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“Formação educacional precária é desafio”

A formação profissional dos jovens é um dos grandes desafios do Brasil. Atenta a essa demanda, a Fundação Iochpe criou o projeto Formare, a primeira franquia social sem fins lucrativos voltada para a capacitação de pessoas com renda abaixo da média no Brasil. Desde seu surgimento, em 1988, o projeto já capacitou mais de 13 mil jovens. Só em 2012, foram 1.700 formandos. A iniciativa conta com a parceria de […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2013 às 10h53.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h11.

A formação profissional dos jovens é um dos grandes desafios do Brasil. Atenta a essa demanda, a Fundação Iochpe criou o projeto Formare, a primeira franquia social sem fins lucrativos voltada para a capacitação de pessoas com renda abaixo da média no Brasil. Desde seu surgimento, em 1988, o projeto já capacitou mais de 13 mil jovens. Só em 2012, foram 1.700 formandos.

A iniciativa conta com a parceria de empresas de grande envergadura como Siemens, Suzano e Usiminas. Para conhecer melhor o trabalho realizado pela Fundação Iochpe, o Instituto Millenium conversou com a coordenadora geral do Fomare, Beth Callia. Na entrevista, ela explica que um dos principais desafios do projeto é a precária formação educacional dos jovens. “A principal dificuldade deles talvez seja minimizar este hiato entre o que aprendem no ensino regular e o que lhes é proporcionado e ensinado no Formare”.

Estes jovens têm, em sua maioria, uma formação de base educacional bastante deficiente, tendo em vista o nível das escolas públicas que frequentam

Instituto Millenium: Por que a fundação Iochpe decidiu investir na área de educação profissional?
Beth Callia: O Projeto Formare teve início nas fábricas do Grupo Iochpe em Canoas (RS) e São Bernardo do Campo (SP), em 1988. À época, os gestores do Grupo sentiram a necessidade de se investir em educação profissional como uma forma de ajudar jovens de famílias de baixa renda no entorno destas plantas a serem capacitados e melhorarem suas chances de inserção no mundo do trabalho. Como resultado, também ajudar as próprias famílias a elevarem suas condições sociais e padrão de vida.

Imil: Quais são as principais dificuldades dos jovens atendidos pelo Formare?
Beth: Estes jovens têm, em sua maioria, uma formação de base educacional bastante precária, tendo em vista o nível das escolas públicas que frequentam. Diante deste cenário, a principal dificuldade deles talvez seja minimizar este hiato entre o que aprendem no ensino regular e o que lhes é proporcionado e ensinado no Formare. Além disso, muitos deles vêm de famílias desestruturadas. Portanto, num primeiro momento, quando começam a vivenciar um ambiente corporativo, há este “choque cultural”. Isto é, eles são obrigados a respeitar normas de conduta, códigos de ética e comportamento que, muitas vezes, pouco ou jamais tiveram contato dentro de casa.

Imil: Qual a contribuição das empresas para o andamento desse projeto?
Beth: As empresas fornecem espaço físico adequado para a instalação da escola, bem como contribuem mensalmente para um fundo de manutenção do projeto e sua metodologia. Além disso, elas permitem que seus próprios colaboradores dediquem parte de seu tempo de trabalho (média de 50 minutos por semana) para ministrar, em caráter voluntário, aulas para esses jovens.

Costumamos dizer que o voluntariado é a “alma” do nosso projeto, pois o Formare só acontece por conta da dedicação destes profissionais, que optam por compartilhar com os alunos seu conhecimento técnico, experiências de vida etc. Como muitos destes colaboradores não têm formação pedagógica, isto é, nunca deram aulas antes, a Fundação Iochpe oferece-lhes capacitações e treinamentos periódicos, bem como workshops e eventos com abordagens de temas relacionados ao mercado de trabalho e ao mundo jovem. Tudo para facilitar o desenvolvimento das aulas e tornar a atividade voluntária mais eficiente e prazerosa.

Imil: A formação dos jovens é voltada para que áreas do mercado?
Callia: Até por conta do Grupo Ioschpe atuar no segmento automotivo, o Formare cresceu e se multiplicou com mais evidência neste meio. Portanto, a maioria de nossas escolas oferece cursos com um currículo mais focado no ramo automotivo. No entanto, com a passagem do tempo e o próprio processo de amadurecimento do projeto, nosso leque de atuação aumentou e, hoje, capacitamos jovens para atuar em diversas frentes: hoteleira, alimentícia, sucroalcooleira, construção civil etc.

Imil: Qual o público do projeto e quantos jovens são atendidos?
Beth: O público-alvo são jovens de 16 a 18 anos de famílias de baixa renda e que estejam cursando o ensino médio. Até hoje, o Formare já capacitou mais de 13 mil jovens e, em 2012, uma média de 1.700 jovens.

Imil: Como o projeto tem ajudado a mitigar o problema da formação de mão de obra qualificada?
Beth
: A principal ajuda diz respeito ao currículo de seus cursos, que são construídos a partir das necessidades das empresas parceiras que operam as escolas. Isto é, os cursos atendem à demanda delas. O resultado é que o jovem sai do curso com uma formação bastante completa e abrangente e pode conseguir colocação profissional em qualquer companhia, independentemente do seu porte.

A formação profissional dos jovens é um dos grandes desafios do Brasil. Atenta a essa demanda, a Fundação Iochpe criou o projeto Formare, a primeira franquia social sem fins lucrativos voltada para a capacitação de pessoas com renda abaixo da média no Brasil. Desde seu surgimento, em 1988, o projeto já capacitou mais de 13 mil jovens. Só em 2012, foram 1.700 formandos.

A iniciativa conta com a parceria de empresas de grande envergadura como Siemens, Suzano e Usiminas. Para conhecer melhor o trabalho realizado pela Fundação Iochpe, o Instituto Millenium conversou com a coordenadora geral do Fomare, Beth Callia. Na entrevista, ela explica que um dos principais desafios do projeto é a precária formação educacional dos jovens. “A principal dificuldade deles talvez seja minimizar este hiato entre o que aprendem no ensino regular e o que lhes é proporcionado e ensinado no Formare”.

Estes jovens têm, em sua maioria, uma formação de base educacional bastante deficiente, tendo em vista o nível das escolas públicas que frequentam

Instituto Millenium: Por que a fundação Iochpe decidiu investir na área de educação profissional?
Beth Callia: O Projeto Formare teve início nas fábricas do Grupo Iochpe em Canoas (RS) e São Bernardo do Campo (SP), em 1988. À época, os gestores do Grupo sentiram a necessidade de se investir em educação profissional como uma forma de ajudar jovens de famílias de baixa renda no entorno destas plantas a serem capacitados e melhorarem suas chances de inserção no mundo do trabalho. Como resultado, também ajudar as próprias famílias a elevarem suas condições sociais e padrão de vida.

Imil: Quais são as principais dificuldades dos jovens atendidos pelo Formare?
Beth: Estes jovens têm, em sua maioria, uma formação de base educacional bastante precária, tendo em vista o nível das escolas públicas que frequentam. Diante deste cenário, a principal dificuldade deles talvez seja minimizar este hiato entre o que aprendem no ensino regular e o que lhes é proporcionado e ensinado no Formare. Além disso, muitos deles vêm de famílias desestruturadas. Portanto, num primeiro momento, quando começam a vivenciar um ambiente corporativo, há este “choque cultural”. Isto é, eles são obrigados a respeitar normas de conduta, códigos de ética e comportamento que, muitas vezes, pouco ou jamais tiveram contato dentro de casa.

Imil: Qual a contribuição das empresas para o andamento desse projeto?
Beth: As empresas fornecem espaço físico adequado para a instalação da escola, bem como contribuem mensalmente para um fundo de manutenção do projeto e sua metodologia. Além disso, elas permitem que seus próprios colaboradores dediquem parte de seu tempo de trabalho (média de 50 minutos por semana) para ministrar, em caráter voluntário, aulas para esses jovens.

Costumamos dizer que o voluntariado é a “alma” do nosso projeto, pois o Formare só acontece por conta da dedicação destes profissionais, que optam por compartilhar com os alunos seu conhecimento técnico, experiências de vida etc. Como muitos destes colaboradores não têm formação pedagógica, isto é, nunca deram aulas antes, a Fundação Iochpe oferece-lhes capacitações e treinamentos periódicos, bem como workshops e eventos com abordagens de temas relacionados ao mercado de trabalho e ao mundo jovem. Tudo para facilitar o desenvolvimento das aulas e tornar a atividade voluntária mais eficiente e prazerosa.

Imil: A formação dos jovens é voltada para que áreas do mercado?
Callia: Até por conta do Grupo Ioschpe atuar no segmento automotivo, o Formare cresceu e se multiplicou com mais evidência neste meio. Portanto, a maioria de nossas escolas oferece cursos com um currículo mais focado no ramo automotivo. No entanto, com a passagem do tempo e o próprio processo de amadurecimento do projeto, nosso leque de atuação aumentou e, hoje, capacitamos jovens para atuar em diversas frentes: hoteleira, alimentícia, sucroalcooleira, construção civil etc.

Imil: Qual o público do projeto e quantos jovens são atendidos?
Beth: O público-alvo são jovens de 16 a 18 anos de famílias de baixa renda e que estejam cursando o ensino médio. Até hoje, o Formare já capacitou mais de 13 mil jovens e, em 2012, uma média de 1.700 jovens.

Imil: Como o projeto tem ajudado a mitigar o problema da formação de mão de obra qualificada?
Beth
: A principal ajuda diz respeito ao currículo de seus cursos, que são construídos a partir das necessidades das empresas parceiras que operam as escolas. Isto é, os cursos atendem à demanda delas. O resultado é que o jovem sai do curso com uma formação bastante completa e abrangente e pode conseguir colocação profissional em qualquer companhia, independentemente do seu porte.

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