Aumento da escolaridade não garante mais produtividade
O número de brasileiros que completaram o ensino superior cresceu. Entre 2011 e 2012, 867 mil estudantes receberam um diploma, segundo a Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE. O aumento do grau de escolaridade, no entanto, não está produzindo os efeitos esperados sobre os índices de produtividade do trabalhador brasileiro. O mercado ainda reclama da falta de mão de obra qualificada. Gustavo Leal, diretor de Operações do Serviço Nacional […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 11h18.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h39.
O número de brasileiros que completaram o ensino superior cresceu. Entre 2011 e 2012, 867 mil estudantes receberam um diploma, segundo a Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE. O aumento do grau de escolaridade, no entanto, não está produzindo os efeitos esperados sobre os índices de produtividade do trabalhador brasileiro. O mercado ainda reclama da falta de mão de obra qualificada.
Gustavo Leal, diretor de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), explica que os conhecimentos e habilidades obtidas pelos trabalhadores na educação formal nem sempre atendem ao que os empregadores desejam. “Na indústria, especificamente, são necessários conhecimentos técnicos, além de habilidades comportamentais e de comunicação”.
Esse é um dos motivos para que a produtividade do trabalhador brasileiro seja pior que a de países como a Alemanha, a Coreia do Sul e os Estados Unidos. “Para produzir o mesmo que um trabalhador americano, o Brasil precisa de cinco brasileiros”, ressalta.
João Batista Araujo e Oliveira, especialista do Instituto Millenium e Ph.D em educação, acredita que a expansão das universidades não é a solução para o problema da formação profissional. Ele, que também é presidente do Instituto Alfa e Beto, defende uma mudança radical na concepção do terceiro grau como a que ocorreu na Europa nas últimas três décadas. Ele critica o “forte viés ideológico” da educação superior que, segundo ele, ainda é focada “na ideia de universidade de ensino-pesquisa-extensão”.
A diretora de recursos humanos do Manpower Group Brasil, Márcia Almström, afirma que já existem iniciativas para diminuir esse distanciamento, com empresas que trabalham em parceria com escolas na formação de profissionais.
A ampliação da educação profissionalizante é apontada como um caminho para solucionar o problema. Gustavo Leal lembra que, no Brasil, apenas 6% dos jovens optam por cursos técnicos, enquanto nos países ricos esse número é de 35%. “A falta de qualificação técnica é um gap para a competitividade”, conclui Almström.
O número de brasileiros que completaram o ensino superior cresceu. Entre 2011 e 2012, 867 mil estudantes receberam um diploma, segundo a Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE. O aumento do grau de escolaridade, no entanto, não está produzindo os efeitos esperados sobre os índices de produtividade do trabalhador brasileiro. O mercado ainda reclama da falta de mão de obra qualificada.
Gustavo Leal, diretor de Operações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), explica que os conhecimentos e habilidades obtidas pelos trabalhadores na educação formal nem sempre atendem ao que os empregadores desejam. “Na indústria, especificamente, são necessários conhecimentos técnicos, além de habilidades comportamentais e de comunicação”.
Esse é um dos motivos para que a produtividade do trabalhador brasileiro seja pior que a de países como a Alemanha, a Coreia do Sul e os Estados Unidos. “Para produzir o mesmo que um trabalhador americano, o Brasil precisa de cinco brasileiros”, ressalta.
João Batista Araujo e Oliveira, especialista do Instituto Millenium e Ph.D em educação, acredita que a expansão das universidades não é a solução para o problema da formação profissional. Ele, que também é presidente do Instituto Alfa e Beto, defende uma mudança radical na concepção do terceiro grau como a que ocorreu na Europa nas últimas três décadas. Ele critica o “forte viés ideológico” da educação superior que, segundo ele, ainda é focada “na ideia de universidade de ensino-pesquisa-extensão”.
A diretora de recursos humanos do Manpower Group Brasil, Márcia Almström, afirma que já existem iniciativas para diminuir esse distanciamento, com empresas que trabalham em parceria com escolas na formação de profissionais.
A ampliação da educação profissionalizante é apontada como um caminho para solucionar o problema. Gustavo Leal lembra que, no Brasil, apenas 6% dos jovens optam por cursos técnicos, enquanto nos países ricos esse número é de 35%. “A falta de qualificação técnica é um gap para a competitividade”, conclui Almström.