Um desastre piorado por falta de zoneamento
O desastre em Houston é em parte obra da Mãe Natureza – desastres naturais vão acontecer algumas vezes, não importa o que nós façamos -, mas com uma ajuda poderosa da ação humana. As mudanças climáticas definitivamente tornaram um evento assim mais provável. Além disso, a falta completa de zoneamento de Houston, além do fracasso […]
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2017 às 11h14.
O desastre em Houston é em parte obra da Mãe Natureza – desastres naturais vão acontecer algumas vezes, não importa o que nós façamos -, mas com uma ajuda poderosa da ação humana. As mudanças climáticas definitivamente tornaram um evento assim mais provável. Além disso, a falta completa de zoneamento de Houston, além do fracasso total em limitar o montante de terra que foi asfaltado, a tornaram muito mais vulnerável do que a geografia pura exigia.
Contudo, esta não é uma simples parábola na qual a hostilidade aos investimentos públicos é o vilão. Em geral, eu tenho desprezo por argumentos dos “dois lados da questão”: Dada a corrupção do conservadorismo americano moderno, na maioria das questões existe uma assimetria enorme entre esquerda e direita.
Mas quando se fala em políticas de uso do solo, é realmente verdade que os dois lados entendem a questão do jeito errado.
Não ter zoneamento algum, nenhum controle, pode ser desastroso, e é o que nós estamos vendo em Houston agora.
Mas um excesso de estados azuis (democratas) pode, na prática, acabar tornando o zoneamento não uma ferramenta de bom uso da terra mas de uma eterna questão de não-no-meu-quintal, impedindo a construção de novas habitações.
De fato, o uso liberal (no sentido não-político) da política de terras é provavelmente o segredo por trás do crescimento econômico do Texas. O estado não oferece salários elevados, mas proporciona moradia barata, mesmo nas grandes regiões metropolitanas. É só comparar a evolução no preço da moradia ao longo das décadas em Houston e em São Francisco (veja o gráfico aqui — perdão, o estado azul é a linha vermelha e vice-versa).
O que nós precisamos é de uma regulamentação eficaz de uso da terra que não estrangule a construção de casas. Mas como é que nós chegamos lá politicamente? Eu não faço ideia.
O desastre em Houston é em parte obra da Mãe Natureza – desastres naturais vão acontecer algumas vezes, não importa o que nós façamos -, mas com uma ajuda poderosa da ação humana. As mudanças climáticas definitivamente tornaram um evento assim mais provável. Além disso, a falta completa de zoneamento de Houston, além do fracasso total em limitar o montante de terra que foi asfaltado, a tornaram muito mais vulnerável do que a geografia pura exigia.
Contudo, esta não é uma simples parábola na qual a hostilidade aos investimentos públicos é o vilão. Em geral, eu tenho desprezo por argumentos dos “dois lados da questão”: Dada a corrupção do conservadorismo americano moderno, na maioria das questões existe uma assimetria enorme entre esquerda e direita.
Mas quando se fala em políticas de uso do solo, é realmente verdade que os dois lados entendem a questão do jeito errado.
Não ter zoneamento algum, nenhum controle, pode ser desastroso, e é o que nós estamos vendo em Houston agora.
Mas um excesso de estados azuis (democratas) pode, na prática, acabar tornando o zoneamento não uma ferramenta de bom uso da terra mas de uma eterna questão de não-no-meu-quintal, impedindo a construção de novas habitações.
De fato, o uso liberal (no sentido não-político) da política de terras é provavelmente o segredo por trás do crescimento econômico do Texas. O estado não oferece salários elevados, mas proporciona moradia barata, mesmo nas grandes regiões metropolitanas. É só comparar a evolução no preço da moradia ao longo das décadas em Houston e em São Francisco (veja o gráfico aqui — perdão, o estado azul é a linha vermelha e vice-versa).
O que nós precisamos é de uma regulamentação eficaz de uso da terra que não estrangule a construção de casas. Mas como é que nós chegamos lá politicamente? Eu não faço ideia.