Depois de anos de crises, a Europa vê crescimento significativo
Retomada econômica na Europa mostra cenário completamente diferente do de cinco anos atrás
Da Redação
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 10h14.
Aqui no mundo anglófono, a maioria de nós no meio econoespecialista tem focado muito na economia dos EUA pós-Donald Trump, e secundariamente na economia britânica pós-Brexit.
Mas volta e meia nós precisamos olhar mais para longe. Além disso, há uma história bem grande sobre a qual não se está falando muito, pelo menos nos Estados Unidos: a retomada significativa que finalmente acontece na Europa.
Durante anos, a zona do euro ficou drasticamente para trás dos Estados Unidos: Quando a América deu início a uma recuperação sustentada no fim de 2009, a Europa, surrada por crises de endividamento e pelos problemas dos custos desalinhados entre os países-membros, continuou a sofrer ao longo de 2013. A Alemanha, sem dúvida, se saiu completamente bem, em grande medida porque a economia do país foi apoiada por grandes excedentes comerciais, muitas vezes às custas das nações vizinhas.
Desde 2013, entretanto, nós temos notado crescimento significativo na Europa, com o maior crescimento ocorrendo nas regiões (tirando a Grécia) que foram mais atingidas pela crise do euro, em especial a Espanha.
Assim, o que mudou na Europa? Uma resposta importante foram três palavras de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu: “Custe o que custar”. A promessa do BCE de comprar títulos públicos se necessário quase que instantaneamente pôs fim ao pânico nos mercados de títulos do sul da Europa, reduzindo drasticamente a contaminação da Alemanha e preparando o cenário para o crescimento.
Outra coisa que aconteceu foi a desvalorização interna, isto é, a relativa deflação dos países que tinham estado supervalorizados por fluxos maciços de capital e inflação durante os anos pré-crise. A Espanha, em particular, espremeu gradualmente seus custos trabalhistas comparados à zona do euro como um todo.
Isto, por sua vez, incentivou um grande aumento das exportações, em especial de automóveis.
Portanto: Tudo está bem quando acaba bem?
Não. O Sul Europeu pagou um preço terrível durante os anos de crise. O fato de que a desvalorização interna eventualmente funcione, depois de anos de desemprego elevado, não é nem uma surpresa e tampouco uma punição para o grande sofrimento que foi enfrentado durante o período.
Se houve uma surpresa, ela foi política: a disposição das elites políticas de pagar este preço em vez de romper com o euro.
Ainda assim, é importante estar atento para o fato de que a Europa de 2018 se parece muito diferente da Europa de 2013. Pelo menos por ora, a Europa está de volta como um sistema econômico funcional.
Aqui no mundo anglófono, a maioria de nós no meio econoespecialista tem focado muito na economia dos EUA pós-Donald Trump, e secundariamente na economia britânica pós-Brexit.
Mas volta e meia nós precisamos olhar mais para longe. Além disso, há uma história bem grande sobre a qual não se está falando muito, pelo menos nos Estados Unidos: a retomada significativa que finalmente acontece na Europa.
Durante anos, a zona do euro ficou drasticamente para trás dos Estados Unidos: Quando a América deu início a uma recuperação sustentada no fim de 2009, a Europa, surrada por crises de endividamento e pelos problemas dos custos desalinhados entre os países-membros, continuou a sofrer ao longo de 2013. A Alemanha, sem dúvida, se saiu completamente bem, em grande medida porque a economia do país foi apoiada por grandes excedentes comerciais, muitas vezes às custas das nações vizinhas.
Desde 2013, entretanto, nós temos notado crescimento significativo na Europa, com o maior crescimento ocorrendo nas regiões (tirando a Grécia) que foram mais atingidas pela crise do euro, em especial a Espanha.
Assim, o que mudou na Europa? Uma resposta importante foram três palavras de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu: “Custe o que custar”. A promessa do BCE de comprar títulos públicos se necessário quase que instantaneamente pôs fim ao pânico nos mercados de títulos do sul da Europa, reduzindo drasticamente a contaminação da Alemanha e preparando o cenário para o crescimento.
Outra coisa que aconteceu foi a desvalorização interna, isto é, a relativa deflação dos países que tinham estado supervalorizados por fluxos maciços de capital e inflação durante os anos pré-crise. A Espanha, em particular, espremeu gradualmente seus custos trabalhistas comparados à zona do euro como um todo.
Isto, por sua vez, incentivou um grande aumento das exportações, em especial de automóveis.
Portanto: Tudo está bem quando acaba bem?
Não. O Sul Europeu pagou um preço terrível durante os anos de crise. O fato de que a desvalorização interna eventualmente funcione, depois de anos de desemprego elevado, não é nem uma surpresa e tampouco uma punição para o grande sofrimento que foi enfrentado durante o período.
Se houve uma surpresa, ela foi política: a disposição das elites políticas de pagar este preço em vez de romper com o euro.
Ainda assim, é importante estar atento para o fato de que a Europa de 2018 se parece muito diferente da Europa de 2013. Pelo menos por ora, a Europa está de volta como um sistema econômico funcional.