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O que o eleitor deseja? Renda, trabalho e paz

A estratégia do Partido Novo é bater nessas três teclas, sem esquecer uma abordagem liberal para temas caros à população, como saúde, segurança e educação

Urna eletrônica será usada na votação deste domingo (Fabio Pozzebom/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 08h44.

Por Aluizio Falcão Filho

Ontem, entrevistei o candidato à presidência pelo Partido Novo, o cientista político Luiz Felipe D’Avila. Durante quase uma hora, falamos sobre suas propostas para o país – uma agenda de cunho predominantemente liberal. Perguntei a ele sobre a dificuldade de traduzir as propostas liberais para o povão. “Em todas as minhas andanças pelo Brasil, falo com gente de todos os níveis econômicos. E começo a conversa perguntando àquela pessoa se ela está melhor ou pior de vida”, respondeu. “Todos dizem que suas condições, hoje, estão piores do que dez anos atrás”.

Esse é o ponto de partida que D’Avila utiliza para engatar suas propostas com o eleitorado. E o que os eleitores querem? “Renda, trabalho e paz”, devolve. “Esses são os três pontos mais importantes”.

A estratégia do Novo é bater nessas três teclas, sem esquecer uma abordagem liberal para temas caros à população, como saúde, segurança e educação. Nos três casos, a prioridade não é exatamente privatizar serviços, como muitos pensam, mas sim dar mais protagonismo aos estados do que exacerbar o poder federal.

Felipe D’Avila sabe que tem uma missão espinhosa diante de si: derrotar os principais candidatos, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Mas está otimista com a performance de sua sigla e fala em dobrar a bancada do partido Congresso, além de reeleger Romeu Zema para o governo de Minas Gerais e emplacar mais um governador para a agremiação.

“Lula precisa de Bolsonaro e vice-versa”, diz. “Os dois candidatos sabem que sua participação no Segundo Turno depende da polarização dos eleitores”. De fato, os postulantes do PT e do PL elevaram a octanagem de suas declarações e passaram a pontuar mais agressivamente as diferenças do ideário de cada um – seja na economia ou nos costumes, os temas que estão em evidência desde 2018.

Um ponto importante de seu programa de governo é a privatização. Sua proposta é privatizar todas as grandes estatais, como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. “O combustível fóssil perde importância a cada ano que passa”, afirma. “Assim, o valor de uma empresa como a Petrobras vai diminuindo paulatinamente – e o governo, desta forma, vai perder receita quando resolver privatizá-la”. Este é também o problema dos Correios. A empresa, com o avanço da rede privada de logística, vai diminuindo seu valor de mercado a olhos vistos.

Outra prioridade é a reforma tributária, que deve tirar a carga fiscal do consumo, reduzindo os tributos das empresas e criando um imposto sobre os dividendos. A combinação destes dois fatores vai propiciar a diminuição do Estado e, com isso, uma eventual redução de taxas. “Precisamos tirar o Estado de cima do empreendedor”, dispara. “Somente com o crescimento das empresas é que o Brasil irá gerar a riqueza de que precisa para se desenvolver de verdade”.

Por Aluizio Falcão Filho

Ontem, entrevistei o candidato à presidência pelo Partido Novo, o cientista político Luiz Felipe D’Avila. Durante quase uma hora, falamos sobre suas propostas para o país – uma agenda de cunho predominantemente liberal. Perguntei a ele sobre a dificuldade de traduzir as propostas liberais para o povão. “Em todas as minhas andanças pelo Brasil, falo com gente de todos os níveis econômicos. E começo a conversa perguntando àquela pessoa se ela está melhor ou pior de vida”, respondeu. “Todos dizem que suas condições, hoje, estão piores do que dez anos atrás”.

Esse é o ponto de partida que D’Avila utiliza para engatar suas propostas com o eleitorado. E o que os eleitores querem? “Renda, trabalho e paz”, devolve. “Esses são os três pontos mais importantes”.

A estratégia do Novo é bater nessas três teclas, sem esquecer uma abordagem liberal para temas caros à população, como saúde, segurança e educação. Nos três casos, a prioridade não é exatamente privatizar serviços, como muitos pensam, mas sim dar mais protagonismo aos estados do que exacerbar o poder federal.

Felipe D’Avila sabe que tem uma missão espinhosa diante de si: derrotar os principais candidatos, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Mas está otimista com a performance de sua sigla e fala em dobrar a bancada do partido Congresso, além de reeleger Romeu Zema para o governo de Minas Gerais e emplacar mais um governador para a agremiação.

“Lula precisa de Bolsonaro e vice-versa”, diz. “Os dois candidatos sabem que sua participação no Segundo Turno depende da polarização dos eleitores”. De fato, os postulantes do PT e do PL elevaram a octanagem de suas declarações e passaram a pontuar mais agressivamente as diferenças do ideário de cada um – seja na economia ou nos costumes, os temas que estão em evidência desde 2018.

Um ponto importante de seu programa de governo é a privatização. Sua proposta é privatizar todas as grandes estatais, como Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica. “O combustível fóssil perde importância a cada ano que passa”, afirma. “Assim, o valor de uma empresa como a Petrobras vai diminuindo paulatinamente – e o governo, desta forma, vai perder receita quando resolver privatizá-la”. Este é também o problema dos Correios. A empresa, com o avanço da rede privada de logística, vai diminuindo seu valor de mercado a olhos vistos.

Outra prioridade é a reforma tributária, que deve tirar a carga fiscal do consumo, reduzindo os tributos das empresas e criando um imposto sobre os dividendos. A combinação destes dois fatores vai propiciar a diminuição do Estado e, com isso, uma eventual redução de taxas. “Precisamos tirar o Estado de cima do empreendedor”, dispara. “Somente com o crescimento das empresas é que o Brasil irá gerar a riqueza de que precisa para se desenvolver de verdade”.

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