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Panorama do mercado de trabalho no Brasil

Fernando Veloso, economista e especialista do Instituto Millenium, é um dos organizadores do livro “Panorama do mercado de trabalho no Brasil” (FGV, 2014). A obra reúne ensaios que relacionam a evolução do mercado de trabalho brasileiro, desde a década de 1990, com os efeitos conjunturais da economia. O texto também aborda os desafios para o futuro, que inclui mudanças na legislação, defasada para a realidade atual. “Em algum momento, vamos […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 19 de novembro de 2014 às 14h14.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h14.

Fernando Veloso, economista e especialista do Instituto Millenium, é um dos organizadores do livro “Panorama do mercado de trabalho no Brasil” (FGV, 2014). A obra reúne ensaios que relacionam a evolução do mercado de trabalho brasileiro, desde a década de 1990, com os efeitos conjunturais da economia. O texto também aborda os desafios para o futuro, que inclui mudanças na legislação, defasada para a realidade atual. “Em algum momento, vamos ter que voltar a discutir a questão sobre o ponto de vista mais institucional”, afirma.

De acordo com Veloso, o cenário da economia brasileira nos anos 1990 era preocupante, com inflação alta e instabilidade financeira. Em razão disso, segundo o economista, o desemprego e a informalidade aumentaram. “Foi um período de muitas crises, especialmente nas regiões metropolitanas, havendo deterioração forte do mercado de trabalho”. Nos anos 2000 a economia foi, aos poucos, se reestruturando e o mercado de trabalho também se recuperou. Os ajustes do Plano Real trouxeram estabilidade, houve reforma no sistema financeiro, contribuindo para a expansão do crédito, além de um cenário externo mais favorável. As reformas estimularam o setor de serviços e, aos poucos, os níveis de desemprego foram diminuindo, assim como o índice de trabalho informal.

Mas, de acordo com o economista, os principais fatores que proporcionaram a melhoria no mercado de trabalho nos anos 2000 e até recentemente estão se esgotando. O boom de commodities, que impulsionou o país no início do século, já está estabilizado, assim como o crédito. “Não há criação de novas vagas como antes, e por razões demográficas, a taxa de participação no mercado de trabalho está diminuindo”, disse.

A palavra-chave, segundo Veloso, é flexibilidade. As relações de trabalho estão muito rígidas e quase sempre sofrem interferência judicial. Uma negociação mais centralizada, entre patrão e empregados, pode trazer mais satisfação para ambos e, ao mesmo tempo, assegurar os direitos dos dois lados. Uma legislação mais flexível não implica em perdas para o trabalhador, pelo contrário, ele irá ter um mercado capaz de adaptar-se a diferentes situações empregatícias, fato importante para a economia atual.

O economista Regis Bonelli também participa da seleção de artigos, o prefácio é assinado por José Pastore e a apresentação é de Nelson Barbosa. Os artigos são assinados por André Portela Souza, Bruno Komatsu, Carlos Henrique L. Corseuil, Eduardo Zylberstajn, Fernando de Holanda Barbosa Filho, Gabriel Ulyssea, Gustavo Gonzaga, João Saboia, José Márcio Camargo, Lauro Ramos, Naércio Menezes Filho, Pedro Henrique Cabanas, Rafael Cayres Pinto, Rodrigo Leandro de Moura e Vladimir Ponczek, todos especialistas em economia do trabalho.

Fernando Veloso, economista e especialista do Instituto Millenium, é um dos organizadores do livro “Panorama do mercado de trabalho no Brasil” (FGV, 2014). A obra reúne ensaios que relacionam a evolução do mercado de trabalho brasileiro, desde a década de 1990, com os efeitos conjunturais da economia. O texto também aborda os desafios para o futuro, que inclui mudanças na legislação, defasada para a realidade atual. “Em algum momento, vamos ter que voltar a discutir a questão sobre o ponto de vista mais institucional”, afirma.

De acordo com Veloso, o cenário da economia brasileira nos anos 1990 era preocupante, com inflação alta e instabilidade financeira. Em razão disso, segundo o economista, o desemprego e a informalidade aumentaram. “Foi um período de muitas crises, especialmente nas regiões metropolitanas, havendo deterioração forte do mercado de trabalho”. Nos anos 2000 a economia foi, aos poucos, se reestruturando e o mercado de trabalho também se recuperou. Os ajustes do Plano Real trouxeram estabilidade, houve reforma no sistema financeiro, contribuindo para a expansão do crédito, além de um cenário externo mais favorável. As reformas estimularam o setor de serviços e, aos poucos, os níveis de desemprego foram diminuindo, assim como o índice de trabalho informal.

Mas, de acordo com o economista, os principais fatores que proporcionaram a melhoria no mercado de trabalho nos anos 2000 e até recentemente estão se esgotando. O boom de commodities, que impulsionou o país no início do século, já está estabilizado, assim como o crédito. “Não há criação de novas vagas como antes, e por razões demográficas, a taxa de participação no mercado de trabalho está diminuindo”, disse.

A palavra-chave, segundo Veloso, é flexibilidade. As relações de trabalho estão muito rígidas e quase sempre sofrem interferência judicial. Uma negociação mais centralizada, entre patrão e empregados, pode trazer mais satisfação para ambos e, ao mesmo tempo, assegurar os direitos dos dois lados. Uma legislação mais flexível não implica em perdas para o trabalhador, pelo contrário, ele irá ter um mercado capaz de adaptar-se a diferentes situações empregatícias, fato importante para a economia atual.

O economista Regis Bonelli também participa da seleção de artigos, o prefácio é assinado por José Pastore e a apresentação é de Nelson Barbosa. Os artigos são assinados por André Portela Souza, Bruno Komatsu, Carlos Henrique L. Corseuil, Eduardo Zylberstajn, Fernando de Holanda Barbosa Filho, Gabriel Ulyssea, Gustavo Gonzaga, João Saboia, José Márcio Camargo, Lauro Ramos, Naércio Menezes Filho, Pedro Henrique Cabanas, Rafael Cayres Pinto, Rodrigo Leandro de Moura e Vladimir Ponczek, todos especialistas em economia do trabalho.

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