Garimpando a verdade nas promessas carvoeiras de Trump
A grande notícia do discurso recente do presidente Trump no Congresso foi que nossos especialistas não estão aprendendo. Depois de todos os fiascos de 2016, analistas políticos ficaram perplexos com o fato de que o Sr. Trump – enquanto mente repetidamente e propõe iniciativas verdadeiramente vis – foi capaz de ler de um teleprompter sem […]
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2017 às 13h00.
Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h19.
A grande notícia do discurso recente do presidente Trump no Congresso foi que nossos especialistas não estão aprendendo. Depois de todos os fiascos de 2016, analistas políticos ficaram perplexos com o fato de que o Sr. Trump – enquanto mente repetidamente e propõe iniciativas verdadeiramente vis – foi capaz de ler de um teleprompter sem irromper em um discurso inflamado insano.
Se a democracia americana fracassar, esses supostos analistas, que na verdade são só críticos de teatro ruins, vão dividir parte da culpa. Mas, isso à parte, eu fiquei chocado com a insistência contínua do Sr. Trump em dizer que trará de volta empregos na indústria do carvão. Isso diz algo notável sobre ele e sobre a estrutura política.
Ele não irá, é claro, trazer de volta a carvoaria como profissão. O mergulho dos empregos no setor carvoeiro começou décadas atrás, conduzido principalmente pelas mudanças na mineração de superfície e remoção de cumes. Uma ressurreição parcial depois das crises do petróleo da década de 70 foi seguida por um declínio renovado (na gestão do presidente Reagan!), com o fracking e o combustível barato basicamente dando o golpe de misericórdia. Dar às empresas de carvão nova liberdade para poluir rios e às de serviços permissão para destruir o planeta não vai causar um abalo notável nessa tendência geral.
Mas aqui está a questão: Por que as pessoas estão tão obcecadas com trabalhos em carvoaria, afinal?
Mesmo no coração da terra do carvão, a indústria não tem sido realmente uma grande fonte de empregos há muito tempo. Por exemplo, na Virgínia Ocidental, quando você compara as profissões mineradoras com aquelas que envolvem algum tipo de plano de saúde, como cálculo de percentagens de emprego total, o trabalhador típico é basicamente uma enfermeira, não um mineiro – e tem sido assim há décadas.
Logo, por que aquele estado apoiou majoritariamente um candidato que não vai trazer de volta qualquer volume expressivo de empregos na mineração, mas muito possivelmente vai acabar com a cobertura médica para muitas pessoas – o que quer dizer empregos perdidos, assim como vidas destruídas?
A resposta, eu imaginaria, é que o carvão não tem a ver de verdade com carvão – é o símbolo de uma ordem social que não existe mais, e que envolve tanto coisas boas (comunidade) quanto ruins (racismo declarado).
O Sr. Trump está vendendo a fantasia de que aquela velha ordem pode ser restaurada, com promessas visivelmente substanciais sobre empregos específicos que em sua maioria estão indo embora.
Um pensamento subsequente é que o Sr. Trump pode não sair tão machucado pelo fracasso de suas promessas como alguém pode imaginar: Ele pode não concretizar empregos carvoeiros, mas pode acabar punindo vários outros tipos de trabalhos. Creio que vamos ver.
A grande notícia do discurso recente do presidente Trump no Congresso foi que nossos especialistas não estão aprendendo. Depois de todos os fiascos de 2016, analistas políticos ficaram perplexos com o fato de que o Sr. Trump – enquanto mente repetidamente e propõe iniciativas verdadeiramente vis – foi capaz de ler de um teleprompter sem irromper em um discurso inflamado insano.
Se a democracia americana fracassar, esses supostos analistas, que na verdade são só críticos de teatro ruins, vão dividir parte da culpa. Mas, isso à parte, eu fiquei chocado com a insistência contínua do Sr. Trump em dizer que trará de volta empregos na indústria do carvão. Isso diz algo notável sobre ele e sobre a estrutura política.
Ele não irá, é claro, trazer de volta a carvoaria como profissão. O mergulho dos empregos no setor carvoeiro começou décadas atrás, conduzido principalmente pelas mudanças na mineração de superfície e remoção de cumes. Uma ressurreição parcial depois das crises do petróleo da década de 70 foi seguida por um declínio renovado (na gestão do presidente Reagan!), com o fracking e o combustível barato basicamente dando o golpe de misericórdia. Dar às empresas de carvão nova liberdade para poluir rios e às de serviços permissão para destruir o planeta não vai causar um abalo notável nessa tendência geral.
Mas aqui está a questão: Por que as pessoas estão tão obcecadas com trabalhos em carvoaria, afinal?
Mesmo no coração da terra do carvão, a indústria não tem sido realmente uma grande fonte de empregos há muito tempo. Por exemplo, na Virgínia Ocidental, quando você compara as profissões mineradoras com aquelas que envolvem algum tipo de plano de saúde, como cálculo de percentagens de emprego total, o trabalhador típico é basicamente uma enfermeira, não um mineiro – e tem sido assim há décadas.
Logo, por que aquele estado apoiou majoritariamente um candidato que não vai trazer de volta qualquer volume expressivo de empregos na mineração, mas muito possivelmente vai acabar com a cobertura médica para muitas pessoas – o que quer dizer empregos perdidos, assim como vidas destruídas?
A resposta, eu imaginaria, é que o carvão não tem a ver de verdade com carvão – é o símbolo de uma ordem social que não existe mais, e que envolve tanto coisas boas (comunidade) quanto ruins (racismo declarado).
O Sr. Trump está vendendo a fantasia de que aquela velha ordem pode ser restaurada, com promessas visivelmente substanciais sobre empregos específicos que em sua maioria estão indo embora.
Um pensamento subsequente é que o Sr. Trump pode não sair tão machucado pelo fracasso de suas promessas como alguém pode imaginar: Ele pode não concretizar empregos carvoeiros, mas pode acabar punindo vários outros tipos de trabalhos. Creio que vamos ver.