Uma guerra comercial mundial recorrente
Eu tenho pensado sobre a guerra comercial de Donald Trump, que soa cada vez mais provável – especialmente porque a lei de comércio dos Estados Unidos dá à Casa Branca uma margem ampla para adotar uma postura protecionista sem necessidade de uma ação legislativa. Não era esse o objetivo da lei, mas você acha que […]
Da Redação
Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 14h16.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h29.
Eu tenho pensado sobre a guerra comercial de Donald Trump, que soa cada vez mais provável – especialmente porque a lei de comércio dos Estados Unidos dá à Casa Branca uma margem ampla para adotar uma postura protecionista sem necessidade de uma ação legislativa. Não era esse o objetivo da lei, mas você acha que esse cara liga pra isso?
Então, o que acontece se o protecionista supremo der início a uma guerra comercial, como eu suspeito que dará? As afirmações de que haverá grandes perdas líquidas de empregos nos Estados Unidos são extremamente dúbias. Mas o que aconteceria seria uma guerra comercial em escala mundial, o que causaria turbulências na estrutura econômica existente, que é fundamentada em elaboradas cadeias de valor internacionais.
No longo prazo, uma nova estrutura com cadeias menores seria construída. Porém, nesse meio tempo, algumas indústrias e fábricas se tornariam perdedores de uma hora para outra – tanto nos Estados Unidos quanto nos países desenvolvidos.
A lição que eu tirei do bastante citado artigo sobre o “choque da China” dos economistas David Autor, David Dorn e Gordon Hanson ( leia-o aqui ) foi que os modelos de Ricardo e Heckscher-Ohlin foram menos relevantes à economia política do comércio do que contribuíram para o puro ritmo das mudanças, que quebrou as concentrações locais de produção e as comunidades que elas apoiavam. O ponto é que uma curva protecionista, ao reverter o crescimento comercial que já aconteceu, produziria o mesmo tipo de choque considerando onde estamos hoje. É como naquela velha piada sobre o motorista que atropela o pedestre e tenta desfazer o acidente dando ré – passando por cima da vítima uma segunda vez.
E é esse o jeito de pensar sobre o futuro choque de Trump. Você não pode efetivamente voltar o relógio um quarto de século para trás. Até mesmo tentar isso pode produzir exatamente o tipo de mudanças rápidas e perturbadoras na produção que alimentaram a raiva operária que movimentou esta eleição.
Eu tenho pensado sobre a guerra comercial de Donald Trump, que soa cada vez mais provável – especialmente porque a lei de comércio dos Estados Unidos dá à Casa Branca uma margem ampla para adotar uma postura protecionista sem necessidade de uma ação legislativa. Não era esse o objetivo da lei, mas você acha que esse cara liga pra isso?
Então, o que acontece se o protecionista supremo der início a uma guerra comercial, como eu suspeito que dará? As afirmações de que haverá grandes perdas líquidas de empregos nos Estados Unidos são extremamente dúbias. Mas o que aconteceria seria uma guerra comercial em escala mundial, o que causaria turbulências na estrutura econômica existente, que é fundamentada em elaboradas cadeias de valor internacionais.
No longo prazo, uma nova estrutura com cadeias menores seria construída. Porém, nesse meio tempo, algumas indústrias e fábricas se tornariam perdedores de uma hora para outra – tanto nos Estados Unidos quanto nos países desenvolvidos.
A lição que eu tirei do bastante citado artigo sobre o “choque da China” dos economistas David Autor, David Dorn e Gordon Hanson ( leia-o aqui ) foi que os modelos de Ricardo e Heckscher-Ohlin foram menos relevantes à economia política do comércio do que contribuíram para o puro ritmo das mudanças, que quebrou as concentrações locais de produção e as comunidades que elas apoiavam. O ponto é que uma curva protecionista, ao reverter o crescimento comercial que já aconteceu, produziria o mesmo tipo de choque considerando onde estamos hoje. É como naquela velha piada sobre o motorista que atropela o pedestre e tenta desfazer o acidente dando ré – passando por cima da vítima uma segunda vez.
E é esse o jeito de pensar sobre o futuro choque de Trump. Você não pode efetivamente voltar o relógio um quarto de século para trás. Até mesmo tentar isso pode produzir exatamente o tipo de mudanças rápidas e perturbadoras na produção que alimentaram a raiva operária que movimentou esta eleição.