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Quase metade das empresas envolvidas no filme sobre Lula tem negócios com o governo federal

Informações da Folha A maior parte das 17 empresas patrocinadoras do filme “Lula, o Filho do Brasil”, que deve entrar no circuito comercial em 1º de janeiro, mantém negócios com os ministérios e bancos do governo federal. Apenas em 2009, sete dessas empresas receberam cerca de R$ 407 milhões em pagamentos diretos da União por conta de obras, aquisição de equipamentos e outros serviços. Outras cinco obtiveram financiamentos do BNDES […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 20 de novembro de 2009 às 10h35.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h22.

Informações da Folha

A maior parte das 17 empresas patrocinadoras do filme “Lula, o Filho do Brasil”, que deve entrar no circuito comercial em 1º de janeiro, mantém negócios com os ministérios e bancos do governo federal. Apenas em 2009, sete dessas empresas receberam cerca de R$ 407 milhões em pagamentos diretos da União por conta de obras, aquisição de equipamentos e outros serviços.
Outras cinco obtiveram financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e outra tem como sócio um banco estatal e o fundo de pensão a ele ligado, ambos controlados pela União.
O Banco do Brasil e a Previ (fundo dos funcionários do BB), cujos presidentes são nomeados pelo governo federal, detêm cerca de 61% das ações da Neoenergia, terceiro maior grupo do setor energético brasileiro, que confirmou à Folha ter doado R$ 500 mil para a produção do filme.
O custo total é um dos mais altos do cinema nacional. Os produtores, a família de Luiz Carlos Barreto, afirmam que foi de R$ 12 milhões.
As empresas investiram de uma maneira pouco usual no mercado: injetaram dinheiro próprio e fora das leis de incentivo à cultura que preveem o abatimento das doações no Imposto de Renda. Os produtores do filme dizem que não usaram as leis de fomento justamente para não serem acusados de beneficiamento indevido.
Se preservou o dinheiro dos contribuintes, o caminho adotado pelos produtores tornou a operação menos transparente.
Nos projetos financiados de acordo com as leis de incentivo à cultura (cerca de R$ 88 milhões em projetos de cinema em 2008), a Ancine (Agência Nacional do Cinema) tem acesso aos valores e às empresas financiadoras, dados que tem de publicar em seu site. Não é o caso do filme “Lula”.
“É como um negócio qualquer entre duas empresas. Não temos acesso a essas informações”, informou a agência. (leia a íntegra aqui )

***
Toda esta “transparência” prova tudo o que os ministros e o presidente têm dito na imprensa. Não precisamos mesmo nos preocupar com uma eventual influência eleitoral do filme petista. Essa relação maravilhosa descrita pela Folha mostra que existe fator mais interessante a ser investigado do que o apoio à Dilma.

Informações da Folha

A maior parte das 17 empresas patrocinadoras do filme “Lula, o Filho do Brasil”, que deve entrar no circuito comercial em 1º de janeiro, mantém negócios com os ministérios e bancos do governo federal. Apenas em 2009, sete dessas empresas receberam cerca de R$ 407 milhões em pagamentos diretos da União por conta de obras, aquisição de equipamentos e outros serviços.
Outras cinco obtiveram financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) desde o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, e outra tem como sócio um banco estatal e o fundo de pensão a ele ligado, ambos controlados pela União.
O Banco do Brasil e a Previ (fundo dos funcionários do BB), cujos presidentes são nomeados pelo governo federal, detêm cerca de 61% das ações da Neoenergia, terceiro maior grupo do setor energético brasileiro, que confirmou à Folha ter doado R$ 500 mil para a produção do filme.
O custo total é um dos mais altos do cinema nacional. Os produtores, a família de Luiz Carlos Barreto, afirmam que foi de R$ 12 milhões.
As empresas investiram de uma maneira pouco usual no mercado: injetaram dinheiro próprio e fora das leis de incentivo à cultura que preveem o abatimento das doações no Imposto de Renda. Os produtores do filme dizem que não usaram as leis de fomento justamente para não serem acusados de beneficiamento indevido.
Se preservou o dinheiro dos contribuintes, o caminho adotado pelos produtores tornou a operação menos transparente.
Nos projetos financiados de acordo com as leis de incentivo à cultura (cerca de R$ 88 milhões em projetos de cinema em 2008), a Ancine (Agência Nacional do Cinema) tem acesso aos valores e às empresas financiadoras, dados que tem de publicar em seu site. Não é o caso do filme “Lula”.
“É como um negócio qualquer entre duas empresas. Não temos acesso a essas informações”, informou a agência. (leia a íntegra aqui )

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Toda esta “transparência” prova tudo o que os ministros e o presidente têm dito na imprensa. Não precisamos mesmo nos preocupar com uma eventual influência eleitoral do filme petista. Essa relação maravilhosa descrita pela Folha mostra que existe fator mais interessante a ser investigado do que o apoio à Dilma.

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