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O que aprendi em sete anos de empreendedorismo com MR

Ao pensar sobre o esforço realizado nesses últimos sete anos, cheguei a duas conclusões

Empreendedores precisam oferecer também aquilo que os clientes ainda não sabem que desejam (Reprodução/Thinkstock)
Empreendedores precisam oferecer também aquilo que os clientes ainda não sabem que desejam (Reprodução/Thinkstock)

Aluizio Falcão Filho

Hoje é um dos dias mais importantes para MONEY REPORT: comemoramos sete anos de atividade em nossa área de eventos, chamada “Agenda de Líderes”. Começamos em 2016 com um debate sobre o cenário macroeconômico do Brasil, com Gustavo Franco, Alexandre Schwartsman e Flávio Rocha. Tínhamos, meses antes, passado por um perrengue profissional. Aquele evento – e o projeto como um todo – significava uma espécie de renascimento em minha carreira.

De lá para cá, realizamos quase quinhentos eventos. Além disso, lançamos em 2018 um portal que já publicou mais de 35 000 notas, reportagens, artigos e entrevistas. Uma trajetória que traz orgulho. Mas, ao mesmo tempo, nos desafia para galgar novos degraus e surpreender nossos leitores, clientes e patrocinadores.

Surpreender é a palavra. Muitos consultores falam sobre a importância em uma empresa saber o que desejam seus consumidores. De fato, isso é um fator preponderante de competitividade. Mas os clientes sabem dizer o que vão precisar no futuro?

São poucos aqueles que conseguem verbalizar esse tipo de coisa. E aí é que entram os empreendedores. Eles não podem apenas entregar apenas aquilo que o mercado quer. Esses empreendedores precisam oferecer também aquilo que os clientes ainda não sabem que desejam.

Reflexão

Ao pensar sobre o esforço realizado nesses últimos sete anos, cheguei a duas conclusões.

A primeira, que vou falar hoje aos meus convidados no evento que celebra os sete anos de nossa existência, é sobre o empreendedorismo em si. O Brasil é um país curioso: ele oferece enormes oportunidades para empreender. Mas não trata bem os seus empreendedores.

Para nós, que vivemos a vida sem patrão, é preciso dançar duas músicas. Uma é a do mercado, entendendo as nuances da melodia, as mudanças de ritmo e nossas eventuais desafinações. A outra é aquela que vem do governo, que cria acordes dodecafônicos a torto e a direito, a começar pelo emaranhado fiscal que vivemos (com 92 impostos federais, estaduais e municipais que convivem para tornar o cotidiano de qualquer empresário um verdadeiro inferno).

A segunda conclusão tem a ver com o jornalismo levado ao mundo dos negócios.

Há certas atividades que, quando transformadas em empreendimentos, precisam de cuidados especiais. O jornalismo é uma delas; a educação e a medicina também. Toda a vez que o empresário colocar seu negócio acima do jornalismo, verá sua credibilidade despencar. O mesmo vale para um educador que se preocupa mais com o dinheiro do que com o ensino; ou colocar o lucro acima da saúde, no caso dos médicos.

O contrário também pode ser fatal: alguém que coloca a educação acima de tudo e não pensa em custos pode arruinar seu negócio. Portanto, há áreas nas quais o empreendedorismo tem fatores adicionais de risco. O nosso – conteúdo, jornalismo, eventos – é um deles.

Isso faz a nossa jornada mais difícil e desafiadora. Mas nos torna indivíduos vibrantes e sintonizados com todos os elementos que compõem o nosso mercado. E sempre de olho nas quatro linhas invisíveis da ética, que precisamos enxergar a cada momento. Não é fácil. Mas é bastante divertido.