"Debater propostas"
Quando o governo diz que só quer “debater propostas”, apenas um tipo de disputa democrática lhe interessa: uma divertida guerra de travesseiros entre moralistas de pijama. Devemos debater pessoas, analisar o caráter, as coisas que disseram e as reações que tiveram em situações importantes. Ninguém elege uma ideia, ninguém elege intenções, elegemos pessoas – com um histórico de disposições – por trás delas. Todo político deve, pela natureza extraordinária e […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 14 de setembro de 2010 às 18h07.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h15.
Quando o governo diz que só quer “debater propostas”, apenas um tipo de disputa democrática lhe interessa: uma divertida guerra de travesseiros entre moralistas de pijama.
Devemos debater pessoas, analisar o caráter, as coisas que disseram e as reações que tiveram em situações importantes. Ninguém elege uma ideia, ninguém elege intenções, elegemos pessoas – com um histórico de disposições – por trás delas. Todo político deve, pela natureza extraordinária e perigosa da concentração de poder que tem em mãos, ser ferrenhamente vigiado e criticado pelos que ainda tem liberdade e meios de fazê-lo. A lassidão moral da sociedade é o único termômetro possível da decadência da classe política que dela emerge. Quanto menos racionalidade e boa conduta civil se exige, menos se tem – e apenas mínimo de clareza mental é o suficiente para se chegar a tal conclusão.
Pessoas importam mais que idéias, passsado importa mais que futuro, realidade importa mais que hipótese. Quando crescermos, a gente discute as propostas dos sem programa.
Publicado em “A Mosca Azul”
Quando o governo diz que só quer “debater propostas”, apenas um tipo de disputa democrática lhe interessa: uma divertida guerra de travesseiros entre moralistas de pijama.
Devemos debater pessoas, analisar o caráter, as coisas que disseram e as reações que tiveram em situações importantes. Ninguém elege uma ideia, ninguém elege intenções, elegemos pessoas – com um histórico de disposições – por trás delas. Todo político deve, pela natureza extraordinária e perigosa da concentração de poder que tem em mãos, ser ferrenhamente vigiado e criticado pelos que ainda tem liberdade e meios de fazê-lo. A lassidão moral da sociedade é o único termômetro possível da decadência da classe política que dela emerge. Quanto menos racionalidade e boa conduta civil se exige, menos se tem – e apenas mínimo de clareza mental é o suficiente para se chegar a tal conclusão.
Pessoas importam mais que idéias, passsado importa mais que futuro, realidade importa mais que hipótese. Quando crescermos, a gente discute as propostas dos sem programa.
Publicado em “A Mosca Azul”