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Desafio à intervenção: quanto vale uma vida no Rio de Janeiro?

"O desastre da segurança pública do Rio e do Brasil não é uma crise, é um projeto"

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institutomillenium

Publicado em 15 de março de 2018 às 09h07.

* Por Roberto Motta

Os assassinos da vereadora do PSOL precisam ser presos e condenados. Esse crime é um desafio aberto à intervenção. Precisa de uma resposta imediata. Toda a solidariedade à família da vereadora.

Todos os criminosos precisam ser punidos de forma proporcional à gravidade do seu crime. A sentença do criminoso não pode ser mais leve que a sentença da vítima. Depois de cometer certos crimes, o criminoso não deveria nunca mais sair da prisão. Essas são as minhas ideias.

Se a vítima fosse uma pessoa comum, a chance de os assassinos serem presos e condenados seria de apenas 8%. Essa é a média no país. No Rio, até pouco tempo, já foi de apenas 2%.

Os assassinos, se condenados, poderão ir para o regime semiaberto após cumprir apenas 1/6 da pena (ou no máximo 2/5). Não importam as sentenças que receberam, jamais poderão ficar presos mais de 30 anos. Um dos assassinos de Tim Lopes foi para o semiaberto depois de cinco anos e fugiu. A mesma coisa aconteceu com outro assassino três anos depois. É a regra. Na cadeia, ficarão alojados juntos com os membros de suas facções (prática inaugurada nas prisões cariocas) e, provavelmente, terão livre acesso a telefones celulares e poderão também, através de seus advogados, continuar a comandar crimes do lado de fora. Não importa a torpidez do crime: o foco será sempre na “ressocialização”, e a prioridade será tirar os criminosos da cadeia o mais rápido possível. Se o assassino for menor de 18 anos, ele é inimputável. Em média, um menor homicida no Rio de Janeiro fica internado para cumprir “medidas socioeducativas” apenas oito meses. Essas são as ideias dos partidos de esquerda.

Leia mais de Roberto Motta
Justiça social
Na guerra contra o crime, há razões para o otimismo

Na verdade, é provável que os assassinos já tenham várias passagens anteriores pela polícia. Nossas prisões têm porta giratória. No primeiro trimestre de 2017, no Rio de Janeiro, 61% dos presos em flagrante eram soltos nas “audiências de custódia”. Apesar disso, “ativistas” e ONGs promovem o “desencarceramento” – a simples soltura dos criminosos presos. Essas são as ideias dos partidos de esquerda.

No Rio de Janeiro, ninguém está seguro. No Brasil, ninguém está seguro. O caos completo na segurança pública e o domínio do crime é resultado do casamento de incompetência na gestão dos órgãos de segurança com a ideologização da legislação penal. Hoje, graças à modificação gradual da legislação penal desde 1984, a impunidade dos criminosos é quase garantida. Todos os anos morrem 60 mil pessoas assassinadas. Apenas 8% dos assassinos são descobertos. Todos os anos são registrados dois milhões de assaltos. Apenas 2% são elucidados. A ideologização da legislação é promovida pelos partidos de esquerda.

Nos últimos anos o investimento na capacidade investigativa da polícia carioca foi zero. O Instituto de Criminalística Carlos Éboli está sucateado. O banco de dados com impressões digitais é controlado pelo DETRAN. O sistema de plantão de 24×72 inviabiliza o trabalho policial. A Central de Flagrantes foi transformada em Central de “Garantias”. A polícia é demonizada dia e noite na mídia.

O desastre da segurança pública do Rio e do Brasil não é uma crise, é um projeto.

Chega de mortes. Chega de considerar criminosos violentos e perigosos como vítimas da sociedade ou revolucionários que lutam contra a “desigualdade”. Chegou a hora de criarmos leis que protejam as pessoas de bem e garantam a punição dos criminosos. Chegou a hora de estruturar, investir, apoiar e honrar o trabalho policial.

Leis justas, uma justiça rápida e uma polícia eficiente são as bases de uma sociedade democrática. E é por isso que devemos trabalhar.

Em nome de Marielle, João Hélio, Jaime Gold, Tim Lopes e tantas outras vítimas.

* Roberto Motta é engenheiro civil (PUC-Rio) e pós-graduado no Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV-RJ. Tem experiência como executivo de grandes empresas no Brasil e EUA nas áreas de tecnologia da informação, desenvolvimento de negócios e gestão empresarial. Fundador e ex-membro do Partido Novo, mantém o site "https://robertobmotta.com" e é autor de "Ou Ficar a Pátria Livre" (Amora do Leblon, 2016).

* Por Roberto Motta

Os assassinos da vereadora do PSOL precisam ser presos e condenados. Esse crime é um desafio aberto à intervenção. Precisa de uma resposta imediata. Toda a solidariedade à família da vereadora.

Todos os criminosos precisam ser punidos de forma proporcional à gravidade do seu crime. A sentença do criminoso não pode ser mais leve que a sentença da vítima. Depois de cometer certos crimes, o criminoso não deveria nunca mais sair da prisão. Essas são as minhas ideias.

Se a vítima fosse uma pessoa comum, a chance de os assassinos serem presos e condenados seria de apenas 8%. Essa é a média no país. No Rio, até pouco tempo, já foi de apenas 2%.

Os assassinos, se condenados, poderão ir para o regime semiaberto após cumprir apenas 1/6 da pena (ou no máximo 2/5). Não importam as sentenças que receberam, jamais poderão ficar presos mais de 30 anos. Um dos assassinos de Tim Lopes foi para o semiaberto depois de cinco anos e fugiu. A mesma coisa aconteceu com outro assassino três anos depois. É a regra. Na cadeia, ficarão alojados juntos com os membros de suas facções (prática inaugurada nas prisões cariocas) e, provavelmente, terão livre acesso a telefones celulares e poderão também, através de seus advogados, continuar a comandar crimes do lado de fora. Não importa a torpidez do crime: o foco será sempre na “ressocialização”, e a prioridade será tirar os criminosos da cadeia o mais rápido possível. Se o assassino for menor de 18 anos, ele é inimputável. Em média, um menor homicida no Rio de Janeiro fica internado para cumprir “medidas socioeducativas” apenas oito meses. Essas são as ideias dos partidos de esquerda.

Leia mais de Roberto Motta
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Na guerra contra o crime, há razões para o otimismo

Na verdade, é provável que os assassinos já tenham várias passagens anteriores pela polícia. Nossas prisões têm porta giratória. No primeiro trimestre de 2017, no Rio de Janeiro, 61% dos presos em flagrante eram soltos nas “audiências de custódia”. Apesar disso, “ativistas” e ONGs promovem o “desencarceramento” – a simples soltura dos criminosos presos. Essas são as ideias dos partidos de esquerda.

No Rio de Janeiro, ninguém está seguro. No Brasil, ninguém está seguro. O caos completo na segurança pública e o domínio do crime é resultado do casamento de incompetência na gestão dos órgãos de segurança com a ideologização da legislação penal. Hoje, graças à modificação gradual da legislação penal desde 1984, a impunidade dos criminosos é quase garantida. Todos os anos morrem 60 mil pessoas assassinadas. Apenas 8% dos assassinos são descobertos. Todos os anos são registrados dois milhões de assaltos. Apenas 2% são elucidados. A ideologização da legislação é promovida pelos partidos de esquerda.

Nos últimos anos o investimento na capacidade investigativa da polícia carioca foi zero. O Instituto de Criminalística Carlos Éboli está sucateado. O banco de dados com impressões digitais é controlado pelo DETRAN. O sistema de plantão de 24×72 inviabiliza o trabalho policial. A Central de Flagrantes foi transformada em Central de “Garantias”. A polícia é demonizada dia e noite na mídia.

O desastre da segurança pública do Rio e do Brasil não é uma crise, é um projeto.

Chega de mortes. Chega de considerar criminosos violentos e perigosos como vítimas da sociedade ou revolucionários que lutam contra a “desigualdade”. Chegou a hora de criarmos leis que protejam as pessoas de bem e garantam a punição dos criminosos. Chegou a hora de estruturar, investir, apoiar e honrar o trabalho policial.

Leis justas, uma justiça rápida e uma polícia eficiente são as bases de uma sociedade democrática. E é por isso que devemos trabalhar.

Em nome de Marielle, João Hélio, Jaime Gold, Tim Lopes e tantas outras vítimas.

* Roberto Motta é engenheiro civil (PUC-Rio) e pós-graduado no Mestrado Executivo em Gestão Empresarial pela FGV-RJ. Tem experiência como executivo de grandes empresas no Brasil e EUA nas áreas de tecnologia da informação, desenvolvimento de negócios e gestão empresarial. Fundador e ex-membro do Partido Novo, mantém o site "https://robertobmotta.com" e é autor de "Ou Ficar a Pátria Livre" (Amora do Leblon, 2016).

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