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Oscar Malvessi: cinco pontos essenciais para criar uma empresa de valor

Professor da EAESP-FGV, especialista em criação de valor, está lançando seu quinto livro, Como Criar Valor na Sua Empresa – Método VEC

Oscar Malvessi: cinco pontos essenciais para criar uma empresa de valor (Nuthawut Somsuk/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 2 de outubro de 2023 às 13h39.

Por Oscar Malvessi

Os padrões de resultados apresentados por princípios e normas contábeis têm como princípio tratar de questões fiscais, tributárias e societárias, mas são pouco efetivos no que diz respeito a avaliar o real valor de uma empresa. Em meu novo livro, Como criar valor na sua empresa - Método VEC, defendo uma avaliação mais próxima dos resultados da empresa, vis a vis, o custo de oportunidade de acionistas e investidores. Infelizmente, o que vemos é que há muitas companhias com valor de mercado abaixo do patrimônio investido pelos acionistas. A seguir, separei cinco pontos a serem observados por gestores, acionistas e investidores, no acompanhamento da criação de valor de uma empresa.

1. Criação de valor diz respeito a custo de oportunidade.

O principal ponto da metodologia de criação de valor é levar em consideração o custo de oportunidade do capital investido pelos acionistas nos resultados gerenciais. Quando o retorno do capital investido é superior a esse custo de oportunidade, diz-se que a empresa cria valor. Adicionalmente, a riqueza do acionista ocorre quando a valorização dessa mesma empresa no mercado é superior ao patrimônio líquido, ou seja, o mercado reconhece a criação de valor através da valorização dos papeis. Logo, objetivo do Método VEC é melhorar, de forma contínua, a geração de caixa, o nível da criação devalor e aumentar riqueza da empresa, com visão do impacto do custo deoportunidade dos negócios.

2. Criação de valor não é o mesmo que lucro contábil.

As demonstrações contábeis dizem respeito, sobretudo, a cumprir obrigações legais de apresentação de balanços e demonstrativos, no caso das companhias abertas, e à apuração de tributos e demais contribuições (como as previdenciárias) no caso das empresas em geral. O lucro reportado pela contabilidade segue os princípios e normas internacionais de contabilidade. Sua finalidade é predominantemente fiscal, tributária e societária, sendo que, nela, não há preocupação com o retorno ao acionista. Já a metodologia de criação de valor adota o conceito de lucro econômico, uma abordagem distinta da análise financeira tradicional, pois leva em consideração, entre outros indicadores, o custo de oportunidade do capital investido pelos acionistas na empresa. Essa perspectiva busca determinar se a empresa, de fato, está criando valor.

3. O valor de mercado de uma companhia aberta é um “termômetro” da criação de valor.

No caso das companhias listadas em Bolsa, um dos principais indicadores de criação de valor é o seu valor de mercado - calculado, nesse caso, com base na soma dos preços de suas ações. Para aumentar esse valor, é fundamental conhecer os indicadores que impactam positivamente os resultados operacionais, a geração de caixa e responder a questões que a análise financeira tradicional, realizada a partir dos balanços, não se preocupa em abordar. Alguns desses indicadores são o LOLIR (lucro operacional após IR), ROIC (Retorno sobre o Capital Investido), que avalia o retorno do capital investido e responde sobre a qualidade do uso e retorno dos ativos operacionais, o fluxo de caixa operacional e o ciclo financeiro (que permitem apurar e responder sobre a verdadeira necessidade de capital de giro e geração de caixa da operação), o VEC® (Valor Econômico Criado) , que mede a criação de valor da empresa e o VAM (Valor Adicionado pelo Mercado), que avalia a riqueza percebida pelo mercado ao comparar o valor de mercado da empresa com seu patrimônio líquido - apenas para as empresas de capital aberto.

4. Também é possível calcular o valor de empresas não listadas em Bolsa.

Como essas empresas não possuem um valor de mercado disponível, é preciso realizar um cálculo diferente, com base em uma técnica conhecida como valuation gerencial, que envolve a visão de futuro com o auxílio de uma série de métricas, tais como o crescimento da empresa, as margens operacionais, os investimentos, o ROIC e VEC e seus reflexos no fluxo de caixa livre. Esse é um processo contínuo e que possibilita o acompanhamento e a evolução dos resultados ao longo do tempo. Dessa forma, a estimativa e o crescimento do valor da empresa estão sempre alinhados com as decisões estratégicas financeiras e o objetivo de aumentar a criação de valor.

5. Conselheiros, gestores e os próprios acionistas devem se envolver no processo de criação de valor.

A adoção do método VEC de criação de valor pode apoiar acionistas, conselheiros e gestores na compreensão do negócio, monitorando as ações da gestão com um olhar voltado para o futuro e um foco constante na valorização da empresa. A ideia é que, por exemplo, diretores de diferentes áreas e unidades de negócio compartilhem uma visão comum, promovendo a gestão integrada das decisões. Essa integração de esforços, por sua vez, possibilita melhorar diversas áreas da empresa, incluindo atividades, unidades de negócio, produtos e processos. Toda empresa existe com o objetivo de aumentar seu valor de mercado. Se ela vale, suponhamos, R$ 100 milhões, por que não poderia valer R$ 150 milhões, R$ 300 milhões ou até mais? A questão é por que determinadas empresas, no mercado, valem menos do que o patrimônio investido pelos acionistas.

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Por Oscar Malvessi

Os padrões de resultados apresentados por princípios e normas contábeis têm como princípio tratar de questões fiscais, tributárias e societárias, mas são pouco efetivos no que diz respeito a avaliar o real valor de uma empresa. Em meu novo livro, Como criar valor na sua empresa - Método VEC, defendo uma avaliação mais próxima dos resultados da empresa, vis a vis, o custo de oportunidade de acionistas e investidores. Infelizmente, o que vemos é que há muitas companhias com valor de mercado abaixo do patrimônio investido pelos acionistas. A seguir, separei cinco pontos a serem observados por gestores, acionistas e investidores, no acompanhamento da criação de valor de uma empresa.

1. Criação de valor diz respeito a custo de oportunidade.

O principal ponto da metodologia de criação de valor é levar em consideração o custo de oportunidade do capital investido pelos acionistas nos resultados gerenciais. Quando o retorno do capital investido é superior a esse custo de oportunidade, diz-se que a empresa cria valor. Adicionalmente, a riqueza do acionista ocorre quando a valorização dessa mesma empresa no mercado é superior ao patrimônio líquido, ou seja, o mercado reconhece a criação de valor através da valorização dos papeis. Logo, objetivo do Método VEC é melhorar, de forma contínua, a geração de caixa, o nível da criação devalor e aumentar riqueza da empresa, com visão do impacto do custo deoportunidade dos negócios.

2. Criação de valor não é o mesmo que lucro contábil.

As demonstrações contábeis dizem respeito, sobretudo, a cumprir obrigações legais de apresentação de balanços e demonstrativos, no caso das companhias abertas, e à apuração de tributos e demais contribuições (como as previdenciárias) no caso das empresas em geral. O lucro reportado pela contabilidade segue os princípios e normas internacionais de contabilidade. Sua finalidade é predominantemente fiscal, tributária e societária, sendo que, nela, não há preocupação com o retorno ao acionista. Já a metodologia de criação de valor adota o conceito de lucro econômico, uma abordagem distinta da análise financeira tradicional, pois leva em consideração, entre outros indicadores, o custo de oportunidade do capital investido pelos acionistas na empresa. Essa perspectiva busca determinar se a empresa, de fato, está criando valor.

3. O valor de mercado de uma companhia aberta é um “termômetro” da criação de valor.

No caso das companhias listadas em Bolsa, um dos principais indicadores de criação de valor é o seu valor de mercado - calculado, nesse caso, com base na soma dos preços de suas ações. Para aumentar esse valor, é fundamental conhecer os indicadores que impactam positivamente os resultados operacionais, a geração de caixa e responder a questões que a análise financeira tradicional, realizada a partir dos balanços, não se preocupa em abordar. Alguns desses indicadores são o LOLIR (lucro operacional após IR), ROIC (Retorno sobre o Capital Investido), que avalia o retorno do capital investido e responde sobre a qualidade do uso e retorno dos ativos operacionais, o fluxo de caixa operacional e o ciclo financeiro (que permitem apurar e responder sobre a verdadeira necessidade de capital de giro e geração de caixa da operação), o VEC® (Valor Econômico Criado) , que mede a criação de valor da empresa e o VAM (Valor Adicionado pelo Mercado), que avalia a riqueza percebida pelo mercado ao comparar o valor de mercado da empresa com seu patrimônio líquido - apenas para as empresas de capital aberto.

4. Também é possível calcular o valor de empresas não listadas em Bolsa.

Como essas empresas não possuem um valor de mercado disponível, é preciso realizar um cálculo diferente, com base em uma técnica conhecida como valuation gerencial, que envolve a visão de futuro com o auxílio de uma série de métricas, tais como o crescimento da empresa, as margens operacionais, os investimentos, o ROIC e VEC e seus reflexos no fluxo de caixa livre. Esse é um processo contínuo e que possibilita o acompanhamento e a evolução dos resultados ao longo do tempo. Dessa forma, a estimativa e o crescimento do valor da empresa estão sempre alinhados com as decisões estratégicas financeiras e o objetivo de aumentar a criação de valor.

5. Conselheiros, gestores e os próprios acionistas devem se envolver no processo de criação de valor.

A adoção do método VEC de criação de valor pode apoiar acionistas, conselheiros e gestores na compreensão do negócio, monitorando as ações da gestão com um olhar voltado para o futuro e um foco constante na valorização da empresa. A ideia é que, por exemplo, diretores de diferentes áreas e unidades de negócio compartilhem uma visão comum, promovendo a gestão integrada das decisões. Essa integração de esforços, por sua vez, possibilita melhorar diversas áreas da empresa, incluindo atividades, unidades de negócio, produtos e processos. Toda empresa existe com o objetivo de aumentar seu valor de mercado. Se ela vale, suponhamos, R$ 100 milhões, por que não poderia valer R$ 150 milhões, R$ 300 milhões ou até mais? A questão é por que determinadas empresas, no mercado, valem menos do que o patrimônio investido pelos acionistas.

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