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Quais são as verdadeiras chances de Pablo Marçal em 2024?

Ele tem a promessa de trazer algo novo para a política, ocupando uma posição de destaque nas pesquisas atuais

Pablo Marçal tem a promessa de trazer algo novo para a política, ocupando uma posição de destaque nas pesquisas atuais (Facebook/Reprodução)

Publicado em 25 de junho de 2024 às 13h42.

Última atualização em 26 de junho de 2024 às 14h58.

A eleição para a prefeitura de São Paulo frequentemente é decidida em cima da hora e privilegia nomes novos na política municipal. Já foram eleitos, por exemplo, ex-vereador que estava afastado dos palanques dois anos antes das eleições; deputada estadual com pequeno número de votos e seis anos de experiência na vida pública; secretário municipal de Finanças, desconhecido pela maioria dos eleitores; ex-deputado federal com um mandato apenas; empresário que nunca havia disputado um pleito antes.

Diante deste cenário, surge a pergunta: Pablo Marçal tem chances de ser eleito? Resposta: claro que tem. Com um séquito enorme de seguidores, verve azeitada e a promessa de trazer algo novo para a política, o coach ocupa uma posição de destaque nas pesquisas atuais. Além disso, parece entusiasmar uma parcela significativa de conservadores e o bolsonarismo raiz, sem ser exatamente visto como um bolsonarista padrão.

Seus pontos fortes até aqui: conseguiu obter uma intenção de voto em cada quatro sufrágios dados a Jair Bolsonaro no colégio eleitoral paulistano nas urnas de 2022. Além disso, é o pré-candidato com maior engajamento nas redes sociais. Segundo estudo da consultoria Bites realizado no início de junho, o influencer teve 3,2 milhões de interações na mídia digital. No mesmo período, o prefeito Ricardo Nunes interagiu com 22.000 internautas e Guilherme Boulos com 445.000.

Índices de iteratividade no mundo digital não necessariamente se traduzem em votos. Tanto é que Boulos e Nunes, com números muito diferentes, lideram as pesquisas até agora. Mas os resultados de Marçal devem ser respeitados e analisados com cuidado.

Sua candidatura, no entanto, apresenta alguns poréns.

O primeiro: seu partido vai resistir à pressão da aliança em torno de Ricardo Nunes e oficializar sua candidatura? O próprio Marçal vai resistir a essa intimidação? Algumas ofertas para que ele desista já pousaram em sua mesa. Resta agora saber se ele resistirá ou não.

Ainda não se sabe o verdadeiro potencial do candidato. Sabe-se que ele parte de uma base bastante ampla. Mas ainda não se tem ideia do tamanho real de sua rejeição e qual seria o teto de seu eleitorado. O caso de Boulos pode ser um parâmetro: ele lidera as pesquisas de primeiro turno, mas não consegue crescer na segunda etapa das eleições, quando o aversário é o prefeito Nunes. Como não existem ainda muitos dados concretos, as possibilidades de Pablo Marçal são avaliadas através de um filtro ideológico: direitistas estão animados com as chances de sucesso e esquerdistas vaticinam fracasso.

Muitos analistas, ainda, questionam a capacidade de a candidatura Marçal sobreviver a um bombardeio que virá em torno de seu nome. De fato, o candidato tem alguns episódios no passado que podem ser explorados negativamente, como a expedição organizada por ele no Pico dos Marins (Serra da Mantiqueira) para 32 pessoas, em janeiro de 2022, encerrada com uma operação de resgate que durou 9 horas.

Só será possível analisar de forma consistente as chances de Pablo Marçal depois que os oponentes abrirem o seu saco de maldades. Até lá, os achismos e opiniões parciais devem dominar este debate. Não se sabe exatamente qual será a reação do candidato a esses cutucões. Dependendo dessa resposta, ele poderá entrar em queda livre – ou subir como um foguete.

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A eleição para a prefeitura de São Paulo frequentemente é decidida em cima da hora e privilegia nomes novos na política municipal. Já foram eleitos, por exemplo, ex-vereador que estava afastado dos palanques dois anos antes das eleições; deputada estadual com pequeno número de votos e seis anos de experiência na vida pública; secretário municipal de Finanças, desconhecido pela maioria dos eleitores; ex-deputado federal com um mandato apenas; empresário que nunca havia disputado um pleito antes.

Diante deste cenário, surge a pergunta: Pablo Marçal tem chances de ser eleito? Resposta: claro que tem. Com um séquito enorme de seguidores, verve azeitada e a promessa de trazer algo novo para a política, o coach ocupa uma posição de destaque nas pesquisas atuais. Além disso, parece entusiasmar uma parcela significativa de conservadores e o bolsonarismo raiz, sem ser exatamente visto como um bolsonarista padrão.

Seus pontos fortes até aqui: conseguiu obter uma intenção de voto em cada quatro sufrágios dados a Jair Bolsonaro no colégio eleitoral paulistano nas urnas de 2022. Além disso, é o pré-candidato com maior engajamento nas redes sociais. Segundo estudo da consultoria Bites realizado no início de junho, o influencer teve 3,2 milhões de interações na mídia digital. No mesmo período, o prefeito Ricardo Nunes interagiu com 22.000 internautas e Guilherme Boulos com 445.000.

Índices de iteratividade no mundo digital não necessariamente se traduzem em votos. Tanto é que Boulos e Nunes, com números muito diferentes, lideram as pesquisas até agora. Mas os resultados de Marçal devem ser respeitados e analisados com cuidado.

Sua candidatura, no entanto, apresenta alguns poréns.

O primeiro: seu partido vai resistir à pressão da aliança em torno de Ricardo Nunes e oficializar sua candidatura? O próprio Marçal vai resistir a essa intimidação? Algumas ofertas para que ele desista já pousaram em sua mesa. Resta agora saber se ele resistirá ou não.

Ainda não se sabe o verdadeiro potencial do candidato. Sabe-se que ele parte de uma base bastante ampla. Mas ainda não se tem ideia do tamanho real de sua rejeição e qual seria o teto de seu eleitorado. O caso de Boulos pode ser um parâmetro: ele lidera as pesquisas de primeiro turno, mas não consegue crescer na segunda etapa das eleições, quando o aversário é o prefeito Nunes. Como não existem ainda muitos dados concretos, as possibilidades de Pablo Marçal são avaliadas através de um filtro ideológico: direitistas estão animados com as chances de sucesso e esquerdistas vaticinam fracasso.

Muitos analistas, ainda, questionam a capacidade de a candidatura Marçal sobreviver a um bombardeio que virá em torno de seu nome. De fato, o candidato tem alguns episódios no passado que podem ser explorados negativamente, como a expedição organizada por ele no Pico dos Marins (Serra da Mantiqueira) para 32 pessoas, em janeiro de 2022, encerrada com uma operação de resgate que durou 9 horas.

Só será possível analisar de forma consistente as chances de Pablo Marçal depois que os oponentes abrirem o seu saco de maldades. Até lá, os achismos e opiniões parciais devem dominar este debate. Não se sabe exatamente qual será a reação do candidato a esses cutucões. Dependendo dessa resposta, ele poderá entrar em queda livre – ou subir como um foguete.

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