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Com o que os trabalhadores efetivamente se importam

Greg Leiserson, economista do Washington Center para o Crescimento Equitativo, escreveu recentemente um post interessante no blog deles sobre formas de avaliar a reforma tributária, em que ele argumentava que as tabelas de distribuição, que mostram os ganhos diretos e as perdas de uma mudança fiscal, medem adequadamente os ganhos em bem-estar social, e não […]

INDÚSTRIA: os trabalhadores se preocupam com o bem-estar deles, não com o que acontece com o produto interno bruto. / Carl Court/Getty Images
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Da Redação

Publicado em 5 de outubro de 2017 às 14h31.

Greg Leiserson, economista do Washington Center para o Crescimento Equitativo, escreveu recentemente um post interessante no blog deles sobre formas de avaliar a reforma tributária, em que ele argumentava que as tabelas de distribuição, que mostram os ganhos diretos e as perdas de uma mudança fiscal, medem adequadamente os ganhos em bem-estar social, e não precisam ser revisadas para considerar os esforços induzidos na oferta de mão-de-obra.

Isso chamou minha atenção porque eu levantei um ponto semelhante há três anos com relação às projeções de redução da oferta de mão-de-obra que resultaria da Lei da Saúde Acessível, e se alguém ficaria incomodado caso alguns trabalhadores se aproveitassem do Obamacare para diminuir sua jornada de trabalho, ou até mesmo abandonassem totalmente a força de trabalho.

A ideia nos dois casos é que, embora mudanças nas taxas ou transferências possa induzir mudanças no quanto as pessoas trabalham, quando você analisa essas mudanças é preciso levar em consideração que, numa primeira abordagem, os trabalhadores recebem o produto marginal deles. Isso significa que, se as transferências ampliadas levam algumas pessoas a trabalhar menos, elas também fazem com que elas recebam menos, para que o resto da sociedade não fique em situação muito pior. Se os impostos mais baixos levam os grandes ganhadores a trabalhar mais, isso também quer dizer que eles recebem mais, ou seja, o resto da sociedade não se beneficia em nada dos ganhos deles.

Esta também é, por sinal, a lógica por trás de uma proposta dos economistas Peter Diamond e Emmanuel Saez que diz que taxa máxima de imposto ideal é aquela que maximiza a receita.

Fora as taxas que eles pagam, um esforço maior dos muito ricos à primeira vista não faz diferença alguma para ninguém, porque o ganho na produção é completamente capturado pelas rendas mais altas.

Tudo isso fica obscurecido pela discussão sobre o crescimento econômico. Um lembrete: Os trabalhadores se preocupam com o bem-estar deles, não com o que acontece com o produto interno bruto. Tornar os ricos mais ricos sem uma redistribuição de renda não faz bem para o resto de nós.

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Greg Leiserson, economista do Washington Center para o Crescimento Equitativo, escreveu recentemente um post interessante no blog deles sobre formas de avaliar a reforma tributária, em que ele argumentava que as tabelas de distribuição, que mostram os ganhos diretos e as perdas de uma mudança fiscal, medem adequadamente os ganhos em bem-estar social, e não precisam ser revisadas para considerar os esforços induzidos na oferta de mão-de-obra.

Isso chamou minha atenção porque eu levantei um ponto semelhante há três anos com relação às projeções de redução da oferta de mão-de-obra que resultaria da Lei da Saúde Acessível, e se alguém ficaria incomodado caso alguns trabalhadores se aproveitassem do Obamacare para diminuir sua jornada de trabalho, ou até mesmo abandonassem totalmente a força de trabalho.

A ideia nos dois casos é que, embora mudanças nas taxas ou transferências possa induzir mudanças no quanto as pessoas trabalham, quando você analisa essas mudanças é preciso levar em consideração que, numa primeira abordagem, os trabalhadores recebem o produto marginal deles. Isso significa que, se as transferências ampliadas levam algumas pessoas a trabalhar menos, elas também fazem com que elas recebam menos, para que o resto da sociedade não fique em situação muito pior. Se os impostos mais baixos levam os grandes ganhadores a trabalhar mais, isso também quer dizer que eles recebem mais, ou seja, o resto da sociedade não se beneficia em nada dos ganhos deles.

Esta também é, por sinal, a lógica por trás de uma proposta dos economistas Peter Diamond e Emmanuel Saez que diz que taxa máxima de imposto ideal é aquela que maximiza a receita.

Fora as taxas que eles pagam, um esforço maior dos muito ricos à primeira vista não faz diferença alguma para ninguém, porque o ganho na produção é completamente capturado pelas rendas mais altas.

Tudo isso fica obscurecido pela discussão sobre o crescimento econômico. Um lembrete: Os trabalhadores se preocupam com o bem-estar deles, não com o que acontece com o produto interno bruto. Tornar os ricos mais ricos sem uma redistribuição de renda não faz bem para o resto de nós.

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