A importância da agenda ESG, sem modismos
Na semana passada, em Nova York, o Money Report realizou um evento no edifício-sede da ONU para falar sobre sustentabilidade
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2022 às 08h51.
Na semana passada, em Nova York, MONEY REPORT realizou um evento no edifício-sede da Organização das Nações Unidas para falar de sustentabilidade – um dos pilares de atuação da ONU, que desenvolveu uma compilação de desafios chamada “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. São 17 alvos que abraçam a agenda ESG e buscam acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, além de garantir igualdade de gênero.
Os debatedores – Rafael Tello, diretor de sustentabilidade do Grupo Ambipar e Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master – começaram suas apresentações exatamente por este ponto. “Os ODS orientam a sociedade e o setor primário em busca de uma economia sustentável”, diz Tello. “As empresas devem utilizá-los os como parâmetro para a geração de novos negócios”.
Quer saber tudo sobre a política internacional?Assine a EXAMEe fique por dentro.
Um exemplo disso é a própria atuação da Ambipar para consolidar o conceito de economia circular: o setor plástico, através de cooperativas, recolhe matéria prima e a transforma em novos produtos. No caso do papel e da celulose, acontece o mesmo movimento. “O material recolhido no processo de fabricação serve para melhorar a produtividade do solo”, lembra Tello.
As empresas têm um estímulo para seguir neste caminho – os investidores e analistas que têm preferido aplicar recursos em companhias que tenham práticas verdes. “As empresas estão sendo avaliadas por parâmetros de sustentabilidade e esse é um ponto importantíssimo para a captação de recursos daqui para frente”, explica o diretor da Ambipar.
Onde está o gargalo? Na falta de união entre as empresas para encontrar e resolver as principais dificuldades que nos impedem de construir uma economia de baixo carbono.
Para Paulo Gala, o desafio é ainda maior. “ESG deveria ser o core business das empresas brasileiras”, diz ele. “Temos uma oportunidade de o Brasil ser líder em tecnologia ESG”, poderá. “Cerca de 10 % da energia elétrica brasileira já vem de parques eólicos e temos polos de hidrogênio verde, etanol e biocombustível”.
Para que as empresas entrem definitivamente nesta nova era, é preciso comprometimento total de seus colaboradores. “Este precisa deixar de ser um assunto apenas de compliance”, afirma. “Hoje, somos vistos como um paraíso das commodities, enquanto deveríamos ser avaliados como um paraíso da energia verde. Não podemos perder essa janela de oportunidade”.
Vamos aproveitar para colocar o termo “janela de oportunidade” em perspectiva.
No século 19, o Brasil tinha a mesma renda per capita de outro país, também ex-colônia. Essa outra nação ocupou uma parte do território inexplorada, investiu em ferrovias, estimulou o empreendedorismo e a construção civil. Terminou o século 19 com uma renda cinco vezes superior à nossa. O nome desse país? Estados Unidos da América.
Não podemos continuar perdendo janelas como a do século 19. Essa nova oportunidade, a da sustentabilidade, não ficará aberta por muito tempo.
Na semana passada, em Nova York, MONEY REPORT realizou um evento no edifício-sede da Organização das Nações Unidas para falar de sustentabilidade – um dos pilares de atuação da ONU, que desenvolveu uma compilação de desafios chamada “Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”. São 17 alvos que abraçam a agenda ESG e buscam acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, além de garantir igualdade de gênero.
Os debatedores – Rafael Tello, diretor de sustentabilidade do Grupo Ambipar e Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master – começaram suas apresentações exatamente por este ponto. “Os ODS orientam a sociedade e o setor primário em busca de uma economia sustentável”, diz Tello. “As empresas devem utilizá-los os como parâmetro para a geração de novos negócios”.
Quer saber tudo sobre a política internacional?Assine a EXAMEe fique por dentro.
Um exemplo disso é a própria atuação da Ambipar para consolidar o conceito de economia circular: o setor plástico, através de cooperativas, recolhe matéria prima e a transforma em novos produtos. No caso do papel e da celulose, acontece o mesmo movimento. “O material recolhido no processo de fabricação serve para melhorar a produtividade do solo”, lembra Tello.
As empresas têm um estímulo para seguir neste caminho – os investidores e analistas que têm preferido aplicar recursos em companhias que tenham práticas verdes. “As empresas estão sendo avaliadas por parâmetros de sustentabilidade e esse é um ponto importantíssimo para a captação de recursos daqui para frente”, explica o diretor da Ambipar.
Onde está o gargalo? Na falta de união entre as empresas para encontrar e resolver as principais dificuldades que nos impedem de construir uma economia de baixo carbono.
Para Paulo Gala, o desafio é ainda maior. “ESG deveria ser o core business das empresas brasileiras”, diz ele. “Temos uma oportunidade de o Brasil ser líder em tecnologia ESG”, poderá. “Cerca de 10 % da energia elétrica brasileira já vem de parques eólicos e temos polos de hidrogênio verde, etanol e biocombustível”.
Para que as empresas entrem definitivamente nesta nova era, é preciso comprometimento total de seus colaboradores. “Este precisa deixar de ser um assunto apenas de compliance”, afirma. “Hoje, somos vistos como um paraíso das commodities, enquanto deveríamos ser avaliados como um paraíso da energia verde. Não podemos perder essa janela de oportunidade”.
Vamos aproveitar para colocar o termo “janela de oportunidade” em perspectiva.
No século 19, o Brasil tinha a mesma renda per capita de outro país, também ex-colônia. Essa outra nação ocupou uma parte do território inexplorada, investiu em ferrovias, estimulou o empreendedorismo e a construção civil. Terminou o século 19 com uma renda cinco vezes superior à nossa. O nome desse país? Estados Unidos da América.
Não podemos continuar perdendo janelas como a do século 19. Essa nova oportunidade, a da sustentabilidade, não ficará aberta por muito tempo.