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“Abertura de uma economia é alavanca para o desenvolvimento”

Você sabe por que o protecionismo não é uma boa política econômica? Entenda!

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institutomillenium

Publicado em 20 de março de 2018 às 10h19.

“O protecionismo é um dos grandes males da economia contemporânea”, afirma o economista e cientista político Marcos Troyjo, especialista do Instituto Millenium e diretor do BRIC Lab da Columbia University. Em entrevista ao Imil, Troyjo explica os efeitos desse modelo para a saúde fiscal de um país, analisa a decisão do presidente americano Donal Trump de aumentar os impostos de importação de aço e alumínio, e comenta o atual cenário do Brasil, cuja história é marcada por políticas protecionistas e contrárias ao livre mercado. Ouça abaixo!

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Em uma nação cuja economia está entre as mais fechadas ao comércio internacional, quem sofre são os consumidores, obrigados a pagar muito caro por determinados produtos importados, como é o caso de itens de tecnologia no Brasil. Tal realidade é causada pela alta tarifa cobrada pelas importações, entre as mais elevadas do mundo. Segundo Troyjo, essa é uma das três formas de classificar se uma determinada nação possui um mercado fechado. Outra maneira é analisando o quanto o governo oferece de subsídios e incentivos a certos agentes da produção local.

Por fim, o nível de protecionismo também pode ser medido pela quantidade de comércio exterior que o país realiza ao ano. No caso brasileiro, apenas cerca de 20% a 22% do PIB são fruto dessas transações, colocando a nação em uma posição baixa quando o assunto é inserção na economia global.

“Nos últimos 70 anos, não há nenhum caso de país que tenha mudado de patamar sem ter tido, pelo menos, 40% do PIB relacionados à soma da exportação e importação. Esse é o caso do Japão, Alemanha, Chile, Coréia do Sul, Espanha e, mais notoriamente, da China. Isso quer dizer que ter uma presença importante no mundo, por meio da abertura de sua economia e pela estratégia de inserção internacional, é uma alavanca fundamental para o desenvolvimento, e o Brasil ainda não prestou atenção nisso”, alerta Troyjo.

O protecionismo, no entanto, não é exclusivo de economias em ascensão. Nos Estados Unidos, por exemplo, Donald Trump debruçou sua campanha e governo em propostas protecionistas. Recentemente, decidiu aumentar as taxas de importações de aço e alumínio, afetando diretamente o Brasil, que é o segundo maior exportador de aço para os norte-americanos. De acordo com Troyjo, a decisão pode criar oportunidades para trabalhadores dos EUA que atuam nesses setores, mas prejudica os consumidores na medida em que proporciona um aumento de preços de produtos feitos com essa matéria-prima, como automóveis, itens de linha branca e outros eletrodomésticos. Além disso, há possibilidades de retaliações de outros países, o que pode gerar também uma abertura de oportunidades dentro deste contexto para o Brasil:

“A China, por exemplo, pode criar obstáculos na exportação de soja. Os chineses compram milhares de toneladas de soja americana ao ano e, caso optem por retaliar esse setor, podem criar uma oportunidade adicional para aquelas nações que também são grandes exportadoras dessa commodity agrícola, como a Argentina e o Brasil”, explica o economista, que acredita que o discurso liberal estará mais forte nas eleições deste ano. “Cada vez mais, parcelas importantes de formadores de opinião, sociedade civil e população entendem que nós não podemos ter um Estado tão caro, hipertrofiado e onipresente como nós temos. A melhor coisa é ele sair da frente de áreas onde não possui papel construtivo e se concentrar em setores que, de fato, faz a diferença, como educação, saúde e defesa” acrescenta.

“O protecionismo é um dos grandes males da economia contemporânea”, afirma o economista e cientista político Marcos Troyjo, especialista do Instituto Millenium e diretor do BRIC Lab da Columbia University. Em entrevista ao Imil, Troyjo explica os efeitos desse modelo para a saúde fiscal de um país, analisa a decisão do presidente americano Donal Trump de aumentar os impostos de importação de aço e alumínio, e comenta o atual cenário do Brasil, cuja história é marcada por políticas protecionistas e contrárias ao livre mercado. Ouça abaixo!

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Em uma nação cuja economia está entre as mais fechadas ao comércio internacional, quem sofre são os consumidores, obrigados a pagar muito caro por determinados produtos importados, como é o caso de itens de tecnologia no Brasil. Tal realidade é causada pela alta tarifa cobrada pelas importações, entre as mais elevadas do mundo. Segundo Troyjo, essa é uma das três formas de classificar se uma determinada nação possui um mercado fechado. Outra maneira é analisando o quanto o governo oferece de subsídios e incentivos a certos agentes da produção local.

Por fim, o nível de protecionismo também pode ser medido pela quantidade de comércio exterior que o país realiza ao ano. No caso brasileiro, apenas cerca de 20% a 22% do PIB são fruto dessas transações, colocando a nação em uma posição baixa quando o assunto é inserção na economia global.

“Nos últimos 70 anos, não há nenhum caso de país que tenha mudado de patamar sem ter tido, pelo menos, 40% do PIB relacionados à soma da exportação e importação. Esse é o caso do Japão, Alemanha, Chile, Coréia do Sul, Espanha e, mais notoriamente, da China. Isso quer dizer que ter uma presença importante no mundo, por meio da abertura de sua economia e pela estratégia de inserção internacional, é uma alavanca fundamental para o desenvolvimento, e o Brasil ainda não prestou atenção nisso”, alerta Troyjo.

O protecionismo, no entanto, não é exclusivo de economias em ascensão. Nos Estados Unidos, por exemplo, Donald Trump debruçou sua campanha e governo em propostas protecionistas. Recentemente, decidiu aumentar as taxas de importações de aço e alumínio, afetando diretamente o Brasil, que é o segundo maior exportador de aço para os norte-americanos. De acordo com Troyjo, a decisão pode criar oportunidades para trabalhadores dos EUA que atuam nesses setores, mas prejudica os consumidores na medida em que proporciona um aumento de preços de produtos feitos com essa matéria-prima, como automóveis, itens de linha branca e outros eletrodomésticos. Além disso, há possibilidades de retaliações de outros países, o que pode gerar também uma abertura de oportunidades dentro deste contexto para o Brasil:

“A China, por exemplo, pode criar obstáculos na exportação de soja. Os chineses compram milhares de toneladas de soja americana ao ano e, caso optem por retaliar esse setor, podem criar uma oportunidade adicional para aquelas nações que também são grandes exportadoras dessa commodity agrícola, como a Argentina e o Brasil”, explica o economista, que acredita que o discurso liberal estará mais forte nas eleições deste ano. “Cada vez mais, parcelas importantes de formadores de opinião, sociedade civil e população entendem que nós não podemos ter um Estado tão caro, hipertrofiado e onipresente como nós temos. A melhor coisa é ele sair da frente de áreas onde não possui papel construtivo e se concentrar em setores que, de fato, faz a diferença, como educação, saúde e defesa” acrescenta.

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