A ideia zumbi definitiva: cortes de impostos republicanos
Eu gostei da comparação histórica feita por Binyamin Appelbaum dos cortes de impostos de Trump em relação aos dos presidentes Ronald Reagan e George W. Bush no The New York Times (leia o artigo aqui: nyti.ms/2fAcU9U), embora uma comparação assim arrisque sugerir que as últimas rodadas fizeram sentido. Não fizeram. O corte tributário de Reagan […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2017 às 14h47.
Eu gostei da comparação histórica feita por Binyamin Appelbaum dos cortes de impostos de Trump em relação aos dos presidentes Ronald Reagan e George W. Bush no The New York Times (leia o artigo aqui: nyti.ms/2fAcU9U ), embora uma comparação assim arrisque sugerir que as últimas rodadas fizeram sentido. Não fizeram.
O corte tributário de Reagan causou um revés abrupto na tendência de longo prazo de uma proporção decrescente de dívida em relação ao produto interno bruto, e os cortes de impostos de Bush desfizeram o avanço fiscal da era Clinton. Por outro lado, o aumento de impostos de Clinton ajudou a produzir excedentes mesmo quando a economia passou por um grande boom, totalmente o contrário do que os suspeitos de sempre da direita previram.
Dito isso, os cortes de Trump (os “Trumpcuts”) são uma ideia ainda pior que a “Reaganomics”, e não só porque começamos com uma dívida muito maior, o legado da crise financeira, que cortou profundamente na receita e temporariamente impulsionou os gastos. Também faz diferença o fato de que nós partimos de uma taxa máxima de juros muito mais baixa do que foi a de Reagan. Reagan estava cortando impostos de uma taxa inicial de 70%; os cortes de Trump começariam de algo um pouco acima da metade disso. Por que isso importa?
Na verdade, por dois motivos. Primeiro, supõe-se que os cortes de impostos incentivem o crescimento ao elevar a quantidade de incremento da receita que uma pessoa pode manter para si. Quando você parte de uma tributação de 70%, cortar a taxa em 1% eleva o componente de consumo interno em mais de 3%. Quando você parte de 39,6%, um corte do mesmo tamanho aumenta a fatia de consumo interno pela metade. Em outras palavras, nós esperaríamos que os efeitos estimulantes de um determinado corte tributário hoje fossem apenas metade do que eram no governo do presidente Reagan.
Além disso, suponhamos, para fins de debate, que você obtenha algum crescimento extra. Quanto disso reflete em uma receita maior? Isso depende da taxa marginal do imposto, que é muito inferior atualmente, apenas um pouco acima da metade do que era em 1981.
Ou seja, mesmo se você acreditasse que a economia vudu deu certo no governo Reagan (não deu), precisaria de muito mais vudu – cerca de quatro vezes mais, na verdade – para ela funcionar agora.
O que faz você se perguntar: como podem os republicanos venderem isso como um plano responsável?
Ah, sim: eles vão simplesmente mentir.
Eu gostei da comparação histórica feita por Binyamin Appelbaum dos cortes de impostos de Trump em relação aos dos presidentes Ronald Reagan e George W. Bush no The New York Times (leia o artigo aqui: nyti.ms/2fAcU9U ), embora uma comparação assim arrisque sugerir que as últimas rodadas fizeram sentido. Não fizeram.
O corte tributário de Reagan causou um revés abrupto na tendência de longo prazo de uma proporção decrescente de dívida em relação ao produto interno bruto, e os cortes de impostos de Bush desfizeram o avanço fiscal da era Clinton. Por outro lado, o aumento de impostos de Clinton ajudou a produzir excedentes mesmo quando a economia passou por um grande boom, totalmente o contrário do que os suspeitos de sempre da direita previram.
Dito isso, os cortes de Trump (os “Trumpcuts”) são uma ideia ainda pior que a “Reaganomics”, e não só porque começamos com uma dívida muito maior, o legado da crise financeira, que cortou profundamente na receita e temporariamente impulsionou os gastos. Também faz diferença o fato de que nós partimos de uma taxa máxima de juros muito mais baixa do que foi a de Reagan. Reagan estava cortando impostos de uma taxa inicial de 70%; os cortes de Trump começariam de algo um pouco acima da metade disso. Por que isso importa?
Na verdade, por dois motivos. Primeiro, supõe-se que os cortes de impostos incentivem o crescimento ao elevar a quantidade de incremento da receita que uma pessoa pode manter para si. Quando você parte de uma tributação de 70%, cortar a taxa em 1% eleva o componente de consumo interno em mais de 3%. Quando você parte de 39,6%, um corte do mesmo tamanho aumenta a fatia de consumo interno pela metade. Em outras palavras, nós esperaríamos que os efeitos estimulantes de um determinado corte tributário hoje fossem apenas metade do que eram no governo do presidente Reagan.
Além disso, suponhamos, para fins de debate, que você obtenha algum crescimento extra. Quanto disso reflete em uma receita maior? Isso depende da taxa marginal do imposto, que é muito inferior atualmente, apenas um pouco acima da metade do que era em 1981.
Ou seja, mesmo se você acreditasse que a economia vudu deu certo no governo Reagan (não deu), precisaria de muito mais vudu – cerca de quatro vezes mais, na verdade – para ela funcionar agora.
O que faz você se perguntar: como podem os republicanos venderem isso como um plano responsável?
Ah, sim: eles vão simplesmente mentir.