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Empresa brasileira criada durante a pandemia já movimenta milhões

Confira o case da startup de viagens corporativas, Portão 3

Viagens (Stefan Cristian Cioata/Getty Images)
Viagens (Stefan Cristian Cioata/Getty Images)
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Instituto Millenium

Publicado em 16 de setembro de 2021 às, 17h08.

Se empreender no Brasil é, na maioria das vezes, desafiador, começar um negócio no meio de uma pandemia pode parecer uma tarefa ainda mais árdua. No entanto, é nos momentos de crise que o empreendedor pode se destacar, colocando toda sua criatividade na elaboração de ideias e na construção de negócios.

A sócia da startup de viagens corporativas Portão 3, Bianca Pereira, conta que a empresa começou após perceber uma oportunidade a partir de uma lacuna vazia no segmento, juntamente com a vontade de cooperar na transformação do mundo dos negócios.

“Enxergamos um gap enorme que existia no mercado de viagens corporativas no comecinho do ano passado. E com desejo de digitalizar e mudar esse setor, criamos a Portão 3, com a ideia de ajudar na organização de todas as etapas desse tipo de viagem”, explicou.

A ideia do negócio, mesmo promissor, enfrentou desafios para alavancar. De acordo com Bianca Pereira, o MVP (Mínimo Produto Viável) ficou pronto bem no início da pandemia, exatamente quando os aeroportos estavam fechando. Assim, chegaram a questionar se aquele, de fato, era o melhor timing para prosseguir.

“No começo bateu aquela ansiedade, mas fomos bem resilientes e começamos a enxergar o mercado de outra forma. O setor de viagem corporativa no país anda a passos lentos na digitalização, e até nisso a pandemia mudou um pouco o comportamento do consumidor. Então, vimos uma oportunidade principalmente nos setores que não podiam ficar parados, como supermercados, farmácias, indústrias, agronegócio, que realmente precisavam continuar produzindo, e precisavam ainda de pessoas viajando”, destacou.

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A seleção da Portão 3 para participar do programa de aceleração da Y Combinator, um dos mais tradicionais do ecossistema global de inovação, foi outro fator que ajudou a impulsionar o crescimento da startup. Bianca Pereira conta que além do aprendizado recebido, ainda houve o investimento de R$125 mil por parte do próprio programa, além da possibilidade de expansão internacional.

“Nos conectamos com pessoas que já passaram pelo que estamos passando e tiveram sucesso. Temos hoje uma comunidade que ajuda com o que for preciso dentro do universo de empreendedorismo, que foi importante para conseguirmos focar no que importa, além de crescermos com mais velocidade e mais conhecimento. Estamos utilizando esse investimento que recebemos para expandir pela América Latina e desenvolver novos produtos e soluções”, avaliou.

Segundo Bianca Pereira, a startup já crescia de forma rápida desde o seu nascimento, e mesmo antes de participar do programa, já havia alcançado seu ponto de equilíbrio através de recursos próprios. A ideia agora é movimentar R$80 milhões e ainda manter o crescimento atual de 45% ao mês.

“A aceleração com o Y Combinator foi importantíssima para conseguirmos escalar em máxima potência. Hoje já movimentamos alguns milhões na plataforma e estamos trazendo mais eficiência para as viagens dos nossos clientes”.

Empreendedorismo no Brasil

São várias as questões que ainda precisam ser desenvolvidas no Brasil no sentido de fomento ao empreendedorismo, mas olhar para os problemas e conseguir enxergar novas oportunidades, pode ser um ponto de partida para o desenvolvimento dos negócios.

“Vivemos em uma terra de oportunidades, e acho que todo brasileiro leva no sangue a resiliência de fazer as coisas acontecerem. A criatividade também é muito importante para fazer as coisas irem para frente. Eu acho que o maior desafio é pensar que podemos, tanto quanto pessoas tanto como sociedade, chegar a outro patamar em todas as áreas do empreendedorismo”, acrescentou.

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Um ambiente de negócios saudável e que propicie o surgimento de novos empreendimentos, como a Portão 3, é fundamental para movimentar a economia do país. “Se existem mais chances de sucesso e facilidade de acesso, é natural que os empreendedores se sintam mais estimulados a ocupar um lugar no mercado. Quanto mais empreendimentos o país tem funcionando, mais a economia gira e faz com que o dinheiro circule chegando até a regiões menos favorecidas”, finalizou.

O empreendedorismo contribui de diversas formas para desenvolvimento de um país, pois propicia a inovação, apresenta soluções para questões enfrentadas no dia a dia e ainda faz a economia girar. Assim, quanto menos burocracias e mais liberdade, maiores e melhores serão as chances de empreender no Brasil.