A América enfrenta crises gêmeas
Neste momento, existem duas grandes crises na política americana, mas uma é claramente maior que a outra. Ainda assim, olhando minhas colunas recentes, e de modo geral meus posts em blogs e tuítes, eu percebo que tenho focado basicamente na crise menor. Eis algumas ideias do porquê. Claramente a coisa mais importante acontecendo na, e […]
Da Redação
Publicado em 3 de agosto de 2017 às 15h59.
Neste momento, existem duas grandes crises na política americana, mas uma é claramente maior que a outra. Ainda assim, olhando minhas colunas recentes, e de modo geral meus posts em blogs e tuítes, eu percebo que tenho focado basicamente na crise menor.
Eis algumas ideias do porquê.
Claramente a coisa mais importante acontecendo na, e com a, América nesse momento é a crise constitucional. Não uma crise potencial: ela já está aqui. O círculo interior do presidente Trump está sob investigação por um possível conluio com uma potência externa hostil — conspiração que pode tê-lo colocado no poder. Ele próprio, sendo ou não um alvo direto dessa investigação, é claramente suspeito. No entanto, ele já deixou clara sua determinação de bloquear qualquer investigação que chegue muito perto.
Isso é muito pior do que foi com Nixon, e no entanto todos os indícios são de que a podridão moral do Partido Republicano hoje é tão profunda que a resposta constitucional a um presidente desonesto é vazia e sem efeito.
Isso é uma ameaça existencial à república, e pode ser difícil focar em qualquer outra coisa.
Contudo, se a traição Trump-Putin não fosse notícia, todos nós estaríamos prestando atenção na cobertura pública de saúde, em que os republicanos ainda tentam impor uma lei enojante, causando um dano imenso, debaixo de um manto de segredos e mentiras.
No processo, eles estão trazendo as teorias conspiratórias ao coração da política: Qualquer tentativa de fazer uma análise objetiva, qualquer simples declaração dos fatos, só mostra que você é o inimigo.
Assim, sobre o que escrever? No meu caso, eu estou me concentrando na cobertura de saúde. Por quê?
Primeiro, vantagem comparativa pessoal. Eu não sou um expert em segurança nacional ou jurídica. Isso não vai me impedir de dar minha opinião quando eu achar que outros especialistas estão, por qualquer motivo que seja, fracassando em enxergar o óbvio — como foi o caso muito tempo atrás, quando eu coloquei meu pescoço para fora para argumentar que mentiram para entrar na guerra do Iraque.
Mas a traição Trump-Putin está, de fato, recebendo bastante atenção.
Fora isso, a economia da saúde é mais perto da minha área de especialidade a ponto de eu acreditar que sei do que estou falando (e quem consultar). Ou seja, é um tema em que eu creio que eu ainda possa acrescentar valor substancial à discussão.
Igualmente importante, a saúde é uma área onde o conhecimento do setor pode fazer uma diferença real, seja ajudando a parar a forçada de barra republicana ou ajudando a garantir que aqueles responsáveis por destruir a cobertura de saúde pública paguem o preço devido.
Por ora, por outro lado, a traição Putin-Trump está em grande parte nas mãos de Robert Mueller e do próprio Sr. Trump.
O jornalismo investigativo pode ajudar a avançar no caso, e vai ser um Deus nos acuda se e quando o Sr. Trump demitir o Sr. Mueller (que está investigando possíveis relações entre a Rússia e a campanha do presidente), o que parece mais provável de acontecer que não. Mas por enquanto, me parece que eu atendo melhor o interesse público prestando atenção no mal menor, mas ainda grande.
Neste momento, existem duas grandes crises na política americana, mas uma é claramente maior que a outra. Ainda assim, olhando minhas colunas recentes, e de modo geral meus posts em blogs e tuítes, eu percebo que tenho focado basicamente na crise menor.
Eis algumas ideias do porquê.
Claramente a coisa mais importante acontecendo na, e com a, América nesse momento é a crise constitucional. Não uma crise potencial: ela já está aqui. O círculo interior do presidente Trump está sob investigação por um possível conluio com uma potência externa hostil — conspiração que pode tê-lo colocado no poder. Ele próprio, sendo ou não um alvo direto dessa investigação, é claramente suspeito. No entanto, ele já deixou clara sua determinação de bloquear qualquer investigação que chegue muito perto.
Isso é muito pior do que foi com Nixon, e no entanto todos os indícios são de que a podridão moral do Partido Republicano hoje é tão profunda que a resposta constitucional a um presidente desonesto é vazia e sem efeito.
Isso é uma ameaça existencial à república, e pode ser difícil focar em qualquer outra coisa.
Contudo, se a traição Trump-Putin não fosse notícia, todos nós estaríamos prestando atenção na cobertura pública de saúde, em que os republicanos ainda tentam impor uma lei enojante, causando um dano imenso, debaixo de um manto de segredos e mentiras.
No processo, eles estão trazendo as teorias conspiratórias ao coração da política: Qualquer tentativa de fazer uma análise objetiva, qualquer simples declaração dos fatos, só mostra que você é o inimigo.
Assim, sobre o que escrever? No meu caso, eu estou me concentrando na cobertura de saúde. Por quê?
Primeiro, vantagem comparativa pessoal. Eu não sou um expert em segurança nacional ou jurídica. Isso não vai me impedir de dar minha opinião quando eu achar que outros especialistas estão, por qualquer motivo que seja, fracassando em enxergar o óbvio — como foi o caso muito tempo atrás, quando eu coloquei meu pescoço para fora para argumentar que mentiram para entrar na guerra do Iraque.
Mas a traição Trump-Putin está, de fato, recebendo bastante atenção.
Fora isso, a economia da saúde é mais perto da minha área de especialidade a ponto de eu acreditar que sei do que estou falando (e quem consultar). Ou seja, é um tema em que eu creio que eu ainda possa acrescentar valor substancial à discussão.
Igualmente importante, a saúde é uma área onde o conhecimento do setor pode fazer uma diferença real, seja ajudando a parar a forçada de barra republicana ou ajudando a garantir que aqueles responsáveis por destruir a cobertura de saúde pública paguem o preço devido.
Por ora, por outro lado, a traição Putin-Trump está em grande parte nas mãos de Robert Mueller e do próprio Sr. Trump.
O jornalismo investigativo pode ajudar a avançar no caso, e vai ser um Deus nos acuda se e quando o Sr. Trump demitir o Sr. Mueller (que está investigando possíveis relações entre a Rússia e a campanha do presidente), o que parece mais provável de acontecer que não. Mas por enquanto, me parece que eu atendo melhor o interesse público prestando atenção no mal menor, mas ainda grande.