depois de dois anos no país ele está certo de que os primeiros investimentos chineses devem ocorrer no agronegócio. “Os investidores da China têm interesse no setor e têm recursos. Isso vai ajudar a fazer a operação crescer”, afirma o espanhol, sem revelar mais detalhes. Xavier Adserà é quem vai cuidar dessa aproximação. Há dois anos, o homem escolhido por Bañuelos para sucedê-lo vem o acompanhando em viagens de negócios. Nos últimos meses, passou a visitar a China sem Bañuelos. “São países complementares e há muitos negócios para serem feitos”, afirma Adserà. O novo presidente da Veremonte também cuidará de novas aquisições no setor de agronegócios. “Há muitas empresas em vista”, diz.
Bañuelos não sairá totalmente de cena. Continuará na presidência do conselho de administração do grupo e permanecerá à frente da definição de estratégias da Veremonte. Aos 45 anos, o empresário diz que vai reduzir o ritmo de trabalho e sair de cena para cuidar da família. Mas é bom ficar de olho. Para quem revê os planos como ele, uma volta ao batente nunca estará descartada.