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Na educação, gestão pesa mais que recursos

A educação é um dos principais indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)/2013 divulgado pelo Programa das Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU).  O relatório da ONU mostra como os investimentos em ensino impactam na qualidade de vida dos habitantes dos países. Considerada a nação mais desenvolvida do mundo, a Noruega investe 7,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em educação e tem um índice de evasão escolar […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 27 de março de 2013 às 19h25.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h06.

Naercio Menezes

A educação é um dos principais indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)/2013 divulgado pelo Programa das Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU).  O relatório da ONU mostra como os investimentos em ensino impactam na qualidade de vida dos habitantes dos países. Considerada a nação mais desenvolvida do mundo, a Noruega investe 7,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em educação e tem um índice de evasão escolar de 0,5%. No Brasil investe-se 5,7% de toda a riqueza gerada e o percentual de alunos que abandonam os estudos é de 24,3% só na educação primária. Ocupamos a 85ª posição no ranking geral do IDH, enquanto os noruegueses estão na primeira posição.

O estudo da ONU mostra que os investimentos não vão tão mal por aqui. Então a raiz do problema seria a gestão dos recursos. O Instituto Millenium ouviu o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naércio Menezes, para entender o problema do ensino no Brasil. Menezes afirma que a questão passa pela aplicação das verbas destinadas para setor. O professor cita o sucesso da iniciativa de Sobral, município do sertão cearense com o maior crescimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), para provar que, embora seja importante, o dinheiro não garante a formação adequada para crianças e jovens brasileiros. A cidade cearense ocupa a 114ª posição no ranking do PIB per capita.

O papel do ensino na economia e na cultura brasileira

Há um consenso entre especialistas em educação e economia e até mesmo entre pessoas leigas no assunto de que a estagnação do ensino nacional ameaça o crescimento do Brasil. É comum ouvirmos que o país está fadado a “voos de galinha”. E para decolar é urgente promover uma ampla reforma do sistema pedagógico desde a formação dos professores até a garantia da infraestrutura básica para o pleno desenvolvimento dos jovens. As denúncias sobre as precárias condições da escola Escola Básica Maria Tomázia Coelho, em Santa Catarina,  postadas página “Diário de Classe”, da estudante Isadora Faber, provam que ainda há muito a ser feito.

Está claro que o dinheiro tem uma influência limitada sobre ensino, mas nesse caso a recíproca não é verdadeira. Naércio Menezes explica que a educação impacta diretamente sobre a produtividade econômica. “A educação aumenta a produtividade das pessoas e das empresas em que elas trabalham, possibilitando a inovação e o crescimento econômico”.

Além de transformar a economia, a educação também é uma das principais soluções para os problemas sociais como a corrupção. Menezes reconhece que a formação escolar tem um papel importante na resolução de distorções da sociedade, mas ressalta  que esse é um aspecto com profundas raízes culturais, que vem desde o nosso descobrimento.

O professor chama atenção para a necessidade de se desenvolver uma cultura de valorização do ensino no Brasil, como acontece nos países desenvolvidos. “É necessário revolucionar todo o sistema educacional, com foco na gestão, na aplicação de avaliações e no mérito”.

O que o Brasil tem a aprender com a experiência chinesa e coreana

A China e a Coreia do Sul provam que a educação é um pilar essencial para o crescimento. O coordenador do Insper lembra que essas nações tem uma cultura educacional muito forte. Assim como os chineses e os coreanos, os brasileiros precisam incentivar e valorizar todo o tipo de esforço que envolve a educação. A Coreia do Sul provou que é possível revolucionar o sistema em um curto espaço de tempo. Os sul-coreanos modernizaram o ensino no espaço de duas gerações.

Naercio Menezes

A educação é um dos principais indicadores do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)/2013 divulgado pelo Programa das Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU).  O relatório da ONU mostra como os investimentos em ensino impactam na qualidade de vida dos habitantes dos países. Considerada a nação mais desenvolvida do mundo, a Noruega investe 7,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em educação e tem um índice de evasão escolar de 0,5%. No Brasil investe-se 5,7% de toda a riqueza gerada e o percentual de alunos que abandonam os estudos é de 24,3% só na educação primária. Ocupamos a 85ª posição no ranking geral do IDH, enquanto os noruegueses estão na primeira posição.

O estudo da ONU mostra que os investimentos não vão tão mal por aqui. Então a raiz do problema seria a gestão dos recursos. O Instituto Millenium ouviu o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naércio Menezes, para entender o problema do ensino no Brasil. Menezes afirma que a questão passa pela aplicação das verbas destinadas para setor. O professor cita o sucesso da iniciativa de Sobral, município do sertão cearense com o maior crescimento no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), para provar que, embora seja importante, o dinheiro não garante a formação adequada para crianças e jovens brasileiros. A cidade cearense ocupa a 114ª posição no ranking do PIB per capita.

O papel do ensino na economia e na cultura brasileira

Há um consenso entre especialistas em educação e economia e até mesmo entre pessoas leigas no assunto de que a estagnação do ensino nacional ameaça o crescimento do Brasil. É comum ouvirmos que o país está fadado a “voos de galinha”. E para decolar é urgente promover uma ampla reforma do sistema pedagógico desde a formação dos professores até a garantia da infraestrutura básica para o pleno desenvolvimento dos jovens. As denúncias sobre as precárias condições da escola Escola Básica Maria Tomázia Coelho, em Santa Catarina,  postadas página “Diário de Classe”, da estudante Isadora Faber, provam que ainda há muito a ser feito.

Está claro que o dinheiro tem uma influência limitada sobre ensino, mas nesse caso a recíproca não é verdadeira. Naércio Menezes explica que a educação impacta diretamente sobre a produtividade econômica. “A educação aumenta a produtividade das pessoas e das empresas em que elas trabalham, possibilitando a inovação e o crescimento econômico”.

Além de transformar a economia, a educação também é uma das principais soluções para os problemas sociais como a corrupção. Menezes reconhece que a formação escolar tem um papel importante na resolução de distorções da sociedade, mas ressalta  que esse é um aspecto com profundas raízes culturais, que vem desde o nosso descobrimento.

O professor chama atenção para a necessidade de se desenvolver uma cultura de valorização do ensino no Brasil, como acontece nos países desenvolvidos. “É necessário revolucionar todo o sistema educacional, com foco na gestão, na aplicação de avaliações e no mérito”.

O que o Brasil tem a aprender com a experiência chinesa e coreana

A China e a Coreia do Sul provam que a educação é um pilar essencial para o crescimento. O coordenador do Insper lembra que essas nações tem uma cultura educacional muito forte. Assim como os chineses e os coreanos, os brasileiros precisam incentivar e valorizar todo o tipo de esforço que envolve a educação. A Coreia do Sul provou que é possível revolucionar o sistema em um curto espaço de tempo. Os sul-coreanos modernizaram o ensino no espaço de duas gerações.

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