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Relator das Nações Unidas pede: &

“Nenhuma ação legal pode ser tomada contra qualquer manifestação pacífica, mesmo que seja debochada. Isto faz parte da liberdade de expressão e, como toda opinião, deve ser respeitada”. A afirmação é do Relator Especial das Nações Unidas para a liberdade de expressão, Frank LaRue, durante conferência em Joanesburgo sobre o tema, nesta semana. Os principais assuntos abordados no evento foram a descriminalização do uso da Internet, e o acesso universal […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às, 15h11.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h28.

“Nenhuma ação legal pode ser tomada contra qualquer manifestação pacífica, mesmo que seja debochada. Isto faz parte da liberdade de expressão e, como toda opinião, deve ser respeitada”. A afirmação é do Relator Especial das Nações Unidas para a liberdade de expressão, Frank LaRue, durante conferência em Joanesburgo sobre o tema, nesta semana. Os principais assuntos abordados no evento foram a descriminalização do uso da Internet, e o acesso universal à web. LaRue disse que “sem liberdade de expressão não pode haver democracia, e sem a internet não pode haver desenvolvimento”.

A declaração do relator refere-se à recente condenação, por parlamentares da Cidade do Cabo, de um protesto silencioso promovido por militantes do grupo Right2Know (R2K), no Parlamento, durante votação da “Carta de Proteção da Informação” – uma lei que pretende impedir o acesso a qualquer informação que venha a ser classificada como sendo “de interesse nacional”.

O grupo Right2Know é uma coligação de âmbito nacional de pessoas e organizações que se opõem a esta lei. Seu protesto foi considerado “ilegal” pelo governo, pois os manifestantes vestiram máscaras com o rosto do Ministro de Segurança do Estado, Siyabonga Cwele. O Parlamento emitiu um comunicado afirmando que os manifestantes foram “extremamente desrespeitosos com a instituição” e que “manifestações no Parlamento são proibidas, podendo ocorrer apenas mediante permissão”.

O relator da ONU enfatizou que o protesto do R2K não tinha nada de “ilegal”, e comparou a reação dos parlamentares à síndrome de “atirar no mensageiro”, como no caso de Julian Assange e o WikiLeaks. Para LaRue, o WikiLeaks é uma “organização de mídia”, e, como qualquer meio de comunicação, tem o direito de publicar, transmitir e disseminar informação através da Internet.

Fonte: “Mail & Guardian Online”