Que assunto deve virar tema central de debate nas próximas eleições e por quê?
Em 2014, os eleitores voltam às urnas para eleger o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais ou distritais. Até outubro — quando ocorrem o primeiro e o segundo turnos das eleições — os problemas do país entram em pauta, como costuma acontecer em período eleitoral, e os brasileiros têm a chance de participar de um amplo debate nacional sobre as mudanças que o Brasil precisa para […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 24 de janeiro de 2014 às 12h09.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h38.
Em 2014, os eleitores voltam às urnas para eleger o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais ou distritais. Até outubro — quando ocorrem o primeiro e o segundo turnos das eleições — os problemas do país entram em pauta, como costuma acontecer em período eleitoral, e os brasileiros têm a chance de participar de um amplo debate nacional sobre as mudanças que o Brasil precisa para continuar a crescer.
Dando continuidade ao trabalho de apresentar alternativas para problemas-chave do país e de fomentar o debate com as diversas vozes da opinião pública, o Instituto Millenium entrou em contato com alguns de seus especialistas e colaboradores e solicitou a eles que respondessem a seguinte pergunta: Que assunto deve virar tema central de debate nas próximas eleições e por quê? Leia as respostas e aproveite para dar sua opinião.
Rubens Barbosa
A volta do crescimento econômico deveria ser o tema central de debate nas próximas eleições. A discussão sobre essa questão inclui assuntos de interesse dos trabalhadores, do setor empresarial e da sociedade em geral: recuperação dos altos níveis de emprego, competitividade, redução do custo Brasil (alta carga tributária, altas taxas de juro, infraestrutura deficiente, câmbio apreciado e ineficiência burocrática). O fim do isolamento externo do Brasil e uma nova estratégia de negociação comercial completam o quadro de temas centrais voltados para o crescimento.
João Batista Araujo e Oliveira
O tema central deveria ser o futuro do Brasil: que sociedade queremos construir? Nos últimos anos, o país passou por diversas mudanças e traumas: a industrialização, a urbanização, o regime militar, a hiperinflação, a constituição-cidadã, os desastrosos planos econômicos, o controle da inflação, o coronelismo de estado. Perdemos todas as oportunidades de ingressar no século XXI. As reações aos recentes movimentos de rua mostram que apesar da descrença nas instituições, o país não está pronto para mudar – as elites continuam insensíveis e o povo tem pouco fôlego e capacidade de organização.
Raul Velloso
O tema deve ser o fracasso do modelo de crescimento pró-consumo (desde 2003): a taxa de crescimento PIB cresceu um pouco mais, mas depois caiu, puxada pela indústria. Por trás da perda de competitividade da indústria estão fatores externos, que o governo costuma acentuar, mas a perda resulta principalmente da operação do próprio modelo escolhido pelo governo. Essa é a contradição básica da ação governamental. Ele quer alcançar um certo resultado, mas, ao atuar de um determinado jeito, produz o oposto. E aí tenta corrigir as coisas por remendos, que podem até produzir algum efeito no curto prazo, mas logo começam a acumular distorções e novos problemas. Qual é a receita para sair do impasse?
Fernando Dolabela
O empreendedorismo é tema central em qualquer país que deseja combater a miséria e promover a justiça social porque é fonte de geração de riquezas. É a única forma de se fazer a transição do assistencialismo para a sustentabilidade. Estamos andando muito lentamente tanto no que diz respeito ao estímulo à criação de empresas de alta tecnologia, quanto ao empreendedorismo na Base da Pirâmide. As políticas públicas existentes são superficiais e paliativas. Empresas florescem quando o ambiente é adequado. Este é o papel do governo: criar com urgência condições adequadas, alterando o que for necessário no que se refere à legislação tributária e trabalhista, oferta de crédito, educação empreendedora. E, principalmente, sair do cenário empreendedor, deixando-o livre para a sociedade civil. Há que se mudar a cultura sinalizando-se positivamente para o empreendedorismo.
Em 2014, os eleitores voltam às urnas para eleger o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais ou distritais. Até outubro — quando ocorrem o primeiro e o segundo turnos das eleições — os problemas do país entram em pauta, como costuma acontecer em período eleitoral, e os brasileiros têm a chance de participar de um amplo debate nacional sobre as mudanças que o Brasil precisa para continuar a crescer.
Dando continuidade ao trabalho de apresentar alternativas para problemas-chave do país e de fomentar o debate com as diversas vozes da opinião pública, o Instituto Millenium entrou em contato com alguns de seus especialistas e colaboradores e solicitou a eles que respondessem a seguinte pergunta: Que assunto deve virar tema central de debate nas próximas eleições e por quê? Leia as respostas e aproveite para dar sua opinião.
Rubens Barbosa
A volta do crescimento econômico deveria ser o tema central de debate nas próximas eleições. A discussão sobre essa questão inclui assuntos de interesse dos trabalhadores, do setor empresarial e da sociedade em geral: recuperação dos altos níveis de emprego, competitividade, redução do custo Brasil (alta carga tributária, altas taxas de juro, infraestrutura deficiente, câmbio apreciado e ineficiência burocrática). O fim do isolamento externo do Brasil e uma nova estratégia de negociação comercial completam o quadro de temas centrais voltados para o crescimento.
João Batista Araujo e Oliveira
O tema central deveria ser o futuro do Brasil: que sociedade queremos construir? Nos últimos anos, o país passou por diversas mudanças e traumas: a industrialização, a urbanização, o regime militar, a hiperinflação, a constituição-cidadã, os desastrosos planos econômicos, o controle da inflação, o coronelismo de estado. Perdemos todas as oportunidades de ingressar no século XXI. As reações aos recentes movimentos de rua mostram que apesar da descrença nas instituições, o país não está pronto para mudar – as elites continuam insensíveis e o povo tem pouco fôlego e capacidade de organização.
Raul Velloso
O tema deve ser o fracasso do modelo de crescimento pró-consumo (desde 2003): a taxa de crescimento PIB cresceu um pouco mais, mas depois caiu, puxada pela indústria. Por trás da perda de competitividade da indústria estão fatores externos, que o governo costuma acentuar, mas a perda resulta principalmente da operação do próprio modelo escolhido pelo governo. Essa é a contradição básica da ação governamental. Ele quer alcançar um certo resultado, mas, ao atuar de um determinado jeito, produz o oposto. E aí tenta corrigir as coisas por remendos, que podem até produzir algum efeito no curto prazo, mas logo começam a acumular distorções e novos problemas. Qual é a receita para sair do impasse?
Fernando Dolabela
O empreendedorismo é tema central em qualquer país que deseja combater a miséria e promover a justiça social porque é fonte de geração de riquezas. É a única forma de se fazer a transição do assistencialismo para a sustentabilidade. Estamos andando muito lentamente tanto no que diz respeito ao estímulo à criação de empresas de alta tecnologia, quanto ao empreendedorismo na Base da Pirâmide. As políticas públicas existentes são superficiais e paliativas. Empresas florescem quando o ambiente é adequado. Este é o papel do governo: criar com urgência condições adequadas, alterando o que for necessário no que se refere à legislação tributária e trabalhista, oferta de crédito, educação empreendedora. E, principalmente, sair do cenário empreendedor, deixando-o livre para a sociedade civil. Há que se mudar a cultura sinalizando-se positivamente para o empreendedorismo.