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“Não queremos uma democracia barata”

Crise de legitimidade do governo e de representatividade. Esse é o diagnóstico da cientista social Lourdes Sola para o cenário político brasileiro recente. Em entrevista exclusiva ao Instituto Millenium, Sola explica que há um desencanto com o sistema político-partidário e que os representantes do país permanecem surdos às ruas. “A sociedade não se sente representada pelo sistema partidário. As manifestações não são apenas contra o governo, mas também por saber […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 30 de março de 2015 às 15h23.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h06.

Crise de legitimidade do governo e de representatividade. Esse é o diagnóstico da cientista social Lourdes Sola para o cenário político brasileiro recente. Em entrevista exclusiva ao Instituto Millenium, Sola explica que há um desencanto com o sistema político-partidário e que os representantes do país permanecem surdos às ruas.

“A sociedade não se sente representada pelo sistema partidário. As manifestações não são apenas contra o governo, mas também por saber que não há canais através dos quais as pessoas possam se pronunciar”, diz ela, acrescentando que, quando o cidadão não se sente legitimado há prejuízo para o regime político. “Na verdade, eu colocaria da seguinte forma: prejudica a qualidade da democracia. Nós não queremos uma democracia barata”.

Instituto Millenium: Como a senhora avalia a democracia brasileira no momento atual? Os protestos são parte do processo democrático?

Lourdes Sola: Eu acho que sim. Estamos diante de uma crise de legitimidade do governo, mas não da democracia brasileira. Não está em questão a democracia. Talvez esteja em questão para aqueles poucos, uma minoria, que pedem intervenção do Exército. Mas a democracia está funcionando razoavelmente bem. O que temos é uma crise de legitimação do governo e também de representação. O que eu quero dizer com isso é que a sociedade não se sente representada pelo sistema partidário e isto é um dos fatores que está na raiz dos protestos. As manifestações não são apenas contra o governo, mas também por saber que não há canais através dos quais as pessoas possam se pronunciar. Então, trata-se de uma convergência entre uma crise de legitimidade e uma crise de representação, o que forma um panorama bastante preocupante, sem dúvida. Mas crise de democracia não é.

Leia a entrevista completa.

Crise de legitimidade do governo e de representatividade. Esse é o diagnóstico da cientista social Lourdes Sola para o cenário político brasileiro recente. Em entrevista exclusiva ao Instituto Millenium, Sola explica que há um desencanto com o sistema político-partidário e que os representantes do país permanecem surdos às ruas.

“A sociedade não se sente representada pelo sistema partidário. As manifestações não são apenas contra o governo, mas também por saber que não há canais através dos quais as pessoas possam se pronunciar”, diz ela, acrescentando que, quando o cidadão não se sente legitimado há prejuízo para o regime político. “Na verdade, eu colocaria da seguinte forma: prejudica a qualidade da democracia. Nós não queremos uma democracia barata”.

Instituto Millenium: Como a senhora avalia a democracia brasileira no momento atual? Os protestos são parte do processo democrático?

Lourdes Sola: Eu acho que sim. Estamos diante de uma crise de legitimidade do governo, mas não da democracia brasileira. Não está em questão a democracia. Talvez esteja em questão para aqueles poucos, uma minoria, que pedem intervenção do Exército. Mas a democracia está funcionando razoavelmente bem. O que temos é uma crise de legitimação do governo e também de representação. O que eu quero dizer com isso é que a sociedade não se sente representada pelo sistema partidário e isto é um dos fatores que está na raiz dos protestos. As manifestações não são apenas contra o governo, mas também por saber que não há canais através dos quais as pessoas possam se pronunciar. Então, trata-se de uma convergência entre uma crise de legitimidade e uma crise de representação, o que forma um panorama bastante preocupante, sem dúvida. Mas crise de democracia não é.

Leia a entrevista completa.

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