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A politização do ENADE

Vergonhosa a ideologização presente em algumas questões do último ENADE, que foi notícia há alguns dias atrás. Sobre esse tema, recomendo um excelente editorial publicado recentemente na Zero Hora: Ranço ideológico Com o evidente propósito de bajular e enaltecer o governo, os responsáveis pela elaboração das provas do último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) cometeram um deslize inexplicável ao incluir questões de natureza ideológica, que tentam induzir os […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 28 de novembro de 2009 às 18h09.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h17.

Vergonhosa a ideologização presente em algumas questões do último ENADE, que foi notícia há alguns dias atrás. Sobre esse tema, recomendo um excelente editorial publicado recentemente na Zero Hora:

Ranço ideológico

Com o evidente propósito de bajular e enaltecer o governo, os responsáveis pela elaboração das provas do último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) cometeram um deslize inexplicável ao incluir questões de natureza ideológica, que tentam induzir os estudantes a pensar pela linha oficial. Alguns enunciados evidenciam a contaminação política de um instrumento que deveria se guiar por critérios técnicos, pois a finalidade do teste é avaliar o conhecimento e o desempenho dos estudantes – e não o seu comprometimento com os governantes de plantão.

Além de destacar de maneira gritante realizações da atual administração, como o Programa de Aceleração do Crescimento, o pré-sal e a distribuição de livros didáticos para estudantes de escolas públicas, a prova procura antipatizar os críticos do governo. A questão mais ilustrativa é a da “marolinha”. Depois de relatar as críticas que a imprensa brasileira fez à declaração do presidente Lula sobre a crise econômica, o enunciado diz que a previsão presidencial foi confirmada e questiona se houve por parte dos críticos “atitude preconceituosa”, “irresponsabilidade”, “livre exercício da crítica”, “manipulação política da mídia” ou “prejulgamento”. Ainda que a resposta adotada como correta seja “livre exercício da crítica”, fica evidente o propósito de lançar desconfiança sobre a mídia.

Elaboradas por uma empresa de consultoria em recursos humanos, mas com a orientação de técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), as questões do último Enade acabaram provocando mais polêmica do que benefício ao governo como os cultores do ranço ideológico pretendiam. Mas quem perde mesmo são os estudantes, que ficam confusos em relação ao que o país espera deles.

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Vergonhosa a ideologização presente em algumas questões do último ENADE, que foi notícia há alguns dias atrás. Sobre esse tema, recomendo um excelente editorial publicado recentemente na Zero Hora:

Ranço ideológico

Com o evidente propósito de bajular e enaltecer o governo, os responsáveis pela elaboração das provas do último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) cometeram um deslize inexplicável ao incluir questões de natureza ideológica, que tentam induzir os estudantes a pensar pela linha oficial. Alguns enunciados evidenciam a contaminação política de um instrumento que deveria se guiar por critérios técnicos, pois a finalidade do teste é avaliar o conhecimento e o desempenho dos estudantes – e não o seu comprometimento com os governantes de plantão.

Além de destacar de maneira gritante realizações da atual administração, como o Programa de Aceleração do Crescimento, o pré-sal e a distribuição de livros didáticos para estudantes de escolas públicas, a prova procura antipatizar os críticos do governo. A questão mais ilustrativa é a da “marolinha”. Depois de relatar as críticas que a imprensa brasileira fez à declaração do presidente Lula sobre a crise econômica, o enunciado diz que a previsão presidencial foi confirmada e questiona se houve por parte dos críticos “atitude preconceituosa”, “irresponsabilidade”, “livre exercício da crítica”, “manipulação política da mídia” ou “prejulgamento”. Ainda que a resposta adotada como correta seja “livre exercício da crítica”, fica evidente o propósito de lançar desconfiança sobre a mídia.

Elaboradas por uma empresa de consultoria em recursos humanos, mas com a orientação de técnicos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), as questões do último Enade acabaram provocando mais polêmica do que benefício ao governo como os cultores do ranço ideológico pretendiam. Mas quem perde mesmo são os estudantes, que ficam confusos em relação ao que o país espera deles.

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