O lamentável papel de Fernando Haddad
O ex-prefeito de São Paulo desceu tão baixo e foi tão fundo na promoção de um projeto messiânico ilegal e insano que nunca poderá se recuperar
Da Redação
Publicado em 6 de setembro de 2018 às 10h35.
Devo confessar que Haddad me enganou. Nunca o apoiei em suas candidaturas para prefeito de São Paulo, mas cheguei a acreditar que ele representasse, dentro do PT, a possibilidade de uma renovação. Estava ali alguém que veio de fora do núcleo duro partidário, que teve desempenho regular como ministro da Educação, que ousava modernizar as ideias do partido e olhar para experiências do resto do mundo. Tinha problemas também, que afloraram em seu mandato como prefeito: uma tendência autoritária, de impor sua visão da cidade sem nenhuma adaptação às circunstâncias e criando inimigos intencionalmente no processo. Ainda assim, era uma alternativa aparentemente ética e de ideias mais arejadas, deixando de lado o corporativismo mafioso do PT. Alguém que poderia ascender como uma nova liderança para uma possível nova fase do partido, depois de depurado de seus elementos sujos.
De lá para cá, infelizmente, Haddad se transformou. Ele é agora não uma alternativa a Lula (que poderia manter seus méritos sem emular seus defeitos), mas se transformou numa continuidade de tudo que Lula tem de pior – nesta que é sua pior fase -, sem nenhuma de suas qualidades. As ideias modernizantes para o PT já foram abandonadas em nome da mesma agenda de sempre, de controle da mídia a abandono da responsabilidade fiscal. Seu discurso reflete o puro cinismo de quem mantém uma mentira consciente e deslavada com o único intuito de enganar a população. Também a aura de ético caiu com as denúncias acerca da campanha de 2012; se se revelarem procedentes, ficará claro o porquê de Haddad não ter deixado o PT.
A “chapa” falsa Lula-Haddad-Manuela é um ato de escárnio para com todas as instituições da vida pública brasileira, a começar pelo Judiciário. Lula não pode ser candidato, ninguém acredita que ele será, e mesmo assim mantêm – contra determinação da Justiça – essa aparência para se beneficiar eleitoralmente. É claro que todo partido busca a melhor estratégia política; mas se a nossa sociedade não for mergulhar no caos, é preciso que essa busca se dê com algum respeito às leis vigentes e com algum sentido de ética. Do ponto de vista do PT, incendiar o Brasil é um meio válido para chegar à presidência.
A população tem boas memórias da era Lula, um momento de crescimento e com políticas sociais acertadamente voltadas à base da pirâmide. Fora de Lula, o PT e, especialmente, Haddad, não inspiram a mesma confiança. Além disso, o discurso altamente polarizado, o único possível para sustentar uma candidatura fictícia e ilegítima por tanto tempo, dificultará a vida Haddad num possível segundo turno. Sua maior chance é enfrentar alguém tão polarizado quanto ele: Bolsonaro. Daqui em diante, toda candidatura minimamente moderada é inimiga de morte do PT. Por isso mesmo, a paranoia do petismo mais fanático em nada fica a dever às teorias conspiratórias dos mais ardentes apoiadores de Bolsonaro.
Haddad apagou sua identidade para servir de plataforma a Lula. Desceu tão baixo e foi tão fundo na promoção de um projeto messiânico ilegal e insano que nunca poderá se recuperar. Lula teve seu momento de grandeza e poderia ter entrado para a história como um grande líder nacional; preferiu sujar seu nome em nome da busca desenfreada pelo poder. Haddad se anulou ainda no estágio da promessa, sem nada de concreto e relevante para mostrar. Não só não renovou o PT, como foi envelhecido por ele.
Devo confessar que Haddad me enganou. Nunca o apoiei em suas candidaturas para prefeito de São Paulo, mas cheguei a acreditar que ele representasse, dentro do PT, a possibilidade de uma renovação. Estava ali alguém que veio de fora do núcleo duro partidário, que teve desempenho regular como ministro da Educação, que ousava modernizar as ideias do partido e olhar para experiências do resto do mundo. Tinha problemas também, que afloraram em seu mandato como prefeito: uma tendência autoritária, de impor sua visão da cidade sem nenhuma adaptação às circunstâncias e criando inimigos intencionalmente no processo. Ainda assim, era uma alternativa aparentemente ética e de ideias mais arejadas, deixando de lado o corporativismo mafioso do PT. Alguém que poderia ascender como uma nova liderança para uma possível nova fase do partido, depois de depurado de seus elementos sujos.
De lá para cá, infelizmente, Haddad se transformou. Ele é agora não uma alternativa a Lula (que poderia manter seus méritos sem emular seus defeitos), mas se transformou numa continuidade de tudo que Lula tem de pior – nesta que é sua pior fase -, sem nenhuma de suas qualidades. As ideias modernizantes para o PT já foram abandonadas em nome da mesma agenda de sempre, de controle da mídia a abandono da responsabilidade fiscal. Seu discurso reflete o puro cinismo de quem mantém uma mentira consciente e deslavada com o único intuito de enganar a população. Também a aura de ético caiu com as denúncias acerca da campanha de 2012; se se revelarem procedentes, ficará claro o porquê de Haddad não ter deixado o PT.
A “chapa” falsa Lula-Haddad-Manuela é um ato de escárnio para com todas as instituições da vida pública brasileira, a começar pelo Judiciário. Lula não pode ser candidato, ninguém acredita que ele será, e mesmo assim mantêm – contra determinação da Justiça – essa aparência para se beneficiar eleitoralmente. É claro que todo partido busca a melhor estratégia política; mas se a nossa sociedade não for mergulhar no caos, é preciso que essa busca se dê com algum respeito às leis vigentes e com algum sentido de ética. Do ponto de vista do PT, incendiar o Brasil é um meio válido para chegar à presidência.
A população tem boas memórias da era Lula, um momento de crescimento e com políticas sociais acertadamente voltadas à base da pirâmide. Fora de Lula, o PT e, especialmente, Haddad, não inspiram a mesma confiança. Além disso, o discurso altamente polarizado, o único possível para sustentar uma candidatura fictícia e ilegítima por tanto tempo, dificultará a vida Haddad num possível segundo turno. Sua maior chance é enfrentar alguém tão polarizado quanto ele: Bolsonaro. Daqui em diante, toda candidatura minimamente moderada é inimiga de morte do PT. Por isso mesmo, a paranoia do petismo mais fanático em nada fica a dever às teorias conspiratórias dos mais ardentes apoiadores de Bolsonaro.
Haddad apagou sua identidade para servir de plataforma a Lula. Desceu tão baixo e foi tão fundo na promoção de um projeto messiânico ilegal e insano que nunca poderá se recuperar. Lula teve seu momento de grandeza e poderia ter entrado para a história como um grande líder nacional; preferiu sujar seu nome em nome da busca desenfreada pelo poder. Haddad se anulou ainda no estágio da promessa, sem nada de concreto e relevante para mostrar. Não só não renovou o PT, como foi envelhecido por ele.