Acordo Mercosul-UE é importante para preservação ambiental
A análise é do presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da Fiesp e especialista do Instituto Millenium, Rubens Barbosa, que concedeu entrevista
institutomillenium
Publicado em 23 de setembro de 2020 às 15h39.
Última atualização em 24 de setembro de 2020 às 13h37.
Na última terça-feira (22), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério das Relações Exteriores, apresentaram um material rebatendo o posicionamento de alguns governos europeus, como o da França, segundo o qual o acordo entre Mercosul e União Europeia poderia acarretar em danos ambientais para as nações latino-americanas. No documento, foram apresentados números do período entre 2004 e 2012, onde observou-se um aumento de 61% na produção agrícola e uma queda de 83% do desmatamento na Amazônia Legal. Para explicar sobre o que representa o acordo para o Brasil e as suas consequências, o Instituto Millenium entrevistou o presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP, Rubens Barbosa. Ouça!
O especialista em Relações Institucionais acredita que a aprovação do acordo será muito importante para a solução ambiental nos países do Mercosul, em especial o Brasil, já que com a necessidade de comprovação de resultados para o bloco europeu, políticas como a priorização da Amazônia devem de fato ser incorporadas à legislação.
“Há um capítulo chamado Desenvolvimento Sustentável, nesse capítulo do acordo Mercosul / União Europeia estão inclusos todos os acordos preconizados de 1993 até agora sobre o meio ambiente e mudança de clima. Então o governo brasileiro terá que demonstrar que está perseguindo políticas que vão reduzir significativamente o desmatamento ilegal, as queimadas e garimpos ilegais, e isso terá que ser comprovado para o outro lado (União Europeia)”, disse.
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Para o especialista, a questão ambiental é um grande entrave do acordo no momento e os próximos passos só serão desenhados após a comprovação dos resultados positivos.
“Os resultados serão acompanhados de perto pelos países europeus. O processo de ratificação é longo, a previsão que se tem é que o término do texto todo será por volta de outubro, novembro ou dezembro, então a aprovação só ocorrerá a partir do ano que vem, período em que esse acordo vai ser discutido pelo parlamento e governos dos países europeus”, completou.
Outras formas de fiscalizar
O Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), do qual Rubens Barbosa é presidente, está com uma pesquisa baseada no capítulo de Desenvolvimento Sustentável, do acordo Mercosul / União Europeia. O intuito da iniciativa é analisar e mensurar de forma imparcial o grau do cumprimento dos termos de compromissos assumidos pelo Brasil na preservação do meio ambiente.
O trabalho é chamado por Barbosa de “Diplomacia Ambiental” e os dados passarão a ser divulgados a partir de outubro. “Vai ser muito importante porque será uma visão independente, uma visão não ligada a fontes oficiais nem a Ongs. É um trabalho que está sendo feito por professores da universidade e poderá ajudar a darmos uma visão objetiva, concreta da evolução real dos compromissos do Brasil e o grau de seu cumprimento”, explicou.
Outros benefícios
Além da conservação do meio ambiente, o presidente do Irice acredita que o acordo Mercosul / União Europeia trará boas oportunidades de crescimento ao Brasil.
“É um acordo de cooperação política, econômica e livre comércio. Tem grandes vantagens, aproxima o Brasil de uma área importante no mundo, o segundo bloco econômico comercial global, abre possibilidades de exportação nas áreas agrícola e industrial e também aproxima a possibilidade de cooperação entre empresas brasileiras e empresas europeias de ponta, em tecnologia avançada, sobretudo na área industrial”, complementou.
Na última terça-feira (22), o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o Ministério das Relações Exteriores, apresentaram um material rebatendo o posicionamento de alguns governos europeus, como o da França, segundo o qual o acordo entre Mercosul e União Europeia poderia acarretar em danos ambientais para as nações latino-americanas. No documento, foram apresentados números do período entre 2004 e 2012, onde observou-se um aumento de 61% na produção agrícola e uma queda de 83% do desmatamento na Amazônia Legal. Para explicar sobre o que representa o acordo para o Brasil e as suas consequências, o Instituto Millenium entrevistou o presidente do Conselho Superior de Comércio Exterior da FIESP, Rubens Barbosa. Ouça!
O especialista em Relações Institucionais acredita que a aprovação do acordo será muito importante para a solução ambiental nos países do Mercosul, em especial o Brasil, já que com a necessidade de comprovação de resultados para o bloco europeu, políticas como a priorização da Amazônia devem de fato ser incorporadas à legislação.
“Há um capítulo chamado Desenvolvimento Sustentável, nesse capítulo do acordo Mercosul / União Europeia estão inclusos todos os acordos preconizados de 1993 até agora sobre o meio ambiente e mudança de clima. Então o governo brasileiro terá que demonstrar que está perseguindo políticas que vão reduzir significativamente o desmatamento ilegal, as queimadas e garimpos ilegais, e isso terá que ser comprovado para o outro lado (União Europeia)”, disse.
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“Os resultados serão acompanhados de perto pelos países europeus. O processo de ratificação é longo, a previsão que se tem é que o término do texto todo será por volta de outubro, novembro ou dezembro, então a aprovação só ocorrerá a partir do ano que vem, período em que esse acordo vai ser discutido pelo parlamento e governos dos países europeus”, completou.
Outras formas de fiscalizar
O Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice), do qual Rubens Barbosa é presidente, está com uma pesquisa baseada no capítulo de Desenvolvimento Sustentável, do acordo Mercosul / União Europeia. O intuito da iniciativa é analisar e mensurar de forma imparcial o grau do cumprimento dos termos de compromissos assumidos pelo Brasil na preservação do meio ambiente.
O trabalho é chamado por Barbosa de “Diplomacia Ambiental” e os dados passarão a ser divulgados a partir de outubro. “Vai ser muito importante porque será uma visão independente, uma visão não ligada a fontes oficiais nem a Ongs. É um trabalho que está sendo feito por professores da universidade e poderá ajudar a darmos uma visão objetiva, concreta da evolução real dos compromissos do Brasil e o grau de seu cumprimento”, explicou.
Outros benefícios
Além da conservação do meio ambiente, o presidente do Irice acredita que o acordo Mercosul / União Europeia trará boas oportunidades de crescimento ao Brasil.
“É um acordo de cooperação política, econômica e livre comércio. Tem grandes vantagens, aproxima o Brasil de uma área importante no mundo, o segundo bloco econômico comercial global, abre possibilidades de exportação nas áreas agrícola e industrial e também aproxima a possibilidade de cooperação entre empresas brasileiras e empresas europeias de ponta, em tecnologia avançada, sobretudo na área industrial”, complementou.