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Entenda a proposta de reforma administrativa do governo federal

Presidente entregou proposta ao Congresso nesta quinta-feira; especialista analisa quais foram as principais mudanças e os impactos da aprovação

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institutomillenium

Publicado em 3 de setembro de 2020 às 12h00.

Última atualização em 4 de setembro de 2020 às 15h51.

O presidente Jair Bolsonaro entregou nesta quinta-feira (3) a proposta deReforma Administrativa ao Congresso Nacional. Entre as mudanças que o texto propõe, estão o aumento na facilidade para as privatizações e mudanças nas regras de estabilidade para os novos servidores públicos. Em entrevista ao Instituto Millenium, o assessor técnico da Reforma Administrativa no Centro de Liderança Pública (CLP), Pedro Trippi, analisou o projeto. O especialista em Relações Governamentais avaliou de forma positiva as alterações propostas para o funcionalismo, mas destacou que este é apenas o primeiro passo para melhorar o serviço público.

“O texto vai ao norte correto. No entanto, com tudo o mais que deve ser feito, o governo não vai poder parar com essa PEC. Sempre que eu falo em reforma administrativa, gosto de lembrar que o Brasil apresenta grandes distorções. Temos um gasto com funcionalismo público que não é baixo, fica em torno de 15% do PIB, e os serviços públicos que recebemos na ponta, não são bons”, disse.

+ Wagner Vargas: Reforma Administrativa, o encontro marcado

Entre as propostas, Pedro Trippi considera que a mais significativa será o fim de promoções e progressões por tempo de serviço. Isso aproximará o setor público ao formato piramidal, usado no setor privado para aumentar a produtividade e criar desafios. “Mostra uma tentativa do governo de injetar mais meritocracia na máquina pública. Alguns privilégios vão ser combatidos, como férias de mais de dois meses que alguns segmentos do funcionalismo possuem ou aposentadoria como punição. Todos são privilégios que devem ser combatidos. Mas deve ser feito mais. Vamos esperar o texto para analisar melhor, mas devemos ter menos carreiras com uma trajetória maior, salários iniciais menores para algumas categorias do funcionalismo. É preciso convergir a realidade do setor público com a do setor privado”, destacou.

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Após mobilização da sociedade, reforma administrativa entra em pauta

Com relação à possibilidade de aprovação da Reforma Administrativa no Congresso, Pedro Trippi alerta para os desafios, mas acredita que o fato das novas regras só valerem para os novos servidores pode ser um atenuante. “Nós sabemos que as novas corporações de servidores públicos são muito fortes em Brasília, provavelmente as que mais influenciam. Mas o Brasil conseguiu passar uma Reforma Previdenciária, que combateu inúmeros privilégios, e agora teremos que ser capazes de chegar num consenso e aprovar uma reforma administrativa. É necessário pensar nos interesses difusos da sociedade que quer a reforma e bons serviços de ponta”, finalizou.

Entenda as principais alterações

Campanha Destrava

Liderada pelo Instituto Millenium, a campanha Destrava! Por uma Reforma Administrativa do bem mostrou a demanda popular por melhorias nos serviços e contas públicas. O movimento que buscou conscientizar e debateu sobre a necessidade de reforma administrativa, contou com mais de 500 assinaturas e desde o dia 1 de setembro o assunto, que estava sem previsão de resoluções em 2020, tem sido pauta em Brasília.

O presidente Jair Bolsonaro entregou nesta quinta-feira (3) a proposta deReforma Administrativa ao Congresso Nacional. Entre as mudanças que o texto propõe, estão o aumento na facilidade para as privatizações e mudanças nas regras de estabilidade para os novos servidores públicos. Em entrevista ao Instituto Millenium, o assessor técnico da Reforma Administrativa no Centro de Liderança Pública (CLP), Pedro Trippi, analisou o projeto. O especialista em Relações Governamentais avaliou de forma positiva as alterações propostas para o funcionalismo, mas destacou que este é apenas o primeiro passo para melhorar o serviço público.

“O texto vai ao norte correto. No entanto, com tudo o mais que deve ser feito, o governo não vai poder parar com essa PEC. Sempre que eu falo em reforma administrativa, gosto de lembrar que o Brasil apresenta grandes distorções. Temos um gasto com funcionalismo público que não é baixo, fica em torno de 15% do PIB, e os serviços públicos que recebemos na ponta, não são bons”, disse.

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Entre as propostas, Pedro Trippi considera que a mais significativa será o fim de promoções e progressões por tempo de serviço. Isso aproximará o setor público ao formato piramidal, usado no setor privado para aumentar a produtividade e criar desafios. “Mostra uma tentativa do governo de injetar mais meritocracia na máquina pública. Alguns privilégios vão ser combatidos, como férias de mais de dois meses que alguns segmentos do funcionalismo possuem ou aposentadoria como punição. Todos são privilégios que devem ser combatidos. Mas deve ser feito mais. Vamos esperar o texto para analisar melhor, mas devemos ter menos carreiras com uma trajetória maior, salários iniciais menores para algumas categorias do funcionalismo. É preciso convergir a realidade do setor público com a do setor privado”, destacou.

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