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Agenda de reformas gera otimismo na economia

Continuidade das ações iniciadas no ano passado é fundamental para garantir segurança dos investidores

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institutomillenium

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 12h12.

Com a economia entrando nos eixos, inflação estabilizada e uma agenda de reformas em andamento no Congresso Nacional, o Brasil, aos poucos, retoma a confiança, gerando otimismo com relação ao futuro. Nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou relatório estimando que o PIB deve crescer mais de 2,2 % em 2020. Além disso, estudo recente da agência global de comunicação Edelman aponta que 70% dos brasileiros esperam melhorar sua condição econômica nos próximos cinco anos.

No caso da estimativa do FMI, a principal razão para a projeção positiva foi a aprovação da Reforma da Previdência, que sinaliza a preocupação com as contas públicas e a responsabilidade fiscal. Para abordar o assunto e traçar cenários sobre as medidas que devem ser tomadas para aumentar a confiabilidade do país por parte dos investidores, o Instituto Millenium conversou com a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour. Ouça no player abaixo!

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De acordo com ela, as reformas do Estado e da economia, que começaram em 2017, abriram espaço para a recuperação. “As ações macro, como a Reforma da Previdência e o Teto de Gastos, são sempre mais enfatizadas, mas houve uma série de outras medidas, como a mudança da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP); além da agenda do Banco Central voltada às fintechs, permitindo a melhoria no ambiente institucional financeiro. Também houve reformas nas estatais, que deixaram de ser controladas sob o viés político. Tudo isso gera um ambiente propício para um crescimento mais forte”, afirmou.

Mas este trabalho ainda não terminou. Para este ano, o governo federal estipula mais mudanças estruturais, com vistas ao desenvolvimento da economia e ao resguardo das contas públicas, a começar pela reforma tributária. “O Brasil precisa de uma simplificação da carga tributária para ganhar produtividade. As empresas gastam uma quantia significativa com a burocracia, entendimento das leis e o próprio processo judiciário relacionado aos tributos”, destacou.

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Solange Srour também lembrou a necessidade de uma reforma administrativa. De acordo com ela, esta é uma das medidas mais importantes, fato que, na opinião da economista, ainda não está explicitado à sociedade. “Com a reforma da Previdência, tratamos dos aposentados, mas é preciso abordar também a força atual de trabalho, que em muitos casos não têm salários compatíveis com o setor privado, de maneira injusta. É preciso tocar em questões como a estabilidade, a promoção, o salário inicial. A reforma administrativa é importante para a consolidação fiscal e o crescimento econômico”, opinou.

Outro ponto destacado pela economista é a infraestrutura, investimento que gera empregos de forma imediata e, por outro lado, destrava importantes gargalos do país. “É preciso avançar na parte de concessões e privatizações, isso daria um grande impulso para o crescimento. Mas para que isso aconteça, devemos melhorar o marco regulatório”, disse.

Confiança aumenta também entre os brasileiros

Além do estudo realizado pelo FMI, a recente pesquisa da Edelman revela outro dado importante, uma vez que a confiança está sendo retomada não apenas entre os investidores, mas também entre a população. Isso pode estimular o aumento no consumo, fazendo a roda da economia girar. “Essa melhora nas condições econômicas tem a ver com a estabilidade na inflação, com ambiente de crédito mais farto, melhorando com as taxas de juros e spreads caindo”, disse Solange Srour.

No entanto, Srour alerta para um fator: ainda é importante aumentar a renda média. “Para a renda crescer, é preciso que a agenda de reformas do governo continue, para que a confiança traga de fato crescimento mais consistente e para que o crédito também cresça de uma forma mais consistente ainda, gerando um ciclo virtuoso”, lembrou.

Com a economia entrando nos eixos, inflação estabilizada e uma agenda de reformas em andamento no Congresso Nacional, o Brasil, aos poucos, retoma a confiança, gerando otimismo com relação ao futuro. Nesta semana, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou relatório estimando que o PIB deve crescer mais de 2,2 % em 2020. Além disso, estudo recente da agência global de comunicação Edelman aponta que 70% dos brasileiros esperam melhorar sua condição econômica nos próximos cinco anos.

No caso da estimativa do FMI, a principal razão para a projeção positiva foi a aprovação da Reforma da Previdência, que sinaliza a preocupação com as contas públicas e a responsabilidade fiscal. Para abordar o assunto e traçar cenários sobre as medidas que devem ser tomadas para aumentar a confiabilidade do país por parte dos investidores, o Instituto Millenium conversou com a economista-chefe da ARX Investimentos, Solange Srour. Ouça no player abaixo!

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De acordo com ela, as reformas do Estado e da economia, que começaram em 2017, abriram espaço para a recuperação. “As ações macro, como a Reforma da Previdência e o Teto de Gastos, são sempre mais enfatizadas, mas houve uma série de outras medidas, como a mudança da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP); além da agenda do Banco Central voltada às fintechs, permitindo a melhoria no ambiente institucional financeiro. Também houve reformas nas estatais, que deixaram de ser controladas sob o viés político. Tudo isso gera um ambiente propício para um crescimento mais forte”, afirmou.

Mas este trabalho ainda não terminou. Para este ano, o governo federal estipula mais mudanças estruturais, com vistas ao desenvolvimento da economia e ao resguardo das contas públicas, a começar pela reforma tributária. “O Brasil precisa de uma simplificação da carga tributária para ganhar produtividade. As empresas gastam uma quantia significativa com a burocracia, entendimento das leis e o próprio processo judiciário relacionado aos tributos”, destacou.

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Solange Srour também lembrou a necessidade de uma reforma administrativa. De acordo com ela, esta é uma das medidas mais importantes, fato que, na opinião da economista, ainda não está explicitado à sociedade. “Com a reforma da Previdência, tratamos dos aposentados, mas é preciso abordar também a força atual de trabalho, que em muitos casos não têm salários compatíveis com o setor privado, de maneira injusta. É preciso tocar em questões como a estabilidade, a promoção, o salário inicial. A reforma administrativa é importante para a consolidação fiscal e o crescimento econômico”, opinou.

Outro ponto destacado pela economista é a infraestrutura, investimento que gera empregos de forma imediata e, por outro lado, destrava importantes gargalos do país. “É preciso avançar na parte de concessões e privatizações, isso daria um grande impulso para o crescimento. Mas para que isso aconteça, devemos melhorar o marco regulatório”, disse.

Confiança aumenta também entre os brasileiros

Além do estudo realizado pelo FMI, a recente pesquisa da Edelman revela outro dado importante, uma vez que a confiança está sendo retomada não apenas entre os investidores, mas também entre a população. Isso pode estimular o aumento no consumo, fazendo a roda da economia girar. “Essa melhora nas condições econômicas tem a ver com a estabilidade na inflação, com ambiente de crédito mais farto, melhorando com as taxas de juros e spreads caindo”, disse Solange Srour.

No entanto, Srour alerta para um fator: ainda é importante aumentar a renda média. “Para a renda crescer, é preciso que a agenda de reformas do governo continue, para que a confiança traga de fato crescimento mais consistente e para que o crédito também cresça de uma forma mais consistente ainda, gerando um ciclo virtuoso”, lembrou.

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