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O problema está no ruído

Vitor Wilher explica porque é favorável as metas de inflaçao

DR

Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2011 às 16h50.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h47.

Vítor Wilher explica porque é favorável ao regime de metas da inflação
O filósofo prussiano Immanuel Kant (1724-1804) resume bem o que vem a ser credibilidade na boa teoria macroeconômica. Para ele, se você quer ter credibilidade deve necessariamente cumprir com suas promessas. Todo o regime de metas de inflação, diga-se, está fundado nesse pequeno grande conceito.
É de se perguntar justamente porque os bancos centrais devem perseguir uma meta de inflação. Por que não uma meta de crescimento ou mesmo uma de câmbio? Melhor ainda: por que não as três? Tais questionamentos estão todos os dias nos jornais, envolvendo economistas das mais diferentes escolas de pensamento. Aqui exponho alguns argumentos a favor do regime de metas de inflação, implantado “meio que por acaso” no Brasil, em 1999.
O debate sobre se um banco central deve ou não seguir uma meta tem seu ponto alto no modelo Barro-Gordon, de 19831. Neste, os bancos centrais discricionários estão sujeitos ao que ficou conhecido como viés inflacionário. Em outros termos, dão preferência a um pouco mais de inflação por um pouco mais de crescimento.
O diabo, leitor, é que aquela correção positiva entre crescimento e inflação ganhou nova roupagem na década de 70. Dadas as mudanças na economia mundial (choque de commodities, principalmente petróleo), a troca entre um e outro deixou de ser estável – se é que algum dia o foi. Em outras palavras, mais crescimento implica em uma inflação em contínuo aumento. Daí que para evitar o viés inflacionário e ciclos políticos (alternância entre governos “gastadores” e governos “conservadores” em termos de política econômica), viu-se que metas factíveis seriam melhor para promoção do bem-estar.
Há, é claro, muitas outras questões teóricas envolvidas. O consenso que se formou a partir do debate sobre se um banco central deveria conduzir a política monetária via regras ou via discrição (ausência de regras) tem outras suposições. As duas mais importantes referem-se ao que vem a causar o crescimento econômico. No curto prazo, um aumento de demanda (consumo das famílias, financiado via crédito bancário), pode gerar um aumento de produção. Entretanto, no médio e longo prazo, aumentos na produção de bens e serviços estão condicionados à disponibilidade de tecnologia, capital e mão de obra qualificada. E sobre isso, poucos economistas discordam.

Clique para ler todo o artigo.

Vítor Wilher explica porque é favorável ao regime de metas da inflação
O filósofo prussiano Immanuel Kant (1724-1804) resume bem o que vem a ser credibilidade na boa teoria macroeconômica. Para ele, se você quer ter credibilidade deve necessariamente cumprir com suas promessas. Todo o regime de metas de inflação, diga-se, está fundado nesse pequeno grande conceito.
É de se perguntar justamente porque os bancos centrais devem perseguir uma meta de inflação. Por que não uma meta de crescimento ou mesmo uma de câmbio? Melhor ainda: por que não as três? Tais questionamentos estão todos os dias nos jornais, envolvendo economistas das mais diferentes escolas de pensamento. Aqui exponho alguns argumentos a favor do regime de metas de inflação, implantado “meio que por acaso” no Brasil, em 1999.
O debate sobre se um banco central deve ou não seguir uma meta tem seu ponto alto no modelo Barro-Gordon, de 19831. Neste, os bancos centrais discricionários estão sujeitos ao que ficou conhecido como viés inflacionário. Em outros termos, dão preferência a um pouco mais de inflação por um pouco mais de crescimento.
O diabo, leitor, é que aquela correção positiva entre crescimento e inflação ganhou nova roupagem na década de 70. Dadas as mudanças na economia mundial (choque de commodities, principalmente petróleo), a troca entre um e outro deixou de ser estável – se é que algum dia o foi. Em outras palavras, mais crescimento implica em uma inflação em contínuo aumento. Daí que para evitar o viés inflacionário e ciclos políticos (alternância entre governos “gastadores” e governos “conservadores” em termos de política econômica), viu-se que metas factíveis seriam melhor para promoção do bem-estar.
Há, é claro, muitas outras questões teóricas envolvidas. O consenso que se formou a partir do debate sobre se um banco central deveria conduzir a política monetária via regras ou via discrição (ausência de regras) tem outras suposições. As duas mais importantes referem-se ao que vem a causar o crescimento econômico. No curto prazo, um aumento de demanda (consumo das famílias, financiado via crédito bancário), pode gerar um aumento de produção. Entretanto, no médio e longo prazo, aumentos na produção de bens e serviços estão condicionados à disponibilidade de tecnologia, capital e mão de obra qualificada. E sobre isso, poucos economistas discordam.

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