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Vendedores de sonhos

Em um extenso artigo de 1982, publicado na revista Simposium, o ex-ministro Mário Henrique Simonsen declarou que era praticamente impossível combater a inflação sem efeitos colaterais temporários sobre o produto ou sobre o emprego. Era uma quase “vingança” contra o então ministro Delfim Neto, que havia prometido a terra dos sonhos anos antes, sem os dissabores da recessão, para lidar com a inflação e com o déficit em conta corrente. […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2014 às 14h29.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h26.

Em um extenso artigo de 1982, publicado na revista Simposium, o ex-ministro Mário Henrique Simonsen declarou que era praticamente impossível combater a inflação sem efeitos colaterais temporários sobre o produto ou sobre o emprego. Era uma quase “vingança” contra o então ministro Delfim Neto, que havia prometido a terra dos sonhos anos antes, sem os dissabores da recessão, para lidar com a inflação e com o déficit em conta corrente. Como se sabe, Delfim foi obrigado a operar ajuste recessivo, na esteira do aumento de juros norte-americanos, levando a economia brasileira à “estagflação”. Estagnação do crescimento com inflação.

Conto o caso para tornar um pouco menos dolorosa a análise da conjuntura econômica atual. Por mais que os personagens mudem, o enredo me parece o mesmo, afinal. Tanto lá quanto cá, há ainda o embate, cada vez menos agradável, entre economistas de orientação heterodoxa e outros, de linhagem ortodoxa. Em particular, sobre o dilema entre inflação e desemprego, a presidente mostrou recentemente de que lado está. Para Dilma Rousseff, inflação de 3% só é compatível, afinal, com desemprego em 12%. À primeira vista, desse modo, dirá o leitor, Dilma e Simonsen estariam no mesmo lado. Tanto este quanto aquela, afinal, vislumbram a tortura do desemprego para programas de desinflação da economia. É o caso?

Leia o artigo completo.

Em um extenso artigo de 1982, publicado na revista Simposium, o ex-ministro Mário Henrique Simonsen declarou que era praticamente impossível combater a inflação sem efeitos colaterais temporários sobre o produto ou sobre o emprego. Era uma quase “vingança” contra o então ministro Delfim Neto, que havia prometido a terra dos sonhos anos antes, sem os dissabores da recessão, para lidar com a inflação e com o déficit em conta corrente. Como se sabe, Delfim foi obrigado a operar ajuste recessivo, na esteira do aumento de juros norte-americanos, levando a economia brasileira à “estagflação”. Estagnação do crescimento com inflação.

Conto o caso para tornar um pouco menos dolorosa a análise da conjuntura econômica atual. Por mais que os personagens mudem, o enredo me parece o mesmo, afinal. Tanto lá quanto cá, há ainda o embate, cada vez menos agradável, entre economistas de orientação heterodoxa e outros, de linhagem ortodoxa. Em particular, sobre o dilema entre inflação e desemprego, a presidente mostrou recentemente de que lado está. Para Dilma Rousseff, inflação de 3% só é compatível, afinal, com desemprego em 12%. À primeira vista, desse modo, dirá o leitor, Dilma e Simonsen estariam no mesmo lado. Tanto este quanto aquela, afinal, vislumbram a tortura do desemprego para programas de desinflação da economia. É o caso?

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